03_ Vingança.

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Emma Hills

Abri a porta de casa com ódio e arregalei os olhos vendo quem estava por trás dela.

Ruan.

- Você acabou de acordar ou algo assim? - Perguntou confuso e eu revirei os olhos.

Ele atrapalhou a minha siririca.

- Esper...

Eu bati a porta com tudo e ouvi o grito agudo dele no mesmo segundo.

- O meu pé! - Gritou ele e eu dei uma risada.

Que maldade...

Quero fazer de novo.

- O que você quer aqui? - Perguntei ainda ouvindo ele choramingar.

- Eu só vim buscar as minhas coisas. - Justificou.

- Que pena, a Ella queimou tudo. - Menti.

- Aquela...

- Não se atreva a terminar essa frase seu pedaço de bosta. - Avisei puxando o saco que eu coloquei todas as roupas de morador de rua dele.

Abri a porta e joguei o saco na direção dele.

- Qual é, princesa, não vai me deixar entrar? - Pediu me olhando com um sorriso.

- É mais provável que eu te mate. - Sorri de volta.

- Você sabe que eu te amo. - Deu um passo na minha direção.

- E você sabe que eu posso furar seus olhos com os chifres que você me deu, não é? - Ameacei.

- Eu não queria te trair, foi o diabo que me obrigou. - Tentou justificar.

- Para de envolver o Bolsonaro nessas coisas. - Fiz uma careta de nojo.

- Você nunca vai encontrar ninguém igual a mim. - Falou e eu notei que ele tava começando a ficar bravo.

- Esse é o objetivo. Já imaginou eu encontro uma lagartixa igual você?

- Foi a Ella, não foi? A Ella fez você me odiar. Eu sempre te amei, ela queria arruinar o nosso relacionamento te contando das traições mesmo sabendo que eu te amo. Ela não é sua amiga de verdade. Você vai ver no final que ela é falsa com você e sempre foi uma egoísta. - Quase gritou.

- Você tá apenas bravo porque a depressão me fudeu mais do que você algum dia conseguiu? - Perguntei com um sorriso.

- Eu te odeio. - Falou ele repetidamente surtando.

- E eu não ligo.

- Eu vou me matar se você não voltar comigo. - Ameaçou e eu revirei os olhos.

O Ruan já estava vermelho de raiva, eu entrei em casa e tranquei a porta enquanto ele gritava coisas sem sentido.

Uma vez que eu já estava dentro de casa, suspirei cansada.

Não tem como ficar pior.

[...]

Eu cai na frente de uma lamborghini e o condutor riu tanto de mim que saiu café pelo nariz dele.

O meu livro foi rejeitado por mais uma editora.

Quando eu fui comprar o meu café da manhã, o trabalhador sem querer despejou tudo na minha roupa.

Os meus pais avisaram que estariam na cidade e que passariam pela minha casa para ter uma conversa séria comigo.

Eu já falei pra eles mil vezes, que eu não quero provar a ração do cachorro por mais boa que seja.

Eu sou uma cadela? Sim.

Mas eu me recuso a comer aquilo.

O Ruan me mandou várias mensagens se desculpando e pedindo pra eu me encontrar com ele. A única solução que eu encontrei foi falar que agora to namorando o pai dele.

Outro problema é que o pai dele morreu.

E a cereja no topo do bolo, foi vários cachorros na rua terem começado a correr atrás de mim, enquanto eu gritava por ajuda e fugia como se a minha vida dependesse disso.

Eu olhei para trás, me certificando que tinha despistado os cachorros e esbarrei com alguém.

- Vai se fuder, tá cego porra? Só pode ter o olho enfiado na puta que pariu. Vê se enfia três pedaços de merda na sua buceta e vira direto pra casa do caralho. Tem trezentos lugares pra passar e você teve que escolher logo a merda do meu caminho seu pedaço de Dilma. Porra, vai se fuder. Tem inteligência não? Tem uma pedra no lugar da porra do cérebro? - Xinguei a pessoa sem nem ver quem era.

Quando finalmente levantei a cabeça arregalei os olhos.

O vendedor de drogas.

Ele me encarava em choque e eu retribui o olhar envergonhado.

- É errado eu ter achado isso atraente? - Brincou ele com um sorriso.

Eu abaixei o olhar e cobri o meu rosto com as mãos.

- Nem a minha mãe me xingou tanto quando eu levei uma facada. - Contou rindo.

Eu levantei o olhar e ele parou de sorrir na hora vendo que eu comecei a chorar.

- Primeiro aquele filho da puta do meu ex aparece na porta do meu apartamento parecendo uma praga. Depois, eu cai igual merda na frente de um carro que custa o meu rim, e o cara riu tanto de mim que eu quase me enfiei no esgoto. Ele podia ter sido o meu velho rico e eu simplesmente arruinei a minha oportunidade de ser uma princesa mimada. E mais uma vez, aquela porra da editora recusou meu livro como se ele fosse um pedaço de lixo. A minha camiseta favorita ficou com uma mancha enorme de café. Um monte de cachorros me perseguiram por 30 minutos e eu achei que ia morrer! - Contei desesperada chorando de raiva.

Eu nem percebi quando o Caden me arrastou pra um canto e assim ninguém ia me ver chorando.

Ele me encarava com preocupação e sem saber o que fazer, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

- E aquele arrombado do meu ex... - Falei com ódio. - Ele não me traiu com uma, nem com duas mulheres. Ele me traiu com 14. O meu chifre não passa nem direito pelas portas mais. E o pinto dele nem é tão grande! Ele ainda teve a audácia de vir na minha casa, insultar a minha melhor amiga e falar que o diabo fez ele trair? Que merda o Trump tem a ver com ele me trair? - Soltei respirando fundo logo em seguida. - E eu acho que um dos cachorros mordeu a minha perna...

Eu tava gesticulando tanto que o vendedor de drogas teve que desviar umas 2 vezes pra eu não bater nele.

- Você já se vingou dele? - Perguntou simples.

- Do cachorro? - Perguntei confusa. - Não, tá tudo bem. Ele podia arrancar a minha perna que eu ia até agradecer.

- Do seu ex. - Esclareceu com um sorriso.

Eu encarei o Caden sem ter nenhuma resposta e ele assentiu como se entendesse o meu silêncio.

- Nós vamos nos vingar do seu ex.

continua...

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qnd tiver 3333 comentários eu posto o próximo cap ainda hj

O Vendedor De DrogasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora