Capítulo 7

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Ao acordar, Aisha começou o dia com uma carta de sua noivo, que parecia feliz em comentar sobre seus feitos na noite passada. Especialmente sobre seus talentos dançarinos.

''Aisha,

Como foi um prazer dançar com a senhorita. Não pisou em meus pés e eles agradecem profundamente por isso! Espero que a lua seja a prova do quanto você foi perfeita, para o desagrado de meu humor.

Sem poder criticá-la, Timotthe.''

Aisha bufou lendo a carta. Ele esperava que ela errasse? Justo numa festa como aquela? Ela sentiu vontade de gargalhar. Tolo, pensou. Ela tivera um erro, que fora quase desmaiar, porém Timotthe parecia desconsiderar isso. Dessa forma, Aisha apenas deu de ombros e escreveu:

''Timotthe,

Fico feliz que seu humor esteja tão ofendido pelo fato de eu ser perfeita e não ter errado um único passo. Seus pés estariam menos felizes se isso tivesse acontecido. Espero que tenha uma manhã ótima de sono, pois talvez eles precisem de descanso.

Perfeitamente, Aisha.''

A criada levou a carta, enquanto a jovem voltou a tomar seu café.

Os pães e frutas sobre a mesa do seu quarto eram acompanhados por um pouco de café e chá. Aisha optara por comer no quarto hoje, não estava com paciência para a provocação das irmãs. A festa de Mina fora a uma semana e hoje o dia estava calmo, nada de excepcional marcado.

Aisha usava um vestido branco, leve e bonito, confortável para ficar em seu quarto. Seu cabelo ruivo estava preso em um coque baixo e frouxo, com algumas mechas caindo em seu rosto sereno. Ela se sentia plena e bem, e na sua frente, dentro de um pote com água e já murchando, a rosa branca que Timotthe lhe dera.

Aisha ficou olhando para as pétalas que ameaçavam cair e resolveu que já era hora de jogar fora, apesar de não querer.

- Gina. - ela chamou sua criada. - Poderia jogar essa rosa fora, junto com a água dentro?

Gina fez uma reverência e saiu. Sua criada era uma plebeia comum, de olhos castanhos e cabelos negros. A pele sardenta era bonita e bem tratada, pois Aisha sempre cuidava muito bem dela. Tentava não sobrecarregar a criada e fazia questão de tratá-la bem, comprando roupas decentes e lhe dando um salário alto. Ela via Gina como uma aliada e Aisha cuidava de seus aliados.

Desde que ela se lembrava, Gina estava ao seu lado. Ainda era jovem, não tendo muito mais do que 10 anos a mais do que Aisha. Era uma amiga e uma acompanhante perfeita. Silenciosa quando necessário, centrada e inteligente, porém muito observadora.

Quando a criada voltou, dessa vez voltou com jornais no braço.

Aisha pegou eles e bebeu um gole de seu chá.

No jornal da aristocracia já falavam sobre a festa de Mina e sobre boatos dela com Damon Guton. Nada que Aisha já não esperava. Mas no jornal dos plebeus, comentava sobre a alta de preços nos impostos e nos produtos. As coisas se tornavam conturbadas entre o príncipe e a aristocracia.

Porém o que chamou a atenção de Aisha foi um jornal estrangeiro. Era um jornal que era vendido em alguns pontos da cidade, mas com pouco frequência e que geralmente quase não tinha nada de útil, mas naquele dia, havia algo interessante.

O jornal vinha de um reino vizinho, chamado Koria, que havia como soberanos um rei e uma rainha. Eles tinham uma filha jovem, de apenas 9 anos. Eram conhecidos pela grande exportação de sal e minerais extraídos de suas minas. E segundo o jornal, não era mais o rei e a rainha que comandavam, eles haviam botado a princesa no poder. Mas a garota tinha apenas 9 anos, o governo ainda estaria na mão dos pais. O que eles planejavam?

Aisha - A Filha Do DuqueWhere stories live. Discover now