Capítulo 4 - Rise Up

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Eu continuava me sentindo atordoada à medida que ia recobrando à memória dentro do hospital, lembrando das coisas que haviam acontecido, ou como havia ficado amedrontada com o inferno que havia sido a noite passada.

De imediato não entendi aonde estava, mas ao ver 3 figuras paradas a minha frente, tive consciência que coisa boas não haviam acontecido.

Meus pais não paravam de chorar um minuto sequer, era a segunda vez que escutavam a mesma história pela boca da minha amiga, e mesmo assim, agiam de forma que se estivessem sabendo de tudo o ocorrido naquele momento.

Papai soluçava enquanto me abraçava, deitado ao meu lado dizendo que me amava.

O jeito como haviam sido informados sobre o incidente de ontem havia sido desastroso por si só, sem mencionar o pânico que causou a todos.

Eles meio que foram obrigados a deixar meu avô internado no hospital aonde estavam, para assim, pegarem um ônibus de última hora afim de voltarem para o Rio de janeiro querendo ver como eu estava.

Mychelle desconfiou a respeito do meu repentino sumiço do baile, decidindo ir me procurar em meio à aquela bagunça toda que rolava no salão principal. Para o espanto dela, acabou me encontrando imobilizada ao chão prestes a ser estuprada pelo menino que à muito tempo consideramos nosso amigo.

Esperava que nunca tivesse que olhar para a sua cara novamente. Eu sabia que Kawan havia agido por impulso, mas isso não justificava o modo como tentou tirar minha roupa e fazer sexo a força comigo. Com certeza, surtaria se preciso fosse encará-lo mais alguma vez na vida, seria uma péssima brincadeira de mau-gosto do universo

-Tudo vai ficar bem, meu amor. Papai está aqui – disse ele, vendo o quão debilitada eu demonstrava estar naquele momento – descanse, você está segura agora.

Sentindo o toque quente de sua mão sobre a minha. Me deixei apagar e dormir a fio pelas duas horas que vieram a seguir. O descanso para minha recuperação seria eficiente nesse momento.
 

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Aproveitando que meus pais haviam saído para conversarem com o diretor, sobre o ocorrido, e quais eram as providências a serem tomadas por ele a respeito do aluno para que isso não voltasse a acontecer dentro do colégio outra vez.

Mychelle pulou seu traseiro para em cima da cama, aconchegando-se ao meu lado, cabisbaixa.

-Como está se sentindo agora? – questionei, com medo de me tocar e tudo ir pelos ares no segundo seguinte.

-Bem eu acho, minha cabeça continua zumbindo sem parar – contei, esfregando meus dedos contra as têmporas – tenho que ver se tenho mais algum remédio para dor de cabeça.

-Posso chamar uma enfermeira para te examinar – propôs ela.

-Não tem precisão. Deve ser por causa da queda de ontem. Choquei minha cabeça com tudo no chão duro - confirmei.

-Tem certeza?

-Claro que tenho – afirmei, não muito consciente se tinha certeza mesmo.

-Conhece os riscos que tem de ter uma hemorragia interna, então não brinque. Não é mais uma criança para eu ter que ficar te explicando a gravidade da situação – avisou ela.

Sem querer, um silêncio chato nos rondou. Não erámos de brigar e ficar dias com a cara virada uma para a outra, sabe. Mas quando se tratava de discussões sobre os erros uma das outras, éramos especialistas nisso.

-Olha tem algo que quero te perguntar, mas estou juntando coragem para isso... – digo, como alguém que não quisesse nada demais.

-Sei muito bem o que você quer conversar. Só acho melhor deixarmos isso para deixarmos para depois. É tudo muito recente – disse ela, olhando para direção da porta.

ARTPOP : O Início de Uma Vida (Livro 1) - John Victor Rocha  Where stories live. Discover now