Capítulo Três

661 84 25
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Eu tentava não correr na calçada quando avistei a Condessa de Allendel subir em uma grande carruagem. Mais um sinal de que eu estava atrasada. A Duquesa já havia acordado, e eu provavelmente receberia uma bronca.

Acabei dormindo até tarde depois de ter passado à noite em claro pensando em Dayse e no que estava incomodando-a. Sentia que algo muito sério havia acontecido e ela estava escondendo.

Porém, era improvável que a Duquesa aceitasse essa desculpa pelo meu atraso. Ela deveria estar uma fera!

Corri em direção a porta dos fundos entrando na cozinha da residência.

A cozinheira, Lucy, logo me recebeu com um olhar preocupado.

– Está atrasada menina – disse ela me avaliando com o olhar gentil – Não dormiu, estou certa?

Lucy limpou as mãos gordinhas no avental sujo de farinha, ela era a criada mais velha da casa e andava sempre com as bochechas coradas e os olhos brilhando.

– Certa como sempre, Lucy – respondi lançando um olhar para a mesa que tinha biscoitos recém assados enfileirados me fazendo querer salivar com o maravilhoso cheiro que preenchia a cozinha.

– Vamos menina, pegue um biscoito – ofereceu Lucy e meu estômago roncou em resposta – Ou pegue logo dois.

– Obrigada Lucy, você é um anjo – respondi já com a boca cheia.

Subi as escadas da cozinha em direção a ala principal de dois em dois degraus, colidindo de frente contra uma das criadas.

– Me desculpe Marcy...– comecei a dizer com pressa, me distanciando.

– Oh se apresse Eleanor – disse Marcy parecendo aflita – a Duquesa está soltando fogo pelas ventas!

Assenti andando o mais rápido que eu conseguia. Aquilo não era um bom sinal. Eu não podia me dar ao luxo de ser despedida por um único atraso em minha vida! Segundo Charity – que foi quem me acordou dizendo que dava para me ouvir roncar da França – Dayse ainda não havia saído do quarto.

Aquilo estava me preocupando cada vez mais, desde que papai morreu, ela não foi mais a mesma. Ela se fechou para mim e Charity.

E eu temia que ela tivesse feito algo grave. Dayse não roubaria, sei que ela não é capaz, mais a cinquenta libras que ela conseguiu não vinham apenas do cabelo.

– Até que enfim apareceu – a voz da Duquesa despertou-me dos meus pensamentos e só então notei que havia chegado na porta do quarto dela.

– Me perdoe Vossa Graça ...– fui falando entrando no quarto com passos hesitantes – ... eu acabei...

– Me poupe de suas desculpas – ela fez um gesto banal com as mãos – Venha logo me ajudar. Irei fazer compras!

Estranhei, Marcy disse que a Duquesa estava "soltando fogo pelas ventas", mas ela parecia perfeitamente normal... nem mesmo o luto a estava afetando.

Roubando o Duque [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora