Aquele festa era a chance de Jeon se aproximar de Park Jimin, sua paixão secreta. Mas, se soubesse o que aconteceria naquela noite, sequer teria desejado. Porque estando em um relacionamento tóxico e sendo vítima de um abusador, Jimin não vê saída a...
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Acho que o Jimin levou a sério quando disse que se abraçasse o coelho com força, seus problemas sumiriam, porque não o soltou desde que saímos do parque e tenho a leve impressão de que aquele urso não é mais meu. Porém eu realmente não ligo, ainda que possua um grande e exagerado apego emocional por minhas coisas, não me importo em compartilhar com ele. Ainda mais porque Jimin ficava fofo assim, espremendo suas bochechas cheinhas, competindo sem querer com a fofura do bichano de pelúcia...
Só que ele podia tá espremendo elas em mim, né...
No entanto, entendo que Park precise de espaço e de um momento de paz, só dele e de seus pensamentos, porque o que aconteceu mais cedo foi realmente ruim e nem de longe quero fazer com que se sinta obrigado a qualquer coisa, só quero estar aqui...
Ainda que este silêncio mortal e as olhadas que o motorista nos dá hora ou outra pelo retrovisor do carro, me deixasse inquieto, consigo entender que as vezes o silêncio é primordial e por isso não me ative a falar palavra alguma.
Fiquei olhando pra fora enquanto pensava em tantas coisas. Em como em poucos dias tudo pareceu fazer sentido, mas ao mesmo tempo, não. Eu estou aqui com ele, mas sinto que nada disso é real porque foi tudo tão rápido que me assusta. Até porque desde que me entendo por gente, sou um desgraçado azarado da porra que nada de bom acontece, então as chances disso aqui ser um sonho é maior do que as chances de eu conseguir uma bolsa pra faculdade.
Porra...
Permaneço olhando para a paisagem escurecida pela noite e borrada pela velocidade do carro, até que levo um susto quando o veículo passa por um buraco e o corpo do Jimin que estava leve como uma pluma, foi jogado ao meu, colando sem querer seu rosto em meu busto.
Ele acordou no susto e me olhou.
Suas bochechas infladas e rubras, seus lábios cheinhos com o canto sobressalente, mantendo um sorriso acanhado e sonolento. Ele me olhava de um jeito retraído, bem diferente do usual quando seus lumes sempre me faziam derreter sem muitos esforços.
Essa dualidade dele é foda...
Porque agora, Jimin parecia receoso por ter esbarrado em meu corpo sem querer, quando horas antes estava me chupando... acho que nunca vou me acostumar com isso. Na sua espera de qualquer palavra minha, o que faço é deslizar meu braço por trás de seu corpo e puxá-lo pra perto.
Seu rosto se iluminou sutilmente e então sorriu, apoiando a bochecha no meu peito e então olhou para fora. De igual modo, meus lábios se esticaram em um riso frouxo e satisfeito. O motorista me encarou, mas dessa vez, o cara também sorria, então tive a ligeira impressão de que ele havia feito de propósito só pro Jimin ficar pertinho de mim.
