54

93 2 0
                                    

Magal narrando...

A gente chega ela desce primeiro, a gente vai subindo a morrinho e quando chegamos no topo damos de cara com a vista maravilhosa do morro inteiro e a praia no fundo, varias luzes iluminando, ela na frente com aquela bunda enorme e o cabelo maior ainda, e o cinto tático na cintura com aquele vestido vermelho eu ficava louco, louco pra ter aquela morena na minha vida.
Ela se senta no chão e eu sento do lado dela pra frente pra vista.

Medusa: primeira vez que eu vim aqui foi com o Alê.

Magal: sério? Por que ele te trouxe?

Medusa: quando eu virei vapor meio que parei de ser invisível, e os caras começaram a ver que eu realmente era boa ne, por que se eu virei vapor não era pouca merda, na época o ln também era vapor, então ele influenciou todos a ficar me ofendendo, inventava altas mentiras minhas pelo morro todo, todo lugar que eu ia um monte de vagabunda ficava falando bosta, os cara também. