6° CAPÍTULO

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A noite continuou seguindo da melhor maneira possível. Tia Carla apreciava os bons drinks do bar, enquanto Thame e Soll dançavam bastante, e eu circulava pelos diversos espaços daquela festa. Dancei, bebi, conversei, ri, me diverti. Entretanto, eu e Karlos apenas trocamos flertes visuais, sem nos aprofundarmos em diálogos ou algo parecido. Porém, estaria mentindo se dissesse que não estava gostando desses momentos.
Pedi que Soll me acompanhasse até o banheiro, já que ela conhece bem o espaço. No caminho, acabei passando pelo Karlos, quando ele segurou meu braço. Então, parei e o fitei com um sorriso entre os lábios. Minha prima nem percebeu e continuou em direção ao banheiro, agora sozinha.

Karlos: ㅡ Ei, que pressa é essa? ㅡ perguntou, com um sorriso encantador. ㅡ Nem conversamos direito hoje. Como vão as coisas, está tudo bem?
Theo: ㅡ O-Oi, está sim ㅡ respondi, enquanto jogava alguns fios loiros para trás da orelha, um pouco sem graça. Ele me olhou com intensidade, como se estivesse apreciando os meus olhos azuis.
Karlos: ㅡ Que ótimo! Aliás, amanhã terá uma viagem, com o pessoal. Por que você não vem conosco? A Soll com certeza deve ir.
Theo: ㅡ Ah, sim. Ela comentou comigo. Porém, acho que não tem como eu ir, tenho um compromisso logo cedo na segunda.
Karlos: ㅡ Não se preocupe com isso, estaremos de volta antes de anoitecer.

Como eu poderia ir contra aquele sorriso encantador? Apenas assenti com a cabeça, enquanto senti seus dedos grandes deslizando pelo meu braço. Um arrepio percorreu minha espinha ao apreciar aquele momento. Olhei para a mão dele, ainda em meu braço. Depois, voltei a fitá-lo nos olhos. Karlos esboçou um sorriso ainda maior, provocativo.
Por fim, nos despedimos apenas trocando um último olhar antes de eu seguir meu rumo ao banheiro. Karlos ficou observando enquanto eu me afastava, como se não quisesse desgrudar os olhos de mim.

Soll: ㅡ O que houve? Se perdeu, foi? Que demora ㅡ questionou, me esperando na entrada do banheiro feminino.
Theo: ㅡNão, perdão, prima. É que Karlos me parou ali atrás. ㅡ Assim que Soll ouviu eu dizer aquele nome, ela já esboçou um sorriso malicioso. No mesmo instante, corei. — Q-Que foi, Soll? Que sorrisinho é esse?
Soll: ㅡ Fala sério, prima! ㅡ exclamou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. ㅡ O Karlos está super na sua. E outra ㅡ cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha ㅡ você também está na dele. Está tudo tão na cara!
Theo: ㅡ É, você pirou, Soll. Ou, já bebeu demais. Vamos logo…

Soll apenas riu bastante, e eu ri baixo enquanto pegava em seu braço. Juntas, entramos no banheiro e fizemos o que tínhamos que fazer ali dentro. Saímos do toalete após lavarmos as mãos. Direcionamos nossos passos de volta para onde estávamos, mais perto de tia Carla. Fizemos o mesmo caminho de ida. Procurei por Karlos, mas não o encontrei no mesmo lugar de antes. Possivelmente, já deve ter ido embora.
Suspirei e prossegui meu caminho. Ao nos aproximarmos do bar, reparei que tia Carla estava mais feliz do que o normal. Ou seja, bebeu bastante. Não quero que ela passe mal. Então, fui até ela para confirmar que, sim, estava completamente embriagada. Olhei para trás e vi Soll e Thame me encarando.

Theo: ㅡ Gente, acho melhor nós já irmos. Está tarde e tia Carla já bebeu bastante, ela pode passar mal em algum momento.

Tia Carla se levantou da cadeira de frente para o bar, me deu um beijo na bochecha e seguiu para a pista de dança. Claro, ela estava segurando outra taça de martíni em uma das mãos. Ela ficou dançando como se fosse a pessoa mais feliz do mundo, aproveitando realmente cada segundo das músicas. Tanto eu quanto Thame e Soll ficamos vidradas em fitá-la. Tia Carla merece se divertir.

Soll: ㅡ É, mamãe parece mesmo que está muito mal, priminha… ㅡ debochou e cruzou os braços, voltando a me encarar. ㅡ Mamãe está se divertindo. Você deveria tentar fazer o mesmo, poxa!
Theo: ㅡ Mas nós já nos divertimos. Já deve ter passado de meia-noite. E outra coisa, você tinha me dito uma vez ㅡ olhei para Soll ㅡ que quanto mais tarde fica, mais perigosa fica essa rua da boate.
Thame: ㅡ Bom, ela tem um ponto, prima ㅡ concordou minha irmã. ㅡ Querendo ou não, pode ser perigoso mesmo, quatro mulheres andando por aí a noite, em ruas desertas. Tem muito homem babaca por aí.
Soll: ㅡ Ok, ok! ㅡ exclamou, dando-se por vencida. ㅡ Suas chatas, vamos para casa então. ㅡ Sorriu, falando em um tom brincalhão. ㅡ Vamos tirar minha mãe da pista de dança, e aí, vamos embora.
Thame: ㅡ Só tem um problema, meninas… ㅡ falou.

Minha irmã olhou assustada para a direção de tia Carla. Ou melhor, o local onde ela estava segundos atrás, mas não está mais. Eu e Soll olhamos para a mesma direção de Thame e logo entendemos sua preocupação. Nós três olhamos ao redor, procurando tia Carla. Mas… não a encontrávamos em lugar algum. Tia Carla… Sumiu? Nos separamos para tentar encontrá-la. Combinamos de nos encontrar na saída da boate daqui a cinco minutos. Passei estes minutos correndo atrás de minha tia, preocupada que algo de ruim tivesse acontecido.
Os cinco minutos se passaram, então fui até a saída da boate. Avistei Soll e Thame, elas me olharam cabisbaixas. Ou seja, também não conseguiram encontrar tia Carla. Agora, já estávamos fora da casa de festas.

Theo: ㅡ Viu, eu falei para irmos embora antes! ㅡ exclamei, meio irritada, por estar tão preocupada com a minha tia.
Soll: ㅡ Tá bom, Theo! Você tinha razão, feliz agora por ouvir isso? ㅡ com sarcasmo, indagou.
Thame: ㅡ Meninas, não é hora para isso! Aliás, ㅡ cerrou os olhos e apontou para o final da rua ㅡ estão vendo aquilo?

“É ELA!” nós três gritamos ao mesmo tempo. A rua realmente estava deserta, mesmo que estivéssemos na frente de uma boate. Corremos em direção de tia Carla, que veio andando em nossa direção cambaleando, devido ao álcool. Ao chegarmos perto dela, verificamos seu corpo e rosto, receosas de que algo de ruim tivesse acontecido. Porém, felizmente, não encontramos marcas e nem nada parecido. Mas, onde ela esteve esse tempo todo? A mais velha disse ter ido numa adega ao final da rua, para encontrar outros drinks. Tentamos explicar a ela que o local vendia apenas as garrafas inteiras, não drinks.
Ela riu, mas não entendia nada, completamente bêbada.
E ainda, para melhorar a nossa situação, avistamos uns rapazes suspeitos vindo em nossa direção. Bom, não queríamos arriscar, então pensamos logo em sair dali. Afinal, a rua permanecia deserta. Éramos só nós naquela rua à noite. Então, demos as mãos e tentamos andar depressa.

Thame: ㅡ Espera, acho que o salto dela quebrou! ㅡ exclamou, assim que viu tia Carla tropeçar.
Soll: ㅡ Ah, agora essa! ㅡ Rapidamente se abaixou na frente de sua mãe e tentou retirar os saltos dela, que só iriam atrapalhar naquele momento.
Theo: ㅡ Vai logo, Soll! Eles estão chegando mais rápido!
Soll: ㅡ Por que você não para de reclamar e vem me ajudar? ㅡ questionou irritada.

Me abaixei para ajudar a retirar os sapatos de tia Carla, que parecia estar cada vez mais desacordada, devido ao álcool. Por incrível que pareça, nunca foi tão difícil retirar os sapatos de alguém. Talvez, porque nós três também estivéssemos levemente embriagadas, por assim dizer. Após conseguirmos isso, ajudamos tia Carla a se manter em pé.
No fim, corremos dali o mais rápido possível. O pior é que começamos a rir daquela situação completamente aleatória na qual nos encontrávamos. Afinal, quatro mulheres correndo em uma rua deserta, de rapazes que, mesmo em uma porcentagem mínima, poderiam nos causar algum mal. Ou, no final, poderiam ser apenas pessoas andando a noite normalmente, como nós. Porém, não optamos por dar sorte ao azar. Sendo a cereja do bolo, todas nós embriagadas; Tia Carla muito mais, obviamente.
Felizmente, a casa de Carla não ficava tão longe da boate. Chegamos na residência ofegantes e bem cansadas, de tanto correr. Mas, com um enorme sorriso no rosto, deixamos as risadas continuarem. Não demorou muito para avistarmos minha mãe se aproximando de nós.

Miranda: ㅡ Isso são horas de chegar em casa? ㅡ indagou irritada. ㅡ E outra, que estado é esse de vocês? Céus, parece que correram uma maratona.
Theo: ㅡ Mãe, ㅡ suspirei antes de começar a falar ㅡ sermão agora não, por favor. Nossa noite foi ótima, não estregue esse finalzinho, por favor.
Miranda: ㅡ E você, Carla? ㅡ perguntou, me ignorando. Direcionou seus olhares para a irmã, a qual Soll e Thame foram colocando gentilmente sobre o sofá. ㅡ Que exemplo horrível, hein? Era para você cuidar delas, e não ao contrário.

Da mesma forma que ela me ignorou, eu, minha irmã e minha prima fizemos o mesmo agora. Checamos tia Carla para ver se ela estava bem. Ao ouvirmos seus roncos, rimos baixo, confirmando que o que ela precisava agora era de uma boa noite de sono. Passamos pela minha mãe e fomos em direção aos nossos quartos, deixando Miranda falando sozinha.
Realmente, não íamos deixar que ela estragasse o restinho de nossa noite. Completamente exaustas, apenas trocamos de roupa e caímos na cama. Amanhã pensamos no banho. Não foi preciso mais que cinco minutos para entrarmos em um sono profundo.

Theo: H-Hm? ㅡ Abri os olhos devagar, ao sentir alguém me cutucando logo pela manhã. Logo, vi Soll sentada na cama ao meu lado. ㅡ O que houve?
Soll: ㅡ Vocês vêm comigo, para aquele passeio com o pessoal da exposição?
Thame: ㅡ Passeio? Agora? ㅡ indagou sonolenta, ao ouvir a conversa das duas. Mas logo, pegou a coberta e cobriu o rosto. ㅡ Mas nem pensar, continuo morta da noite de ontem. Não contem comigo.
Soll: ㅡ E quanto a você, Theo? ㅡ Fixou os olhares em mim, com um sorriso provocativo. ㅡ Não vai deixar de ver o seu namoradinho, não é?
Thame: ㅡ Namorado? ㅡ No mesmo instante, minha irmã retirou o cobertor do rosto e se levantou, animada. A curiosidade dela é infinita.
Theo: ㅡ É palhaçada dela, Thame. ㅡ Irritada, peguei um dos travesseiros e joguei no rosto de minha prima, que desviou rindo. ㅡ Eu não sei, aquela noite de ontem também acabou comigo…
Thame: ㅡ Ah, agora você vai, sim, porque eu me animei. ㅡ Com um sorriso, pulou rapidamente da cama. ㅡ Estou indo tomar um banho e me arrumar, vai levantando logo, Theo.
Theo: ㅡ Que raiva de você, Solliman… Fez de propósito, não fez?
Soll: ㅡ Você vai me agradecer depois. Agora anda, que o ônibus, que irá nos levar, irá chegar as sete horas. ㅡ Riu alto, enquanto jogou o travesseiro de antes em meu rosto. Depois, se levantou de minha cama e foi até a saída do quarto.

Eu apenas revirei os olhos e suspirei, mas depois… deixei um sorriso se formar entre os meus lábios, enquanto ri baixo. Afinal, Soll realmente me conhece bem. Não queria deixar de ir ao passeio, mas minha prima soube que eu precisava apenas de um empurrãozinho. Até porque, só de pensar na ideia de ver o Karlos novamente… fez meu coração bater um pouco mais forte.
Por fim, me levantei da cama e fui escolher a minha roupa, enquanto Thame continuou em seu banho. Separei uma blusa branca de um tecido fino, sem mangas, e com uma bela flor rosa estampada no centro da roupa. Na parte debaixo, escolhi um short jeans comum e um cinto preto, para acentuar minha cintura enquanto minhas belas pernas ficam a mostra. Já nos pés, um par de sandálias de cor nude. Por fim, fui à cozinha tomar um café.

