Capítulo 35

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— Isso é um desperdício de talento.

Darlan desabou na cadeira mais próxima quando adentraram na biblioteca vazia e olhou para as inúmeras fileiras de livros. Tinham levado toda a manhã e quase toda a tarde para limpar a neve das torres da instituição.

— Eu não fui feito para isso.

— Pare de reclamar e faça seu serviço! — Darah pegou uma das caixas de livros que estava ao lado de uma mesa e colocou nas pernas do garoto.

Ambos usaram telecinese para mover os livros das caixas e organizá-los nas fileiras de longas estantes. Quando terminaram uma hora depois, o céu já escurecia. A garota esticou os braços ao saírem da biblioteca.

— Estou faminta.

— Eu me pergunto para onde vai tanta comida?!

— Para o vaso.

— Que princesa vulgar — provocou Darlan, fazendo a garota sorrir.

— Peço perdão por ter que interrompê-los.

A voz veio por trás. As duas fadas se viraram para Edgar.

— Imaginei que os dois tinham aprontado juntos. — O olhar do moreno passou de Darah para Darlan quando o último disse:

— Sentimos muito por não chamá-lo para a diversão.

— Tudo bem. Eu prefiro outro tipo de diversão. — Edgar deu um sorriso provocativo e se voltou para Darah. — Me encontre às vinte e uma horas... — O garoto deu alguns passos à frente e aproximou o rosto para sussurrar próximo à orelha dela. — No subterrâneo.

Darah assentiu ligeiramente nervosa. Darlan revirou os olhos quando Edgar se afastou. A princesa se virou para Darlan.

— Até.

— Espero que não seja divertido.

— E eu espero não pegá-lo fora do quarto depois da meia-noite ou serei obrigada a interromper sua pegação.

— Com qual direito? — questionou Darlan com um tom de voz elevado quando a garota já estava a uma boa distância.

— Sou a mentora, esqueceu? E se você me irritar, posso até dar-lhe uma suspensão.

— MAÇANTE! — gritou Darlan.

— PETULANTE! — Darah gritou de volta antes de dobrar o corredor.

Depois de um rápido banho com água morna, ela desceu para o refeitório e sentou ao lado de Lionel.

— Quem venceu? — perguntou imediatamente.

— Nós — respondeu Arabelle.

— O grupo do Darlan parecia perdido — comentou Beck.

— Graças ao Daniel. — Lionel suspirou.

— Sinto muito, Lio — lamentou Darah. Ela se virou para olhar para o garoto de olhos puxados que se assentava na outra mesa.

Perdedor.

Darlan imediatamente levantou o olhar para ela, sua resposta foi acompanhada de um olhar mal-humorado.

Não enche.

Darah riu e começou a se servir. Não estava surpresa por Darlan também já conseguir usar telepatia. Beck e Lionel não pareceram notar a interação silenciosa entre as duas fadas, mas Arabelle observou-os como um falcão.

Quase duas horas após o jantar, Edgar já aguardava à frente das três portas quando Darah chegou ao subterrâneo no horário marcado. O garoto abriu a porta do lado direito, a mesma que os alunos atravessaram dias atrás para a festa.

Feentina: A nova guardiã realWhere stories live. Discover now