Capítulo 10 - O Primeiro Verdadeiro Amor

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Já era segunda feira e Eduardo prestava atenção à aula, que muito lhe interessava.

Foi quando um bilhete chegou em sua carteira:

"Oi Edú,

Muito chato o lance que está te acontecendo.

Eu já passei por isso. É como se o mundo fosse cair.

Posso te ajudar. Confie em mim, por favor. Não me atire pedras só porque eu não te contei antes. Eu já havia pensado em te contar dezenas de vezes, mas acabava dando para trás. Tinha medo que se afastasse e eu te perdesse.

Acredite, eu sou seu amigo.

Pensei que ia me ligar no Domingo, mas pelo visto você devia estar chateado. Desculpa por não ter te contado. Eu adoro você.

Cuide-se, hein?

Ass.: Fábio"

Eduardo sentiu um alívio na alma. Viu o quanto fora injusto com o amigo. Com o Fábio, que era o seu único e verdadeiro companheiro, aquele que conquistara por ser especial.

Não poderia jogar fora uma amizade tão sincera como esta.

Suspirou e sorriu.

Devolveu o bilhete:

"Puxa cara, desculpa mesmo.

É até bom que eu tenha o mesmo "problema" que você, assim a gente não se afasta mais. E eu entendo você não ter me contado. Eu também tentei, mas fiquei com medo, assim como você. Mas na hora do intervalo conversaremos melhor."

(***)

Já no pátio, Edú e Fábio se encaravam e riam:

- Seu gay! – Eduardo comentou, apenas de brincadeira.

- Obrigado – revidou Fábio – a senhora também é uma bicha muito donzela!

- Ê... Qual é? Tá me estranhando? – fez Eddie engrossando mais a voz.

- Nem... – disse Fábio, tornando a conversa mais séria – Que estranhando o que? Vai dizer então que você e o Rodrigo não estão de casinho?

- Hein? – fez Duda aturdindo-se.

- Ah, qual é Eduardo? Para cima de mim? – e cotovelou o amigo, dando uma piscadinha.

- Não Fábio, a gente não tem nada... – o garoto respondeu sem jeito.

- Porque você não quer! – disse Fábio, liberando informação.

- Como assim? – indagou Eddie totalmente interessado. Afinal, falou de Rodrigo, falou do que queria ouvir.

- Vai dizer que não percebeu que o Rodrigo tá caidinho por você?

- Tá? – disse Ed, tentando fingir surpresa. Claro que sabia que Rodrigo estava de olho nele. E lógico que Rodrigo sabia que Edú também lhe tinha atenção.

- Claro! – respondeu Fábio, caindo no teatrinho de Ed – Qualquer um pode ver! Ainda mais eu que o conheço há séculos e posso lhe contar melhor que ninguém! Ele está parado totalmente na sua.

- Puxa... – Dudú perdeu-se diante de um pensamento: tá, ele gostava de Rodrigo, tá ele era gay, mas ele nunca... – Fábio, eu nunca, nunca...

O amigo entendera:

- Eu sei que você nunca ficou com um rapaz! Mas isso a gente resolve logo! Basta encontrar Rodrigo novamente.

A Casa do Começo da Rua (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora