Evitando Compromisso Parte 2

Sobrevivência e mudanças

Meredith

Já se passaram dois meses, dois meses desde o acidente que matou Marilla e Thomas, dois meses que Harry também se foi. Tentar ignorar o luto não foi uma das minhas melhores ideias, isso só fez com que eu guardasse só para mim tudo o que estava sentindo, até que eu explodi. Me sinto melhor, mais aliviada, ainda dói, mas, agora, sinto que posso realmente sobreviver com essa dor e seguir em frente.
Eu e o Derek ficamos em casa por semanas, só nós dois. Apenas consolando um ao outro, às vezes com lágrimas, as vezes só a angústia, às vezes deixamos a dor de lado por um instante e sorrimos.
Certo dia, tentamos cozinhar uma comida diferente juntos, mas acabou em um desastre, a comida queimou, a cozinha ficou uma zona e no final pedimos comida japonesa; aquela foi a primeira vez que sorri desde todo o ocorrido.
Há uma semana concordei com a terapia, Derek já foi liberado, mas eu ainda não. Estou tão ansiosa para voltar logo!

Algumas coisas estão prestes a mudar: Cristina recebeu um cargo para chefia da cardio em Minessota então, ela vai voltar pra lá. Ela diz que não, mas eu sei que ela também esta fugindo do turbulento relacionamento que se tornou o dela com o Owen;
A mãe da Maggie está doente, ela vai voltar para L.A amanhã para dar apoio para seu pai e cuidar da mãe, não sabemos quando ela vai voltar;
Lexie vai voltar a morar aqui em casa de novo, ela e Mark ainda não fizeram as pazes, ainda estão superando o ocorrido;
Amélia começou a namorar o novo ortopedista do hospital, Link, e não se desgrudam, literalmente. Fazem barulho a noite toda;
A casa dos sonhos está finalmente pronta, estamos encaixotando nossas coisas para iniciar a mudança em breve.

— Meu voo é daqui a pouco.— comentou Cristina assim que chegamos no aeroporto e ela avistou o painel de voos— Se quiser eu fico por mais uns dias. Eles não vão se importar se eu adiar a vigem pra daqui um mês.

— Não. Você deve ir, é uma grande oportunidade, quanto mais você ficar, mais difícil vai ser depois. Eu também tenho que seguir em frente, preciso voltar a ser quem eu era antes. — O voo dela foi anunciado e nos abraçamos.

— Tem certeza que vai ficar bem?— Nesse momento meus olhos já estavam lacrimejando.

— Eu vou ficar bem... eu te amo Cristina.

— Eu também te amo Mer. — Ela se afastou do abraço e se virou para embarcar, mas deu meia volta. — O que eu digo pro Nathan quando eu encontrar ele?

— Ah...manda ele se fuder.— Falei rindo, mas é exatamente o que eu quero que ela faça
— Boa escolha.— Se despediu de mim mais uma vez. Fiquei assistindo ela embarcar e fui pra casa.

Derek

— Essa é uma grande proposta Bailey.— Falei com espanto, mas me sentindo lisonjeado.

— Não é definitivo Shepherd. Preciso deixar a chefia por pelo menos um ou dois anos, esse é o tempo que eu preciso pra me estabilizar. Mas se eu estiver pedindo demais...

— Não... é claro que não. Será uma honra ser chefe de cirurgia por " um ou dois anos" do Seattle Grace. — Aceitei de bom grado ser chefe, por mais que eu nunca tivesse me visto nessa posição.

Cheguei em casa e fui direto para o quarto. Mer estava lá, sentada com um livro na mão, sorriu assim que me viu entrar.

— Oi...— Me atirei em cima da cama e comecei a beijá-la.

— Oi...— Correspondeu e continuou o beijo.

— Eu tenho novidades.— falei ansioso.

— O que!?— perguntou animada e curiosa.

— Bailey me chamou pra ser chefe de cirurgia!

— Sério!? Isso é incrível!— disse entusiasmada e me dando um grande abraço. — Mas o que aconteceu ? A Miranda está bem?

— Ela só disse que precisava se afastar por um ou dois anos. Mas ela vai voltar. — afirmei—E você? Como foi o seu dia?

— Eu fui para a terapia e ela ainda não me liberou, devorei a caixa de cereal que você comprou ontem, assisti um filme de terror e .... deixei a Cristina no aeroporto, foi mais difícil me despedir dela do que eu pensei. Mas, por outro lado, eu sinto que eu estou finalmente pronta pra minha vida voltar a andar, sabe: meu trabalho, minha pesquisa, eu e você, nossa casa, nossos amigos. Eu quero isso Derek. Eu quero o que eu ainda posso ter. — Em seu tom de voz sincero, surgiu de novo aquele brilho nos olhos dela que a tanto tempo eu não via, que faz o meu coração palpitar, que faz meu estomago criar borboletas, o brilho em seu olhar voltou e eu sei que o meu também.