Carla: ㅡ Bom dia, princesa ㅡ disse assim que me viu. ㅡ O café de vocês já está pronto, você vai se servir agora ou esperará as meninas?

Por um segundo, fiquei meio surpresa. Afinal, tia Carla estava completamente bêbada ontem, apagou como pedra no sofá, quando chegamos. Mas agora, lá está ela, terminando de fritar bacon e ovos para comermos, acompanhado de um belíssimo café que só ela sabia fazer. Que disposição essa mulher tem, eu realmente admiro demais a tia Carla. Ela nem precisaria estar acordada a essa hora, não era seu dia de trabalho, poderia muito bem acordar mais tarde.
Mas não… ela, como sempre, pensando em nós em primeiro lugar.

Theo: ㅡ Tia… não precisava, eu e as meninas iríamos nos virar. A senhora deve estar ainda bem cansada da noite de ontem.
Carla: ㅡ Faço porque gosto, filha, e não porque preciso. Soll me contou ontem, lá na festa mesmo, que vocês iriam a um passeio hoje pela manhã. E, para a sorte de vocês, hoje eu não trabalho. Então, não me custa nada ajudar um pouco as minhas meninas.
Theo: ㅡ A senhora não existe… ㅡ Suspirei, enquanto tomei meu lugar a mesa. Enchi minha xícara de café, enquanto tia Carla colocou uma porção de bacon e ovos no meu prato, além de duas fatias de pão.

Ao terminar, ela também tomou seu lugar a mesa, sentando-se ao meu lado. Juntas, começamos a tomar o nosso café da manhã. Ficamos falando da noite de ontem e rimos bastante ao lembrarmos de determinados momentos. Não demorou muito para que Soll e Thame chegassem à cozinha também. Mas, diferente de mim, já estavam devidamente prontas. Sentaram-se a mesa também, nos acompanhando naquele belo café da manhã.
Minha irmã optou por uma blusa de manga de cor amarela, igual aos seus sapatos. Acompanhando também um short curto branco, além de claro os seus acessórios de sempre; brincos, pulseiras, cordões. Já Soll vestiu uma blusa azul-bebê, também sem manga, com uma estampa de sol na frente. Seus tênis eram azuis também, mas em uma tonalidade mais forte. Por fim, ela vestiu um short jeans, porém um pouco mais cumprido que o meu.
Fui a primeira a terminar o meu café, então pedi licença e fui tratar de me arrumar. Tomei um belo banho e depois vesti a roupa que escolhi anteriormente. Além do look, escolhi colocar nas orelhas dois brincos dourados de argola e um cordão de estrela dourada no pescoço. Saí do quarto após pegar a minha bolsa branca de alça e fui encontrar as meninas na sala.

Soll: ㅡ Você não cansa de estar sempre linda, prima? ㅡ perguntou, assobiando assim que me viu na sala.
Theo: ㅡ Pare de bobeira, a beleza é de família. ㅡ Ri, jogando alguns dos meus fios dourados para trás da orelha.
Carla: ㅡ Juízo nesse passeio, meninas ㅡ falou, enquanto nós três saíamos pela entrada principal da casa. ㅡ Comportem-se.
Thame: ㅡ Jamais seguiríamos o caminho contrário, tia. ㅡ Brincou, arrancando algumas risadas de todas nós, enquanto tia Carla ficou dentro de casa.

Uns minutos depois, vimos o tal ônibus se aproximar e parar bem em frente à casa de tia Carla. Animadas, nos despedimos da mais velha e corremos em direção ao ônibus. Mas, antes de chegarmos, eu avistei uma pessoa descer daquele veículo. Minhas bochechas coraram ao ver aquelas covinhas à mostra, mais uma vez. Fixei os meus olhos também em seus olhos castanhos, depois observei suas madeixas, da mesma cor, voando com o vento. Ele é realmente um rapaz lindo; visualmente eu não conseguia encontrar um defeito sequer.
Por alguma razão, ele também não tirou os olhos de mim. Porém, logicamente, eu já achei que poderia ter algo de errado comigo. Será que borrei o batom? Minha blusa está amassada? Sem graça, olhei rapidamente para mim mesma, em busca de algum erro. Porém, ouvi uma risada delicada de Karlos.

Karlos: ㅡ Você está linda, como sempre ㅡ falou, se aproximando de mim. Eu o olhei nos olhos, ainda mais corada do que antes. Ele sorriu, mas logo cumprimentou as outras meninas ao meu lado também. ㅡ Bom dia, moças! Então é aqui que vocês se escondem, hein…
Soll: ㅡ Que demora, já estávamos criando raízes aqui no chão, de tanto esperar. ㅡ Cruzou os braços, fingindo estar nervosa.

