Aquele festa era a chance de Jeon se aproximar de Park Jimin, sua paixão secreta. Mas, se soubesse o que aconteceria naquela noite, sequer teria desejado. Porque estando em um relacionamento tóxico e sendo vítima de um abusador, Jimin não vê saída a...
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Se acha que eu consegui dormir assim que li a palavra dengo, você está redondamente enganado.
Sobre a minha boca um sorriso grande e estranho se delineou no instante que li e ele não morreu por um bom tempo. Minha ansiedade me cobriu como um edredom em uma noite fria de inverno, me impedindo até mesmo de fechar os olhos por boas horas.
Deixei-os fixados ao teto enquanto ponderava muitas coisas, inclusive, do porquê ele me ter me chamado de um jeito tão carinhoso se não havia nada além do carnal entre nós, não ainda.
Ele sabe das minhas reais intenções, mesmo que eu não dissesse ou até se mentisse, meu coração tão boiola nele entregaria no primeiro instante assim que a negação saísse de meus lábios. Pois é, vivi tantos anos apaixonado que agora tenho medo que minha intensidade o assuste e inevitavelmente o afaste.
Quando pequenos raios de sol invadiram e expurgaram o breu do meu quarto, eu estava na merda com uma puta dor de cabeça. A primeira coisa que fiz assim que abri os olhos, pasmem, foi reler a mensagem dele e sorrir mais uma vez com a gostosa sensação de ser o dengo dele.
Porra, será que eu realmente sou o dengo de Park Jimin?
Eu-sou-o-dengo-do-Park-Jimin
Se sim, que sorte a minha, né?
Permaneço sentado na cama enquanto alinhava meus pensamentos, ouvindo os latidos dos cachorros da vizinha fofoqueira, o som de alguns carros que passavam na rua e a voz da minha mãe que não conseguia falar baixo com ninguém. Sério, eu morro de vergonha e de medo de trazer alguém aqui em casa e a pessoa ir embora com problemas de audição.
Acho que isso é mal de mãe, né?
Falando em mãe, o cheiro do café recém passado invade o quarto e logo faz meu estômago se agitar pela fome, mas no mesmo instante, o nervosismo por ter um encontro com Park me fez desistir de comer.
Eu simplesmente não consigo, sou um fraco, eu sei!
Olho mais uma vez meu celular ainda em dúvida sobre tudo o que programei para este dia. Porque depois de passar anos apaixonado por uma pessoa e do nada, ser notado por ela — o que só acontece em fanfic —, a gente tem medo de acabar não sendo o suficiente e não suprir as espectativas, mesmo que elas sejam baixas.
E, honestamente, ainda acho que entrei em coma naquela festa e nada disso é real.
— Jungoooo? — ouço o berro da minha mãe e instantaneamente, levanto da cama. — É, isso é real...
Sigo até a porta, mesmo com a minha cara toda amarrotada pelo sono excessivo. Assim que abro, minha mãe fica encarando meu rosto.
— Eu já tô indo pro trabalho, vê se come alguma coisa, tá?
