Capítulo Nove

598 81 37
                                    

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Fechei meus olhos e soltei um gemido exausto assim que fechei a porta do
porão.
Aquilo foi uma péssima ideia! Péssima!
Mas agora eu precisava continuar, era o único jeito. Eu provavelmente não
poderia devolvê-lo ao jardim dos Carrey como se nada tivesse acontecido.
Abri meus olhos decidida a formular um plano para levá-lo ao altar quando
o rosto branco de farinha de Dayse apareceu a sentimentos do meu, raivosa.
– Eleanor...você ficou louca? – ela não gritou, mas teve o mesmo impacto.
– Dayse...– comecei a dizer tentando buscar uma resposta que não fosse
"sim, eu devo estar louca!"
– O que vai acontecer agora? – Dayse encarou a porta do alçapão com
terror estampado em seu rosto – Você pensou nas consequências, Eleanor?
Eu não precisava dizer que agi por impulso. Sequestrar um Duque... céus...
– Eu não acredito! – Charity se colocou na frente de Dayse – Você seguiu
meu plano! Só estou decepcionada por você não ter me levado junto.
– Foi o que me apareceu – dei ombros – Eu precisava agir.
– Mas um Duque, Eleanor? – Dayse se jogou em uma cadeira próxima
parecendo muito cansada, de fato, Dayse parecia ser mais velha do que
realmente era, eu não era a única preocupada com tudo isso – Ele pode
acabar com a gente! Podemos ir para a prisão na melhor das hipóteses, e
Charity em um orfanato.
– Ele não vai fazer isso! – garanti.
– Como pode ter certeza? – Dayse estava visivelmente preocupada.

– Bem eu...– voltei meu olhar para a porta do porão – Eu vou dar um jeito.
– Você pode fazê-lo se apaixonar por você – comentou Charity começando
a se equilibrar nas costas da cadeira que Dayse estava sentada.
– Não creio que seja possível – balancei a cabeça – Ele é um Duque, pode
ter a mulher que quiser.
– Nós livros que leio...
– Charity não comece – cortou Dayse levando as mãos as têmporas, como
para deter uma dor de cabeça – Olha o que seus livros fizeram a Ellie fazer?
Não piore as coisas.
– Mas...
– Charity, livros são apenas histórias, elas não podem se converter em
nossas vidas! – Dayse reclamou.
– Você não sabe de nada Dayse – Charity parecia estar próxima aos prantos
– Livros são vidas para serem vividas e revividas, são o lugar onde
encontramos aquilo que mais precisamos...
– Pare de se iludir com romances...
– Dayse, pare! – gritei levando minhas mãos a minhas têmporas – Você
também, Charity. Já chega de discussão!
As duas congelaram, não era do meu fetio erguer a voz muito menos gritar.
– Charity suba para seu quarto – mandei.
– Qualquer lugar é preferível do que a companhia de Dayse – Charity
deixou o cômodo marchando.
Dayse abriu a boca para responder, mas a deti.
– Não é o momento, Dayse – respondi – Vocês duas já são grandes o
suficiente para pararem com essa pirraça.
– Se ela não tivesse dado aquela ideia absurda não teríamos um Duque em
nosso porão – ela respondeu.
– Você sabe que as outras opções incluem prostituição e perder essa casa – a
lembrei – Não conseguiremos pagar a dívida com trabalho decente.– Podíamos trocar de casa – Dayse falou com seriedade – Tudo está
desabando mesmo, não percebe Eleanor? Essa casa jamais será a mesma.
Engoli em seco, não tínhamos mais a mamãe nem o papai, um dia
estávamos unidas e no seguinte brigando. Talvez ela tivesse razão, tudo
estava desabando.
Mas ainda existia chance de reconstruir, não é? Eu não podia - não queria -
suportar a ideia de perder tudo isso. Aquela casa era minha vida, ela tem
memórias, minhas memórias.
– Podemos ir para outro lugar – sugeriu Dayse – América? Dizem que lá é
um bom lugar para construir uma vida.
– Não vou abandonar essa casa, Dayse – com dificuldade, comecei a
empurrar a cristaleira para trancar a passagem do porão – Sei que não
podemos voltar a ser como era antes, mas podemos fazer dar certo.
Dayse balançou a cabeça com os olhos molhados.
– Você, assim como a Charity, está se iludindo – ela andou em direção a
porta – Alguém precisa permanecer na realidade aqui.
– E alguém...– comecei a falar quando ela já havia subido as escadas –
...precisa ter fé, e esperança.
E eu ainda precisava de um plano para levar o Duque ao altar.

Roubando o Duque [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now