Todos rimos da brincadeira dela, mas logo fomos até o ônibus, entrando nele. Havia poucos lugares vazios. Então, Soll e Thame logo foram em direção a dois assentos livres, um do lado do outro. Busquei com os olhos e encontrei outros lugares vagos também. Andei até tal e me sentei, deixando o assento ao meu lado ainda vago. Não por muito tempo, felizmente. Logo Karlos se aproximou e, bem cavalheiro, perguntou se poderia se sentar ao meu lado.
Meio tímida, abri um sorriso e concordei. Então, seguimos aquela viagem desta forma. Thame e Soll sentadas uma do lado da outra, um pouco mais a frente, e eu e Karlos juntos mais para o final do ônibus.

Karlos: ㅡ Planeja ficar por aqui mesmo, em Paris? ㅡ Depois de uns minutos em silêncio, ele quebrou o gelo.
Theo: ㅡ Por quê?
Karlos: ㅡ Naquele dia, você me disse que era a sua primeira vez aqui.
Theo: ㅡ Ah, verdade. Então, viemos para ficar aqui, sim. Espero mesmo que a nossa vida dê certo por aqui. ㅡ Suspirei, colocando uma mão sobre o peito.
Karlos: ㅡ Vai dar tudo certo. ㅡ Sorriu, tentando me acalmar. Olhei para ele e, sim, consegui me acalmar um pouco. ㅡ Até porque, isso quer dizer que vocês vão participar do nosso grupo a partir de agora, não é?
Theo: ㅡ Se não for incomodo…
Karlos: ㅡ Jamais! Quanto mais pessoas, melhor.
Theo: ㅡ Pode ser, mas olha, eu já deixo avisado… Diferente de Thame e Soll, que tem o talento para a arte, eu sou uma negação nisso. Posso ter algum dom, mas definitivamente não é nada envolvendo artes.
Karlos: ㅡ Será? Pode ser que sim, pode ser que não. É por isso que existem viagens como essa, durante a semana, para todos os membros do grupo tenham a chance de se conhecerem mais, se descobrirem, ao longo do mês.

Bom, faz sentido o que ele falou. Até porque, muitos dons podem realmente estar adormecidos, mas precisam de um estímulo para acordar. Continuo achando que, de fato, não tenho talento para a arte. Mas, fazer parte daquele grupo, daquelas viagens, será uma experiência única, e eu não recuaria nem por nada neste mundo. Talvez eu possa realmente me conhecer mais e descobrir lados meus, até então desconhecidos, ao decorrer dessas viagens. Não necessariamente para o lado da arte, mas para algum outro assunto.

Karlos: ㅡ Afinal, você acha que todos aqui, dentro desse ônibus, já nasceram sabendo do próprio dom? Tudo, nessa vida, tem que ser descoberto. E uma das finalidades dessas viagens é termos exatamente essa liberdade de expressão, no que diz respeito aos nossos desejos e sonhos.
Theo: ㅡ Você falando assim… Fico até mais animada. Quem sabe eu não descubra algum dom adormecido em mim?
Karlos: ㅡ Exatamente! ㅡ exclamou, animado. ㅡ E quem sabe não seja hoje? Só há como saber, se tentarmos, precisamos nos permitir.

Continuamos nossa conversa, agora mais a vontade um com o outro. Falamos sobre diversos assuntos, Karlos é um homem que sabe conversar e tem muita história para contar. Mas, além disso, também é um ótimo ouvinte. Ele conseguiu ouvir algumas de minhas histórias chatas, e o mais incrível é que não pegou no sono.
Fui percebendo que Karlos não apenas é um homem portador de uma beleza única e incomparável, mas também possui uma personalidade de ouro. Estou realmente gostando de conhecê-lo mais, principalmente por eu saber que é recíproco. Ele não precisou falar, mas sei que também está se sentindo à vontade comigo, e que está gostando de me conhecer mais também.
Enquanto isso, Thame e Soll ficaram olhando para trás, vendo eu e Karlos rindo de assuntos bobos. Minha prima e irmã se entreolharam e começaram a ficar bobas, também felizes por mim. Eu e Karlos estávamos tão entretidos nas conversas que nem percebemos, elas duas nos fitando.

E pensar que esse é apenas o início desse passeio…

                               ❤️

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Casei Com O Meu Cunhado (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now