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As semanas em que os dois, Isabella e Mitsuya, se ignoraram, não foram poucas. Na cabeça de ambos, isso não era vergonha, apenas livramento.

Enquanto Mitsuya passava menos tempo em seu ateliê, Isabella começou a passar mais tempo trabalhando e procurando trabalho dentro da empresa, saia de lá junto com Mikey, que estranhava cada vez mais sua vontade tão grande de trabalhar.

— O que acha? Devo escrever dicas para cuidar de gatos de rua no final? — Baji dizia abaixado no meio fio, enquanto ela fotografava dois gatos brincando em um beco — Posso escrever minha experiência nisso...

— Hm? experiência? — ela pode ver o sorriso do homem aumentar

— Sim, eu cuido de vários gatos lá em casa. Toda noite aparecem na minha janela — comentou, fazendo-a sorrir

— Isso é bem fofo — se levantou — os animais nunca se deram muito bem comigo — murmurou magoada — meu gatinho gostava só da minha irmã e dos meus pais, então eu não pude trazer ele pra cá — bufou, escutando a gargalhada de seu amigo

— Não é bem assim, alguns não gostam de mim também... — sua voz falhou, o que fez ela o olhar — Ok, todos gostam de mim, mas isso é um dom meu.

Voltando para a empresa, os dois pararam em uma padaria para comer e levar algo para mimar o chefe. Eram biscoitos em formato de peixe, ela nem questionou, pareciam mesmo gostosos.

— Entããão... — o homem passou o braço pelos ombros dela — Não vai contar nada pro meu amiguinho?

— Sobre? — o olhou confusa, vendo ele se aproximar com um sorriso provocador

— O que rolou no elevador? — observou atentamente os olhos de Isabella se arregalarem e seu rosto se tornar mais quente

— Que? — o som da palavra se tornou estranho quando pronunciado por ela, com uma voz fina e quase gritante, teve que coçar a garganta para continuar sua frase — Do que você tá falando Keisuke?

— ... — segurou o riso — Nahoya e Souta disseram que o elevador estava estranhamente quieto para dois inimigos mortais do prédio — ponderou — além disso, você não reclamou nenhuma vez sobre o ocorrido, nem mesmo estava parecendo irritada sabia?

— Keisuke... — sussurrou, puxando o ar pelo nariz em seguida — Desde quando você virou algum tipo de detetive? Parece que tá tentando resolver um caso criminal, sabia? — empurrou-o levemente, não o suficiente para que ele tirasse o braço de seus ombros — Não aconteceu nada, nadinha. Nós ficamos quietos, fingimos que nem existíamos, como normalmente fazemos.

— Você mente mal.

— Não estou mentindo! — se virou irritada — Mitsuya é o ultimo cara no mundo que eu me relacionaria, tanto sua personalidade, como suas atitudes e aparência não me agradam nem um pouco — mentira, mentira, mentira — além de tudo, é um merda comigo, não sou nenhum tipo de cachorro de rua — observou o homem rindo baixo enquanto puxava para mais perto — O que fo- — sua voz faliu quando ela viu Mitsuya passar ao seu lado quieto, com uma postura bem acentuada e uma expressão quase irritada, enquanto entrava no prédio rapidamente.

— Magoou ele — fez uma voz de choro. Demorou segundos para que ela respondesse, tentando raciocinar o que tinha acontecido

— Se toca Baji, ele tá igual todos os dias e já falou pior pra mim — se afastou de seu braço — vamos entrar

Cansada, desceu da moto de Baji, que havia educadamente pedido (mandado) para que ela aceitasse uma carona (subisse na moto e dissesse o endereço).

— Obrigada — sorriu entregando o capacete — até amanhã, Keisuke.

WORK IT, Mitsuya TakashiWhere stories live. Discover now