Alta

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Acordo com dores no corpo, já estou me habituando com esse teto branco, levanto minha cabeça e vejo meu pai com os cotovelos no joelho e apoiando a cabeça com as mãos, olhando para baixo.

Eu gostaria de arrancar o soro e sair sem ver a cara do meu pai mais ao mesmo tempo queria abraçá-lo e dizer a verdade, que eu não sou realmente culpada do que ocorreu.

Qual culpa eu tenho de ter sido dopada? Não direi isso a ele, é óbvio, não quero ouvir que eu sou frágil, que eles me avisaram a não tomar nada de ninguém e era para ficar atenta.

- Como está se sentindo? – Sou despertada dos meus pensamentos pelo meu pai em pé, ao lado da cama.

– Mellhor.– Respondo, segurando sua mão, e ele solta um longo suspiro.

– Ainda bem que foi só um susto, eu odeio pensar que poderia ter perdido você, S/n.

– Pai, me desculpa. – Digo mesmo não sendo verdadeiro.

– Sabe S/n, eu já tive sua idade! Você está na fase de se autoconhecer mas pra conhecer seus poderes você precisa estabelecer um limite, filha, um limite seu.

- Ok, estou entendendo nada.– falo confusa, ele ri e volta a falar.

– Você precisa ter consciência de até onde pode ir, até onde aguenta ir e, principalmente, conhecimento do que é certo e errado. - ele passa as mãos no meu cabelo- Tem que aprender a ver maldade nas pessoas, não pode se deixar levar por um rostinho bonito.

- e um corpinho? - falo com um sorriso pequeno que doeu minhas bochechas.

- Garotos tendem a pensar com a cabeça de baixo, então não.

- Entendi pai, eu entendi. – Corto-o.

- Agora será que conseguiríamos fugir daqui? Você já está realmente boa? – Diz, me surpreendendo.

- Estou. - falo animada pra sair daquele quarto de Hospital

- Então vou chamar a enfermeira e ver se conseguimos uma alta durante a madrugada mesmo. É horrível ficar aqui. - ele vai saindo e fechando a porta, quando se vira para mim - Te amo.

Ao receber alta só tive tempo de durmir e arrumar minhas coisas para ir pro prédio dos titãs.

Foi difícil ter que aceitar a mudança no trajeto. afinal vivi 15 anos da minha vida em casa, não ia me habituar com adolescentes.

Ao entrar no Prédio, já recebi vários incentivos dos meus pais de que não será tão mal quanto eu estava imaginando.

É um  prédio com vários andares, cercado pela natureza e, o mais incrível, tem várias áreas de treinamento.

O meu quarto é enorme , um tanto quanto exagerado, aposto que meu pai que escolheu, já estava completamente mobiliado a única coisa que me restou fazer foi guardar as roupas no guarda-roupa.

Por nossos filhosOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz