FALLING | ʜ.ѕ

EXTRAS 1

— Mas que porra é essa, Felicity? — Howard disse a mesma coisa que eu, enquanto tinha seu rosto vermelho. — ROBIN? Porra, cara, eu vou te matar! — Howard arriscou correr para dentro do quarto mas eu o impedi, extremamente raivoso e torcendo para que Howard enchesse o tal do Robin na porrada.

— Não se mete, Howie — ordenei, controlando a voz de raiva enquanto via Felicity encharcar os olhos de lágrimas. — Deixem eles, não percebe que está atrapalhando? Sua irmã está usando o tempo em que o pai e a mãe não está em casa para transar com o vizinho — ironizei, cheio de ódio. — Ou estava estudando? Não sei, ela deve gostar de estudar anatomia na prática.

— Vai me dizer que nunca fez isso, pai? Você e mamãe vivem se pegando pelos cantos e não vá me dizer que ela foi sua primeira mulher! Howie nem tem mais desculpas para sair de casa no meio da noite para transar com alguém. E Faith, não me olhe como se eu fosse a pior pessoa do mundo porque você já fez pior que isso! O que há de errado em querer provar coisas novas? Vocês não são os mais santos dessa casa, então não falem como se não fizessem a mesma coisa! Eu estava transando sim, e daí? Virou crime agora? Garanto que se fosse Howard no meu lugar você não estaria dando esse show todo! — Licie explodiu. Pude ver seu rosto ficar vermelho em fração de segundos, e isso era algo que ela havia herdado de mim, pois eu tinha a certeza absoluta que o meu estava tão vermelho quanto o dela.

Howard riu sem acreditar, assim como Faith. Eu arqueei minhas sobrancelhas, não acreditando no que havia saído da boca da minha filha mais nova.

— E nem pra você ficar calada... — murmurou Faith.

— O que há de errado, Felicity? Céus, você tem toda razão, não há nada de errado! — Ri irônico. — Minto, na verdade era algo de errado sim. A única coisa de errado aqui é eu ter sido idiota demais ao acreditar que minha filha já estava crescida demais para que eu pudesse ir trabalhar um dia em paz e despreocupado. Mas pelo visto estava enganado, porque enquanto eu estava trabalhando igual um idiota para te dar tudo que eu posso, você estava fodendo com um fedelho embaixo DA PORRA DO MEU TETO! ENTÃO NÃO, NÃO HÁ NADA DE ERRADO AQUI, FELICITY! — Senti minha garganta fechar com a quantidade de raiva que eu sentia naquele momento e respirei fundo, abaixando o tom de voz. — Não há nada de errado nessa merda! Não há nada de errado em eu ter confiado em você e não há nada de errado você ter mentido na cara dura para o seu próprio pai! Não há nada de errado em ter me enganado, não há nada de errado em ter perdido a minha confiança! — Senti minha voz falhar, meus olhos encherem de água de tanto desgosto, mas me segurei. — Então, se me der licença, eu estarei fora para que você possa terminar o que começou. Espero voltar, não ver nenhum rastro dele aqui e nenhum choro pelos cantos. Está na hora de você se responsabilizar pelos seus atos.

E assim, bati a porta do quarto, caminhando rapidamente até o closet do meu quarto e agarrando o primeiro casaco que vi, junto com um par de tênis.

— Pai, calma! Onde você vai? — Faith perguntou, com seus olhos brilhantes e enormes.

— Vou sair, fale para a sua mãe que não tenho hora para voltar — disse entre dentes, descendo as escadas rapidamente e procurando o meu celular que estava jogado em algum lugar daquela casa.

— Não, pai. Você não vai sair desse jeito de casa. Senta, calma! Eu vou pedir para a Ruth fazer uma água com açúcar para você.

— Faça apenas o que eu te pedi, Faith. Não fale comigo agora, eu não quero te tratar mal — vociferei enquanto caminhava para fora de casa.