Submissa Ao CEO

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Já era noite, e como todas as noites de sexta, Crystal Adams tinha um compromisso inadiável com o CEO.
Naquela noite, o ar parecia mudado, o clima estava a seu favor, seu cabelo ruivo rebelde resolveu estar de bom humor, sua melhor amiga com quem dividia o apartamento tinha decidido viajar para a casa dos pais. Estava tudo fluindo ao favor dela.
Honraria seu compromisso e finalizaria na noite de domingo como da última vez.
Pelo menos é seu desejo.

Crystal Adams nasceu em um lar católico. Foi instruída desde pequena sobre o que era certo e o que era errado. Sobre a bênção e o pecado. Sobre a morte e a salvação. Sobre o céu e o inferno.
Crescera crente de que nunca, em hipótese alguma, seguiria os passos de Isabella Marks, sua ex vizinha. Àquela cujo sobrenome era pecadora, fútil, vulgar, fácil, prostituta.
Durante anos, vira sua mãe sentar a mesa de jantar, e falar sobre a vizinha da casa ao lado.

— Soube que noite passada dois homens saíram de lá de dentro.

— Não são homens, são cafajestes. Impuros. Pecadores. — Salete Adams, irmã de Crystal e atualmente, vice-presidente do grupo de mulheres e professora da catequese da Igreja Católica St. Gregory.

Mais conhecida como "perfeição".
Crystal ouviu calada sua mãe e irmã comentar sobre uma mulher que ao seu ver, não passava de apenas uma mulher. Sim, uma mulher livre, independente e que de qualquer maneira, parecia viver bem.

— Não é agradável falar sobre esse tipo de coisa enquanto estamos comendo, Sandra. — Jofrey Adams, pai, marido, e... bom, Jofrey Adams.

— Que tipo de coisa, marido? Estamos apenas comentando fatos. Fatos esses que são expostos bem em nossa porta.
Com apenas um olhar gélido para a esposa, Sandra recuou do seu discurso nada promissor na mesa de jantar. E ali, em meio a apenas um olhar, Crystal percebeu que havia algo de errado.

Lembranças são o tipo de coisa que nos trazem diversos tipos de emoções. Diferentes em cada ser humano, em cada tipo de pessoa com personalidades e jeitos completamente diferentes.
Crystal sentiu nojo automaticamente. Como eu disse, nem todo mundo reage da mesma maneira ao lembrar dos pais, ou qualquer outra coisa importante acontecido na infância ou em qualquer parte da vida.

Seu celular apitou com uma nova notificação e ela sabia, era ele. Ele chegara.
Crystal se olhou em um espelho e viu a fisionomia cansada e de desgosto em seu rosto. E não, não era pelo CEO, não. Era por suas lembranças.
Sua mãe lhe cansava, sua irmã lhe jugara e seu pai mentira para si, mesmo todos eles estando do outro lado do mundo.
Nenhum deles eram dignos de seus pensamentos, muito menos dos seus sentimentos. Por isso, jogou o cabelo ruivo de lado, passou a mão sobre o vestido social de mangas longas preto, vestido esse que ia até a altura dos seus joelhos e continha um lindo e desenhado decote.
Sentiu-se bela. Ela era bela. Sempre fora bela. A mais bonita das filhas (e mais inteligente), a mais bonita da classe, a mais bonita do grupo de jovens... Seus cabelos com certeza davam um belo destaque, mas, evidentemente a beleza de Crystal era única, como um cristal. Um raro e valioso cristal. E seus olhos, ah, os seus olhos... nem mesmo o oceano se comparava ao azul infinito dos olhos dela. O céu em dias de verão? Não! Nem mesmo o céu em dias de verão. Era algo mais além, algo ainda indecifrável.

Crystal Adams foi agraciada com a beleza angelical, e todos ao seu redor sabiam disso.
Seu celular tocou novamente. Era ele. Ela sabia.
Por mais que amasse ser castigada, sabia que não devia deixar o CEO esperando por mais tempo. Ele sabia ser bastante tenebroso quando queria e ela não queria aquilo, não naquela noite. Não naquele final de semana.
Por isso, pegou a bolsa e seu smartphone, e saiu.

~

Yoo Kihyun estava à quase quinze minutos esperando ali. Tinha que comparecer a uma cerimônia e ela ainda não havia descido. Mesmo depois dele ter mandado duas mensagens para seu telefone. Duas!
Não é como se ele se importasse com o horário, porque não se importava. Não se importava nem mesmo se chegasse ao final da cerimônia, ou se não fosse. Mas se importava o suficiente com a dama atrasada.

Apenas Aproveite Os MomentosWhere stories live. Discover now