Belinhas

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Libélulas são os seres mais livres
Conhecem a extensão dos mares na juventude
E quando adultas a imensidão do céu
Exploram tudo com leveza
Chegam aonde querem

Elas ajudam no equilíbrio
Trazem leveza às paisagens
Veem tudo, 360 graus
Fazem de sua brave passagem memorável
E com grande velocidade podem descobrir tanta coisa

Eu pessoalmente gosto de chamá-las de belinhas
Acho que é um bom nome para seres tão especiais
Elas buscam a verdade
Talvez o verdadeiro significado da vida
E nos dão diferentes respostas

Algumas acham que é a liberdade
Então voam alto
Voam sobre as águas
Aproveitam cada instante
Sempre descobrindo a beleza do mundo

Outras acham que é o amor
Vivem em busca de algo subjetivo
E quando encontram manifestam isso
Duas libélulas encaixam-se perfeitamente formando um coração
E disso a vida continua, desse amor

Outras acham que é no poder da transformação
Apreciando cada estágio de suas vidas
Desde quando nas águas até o dia que deixam os céus
Essas têm prazer em fazer parte do ciclo de todas as coisas
Sabem de sua importância

Porém algumas não conseguem achar respostas
Acabam por perder sua própria liberdade
Vão em direção ao que parece bom, algo iluminado
Mas são apenas ilusões
Terminam a jornada olhando as outras por uma janela

As vezes me pergunto qual libélula sou
Mesmo sabendo a resposta tento me imaginar diferente
Seria eu aquela que prioriza a liberdade?
Provavelmente não
Talvez a que encontra o amor?
Definitivamente não
Tenho a esperança da transformação?
Talvez
Mas por agora estou na janela, preso em uma teia

Será que um dia vou ver o mundo?
Será que um dia vou amar?
Será que um dia vou saber minha importância?
Queria eu não viver de ilusões
E ser a belinha que descobre o verdadeiro significado de se estar vivo.

Vozes ao acaso Where stories live. Discover now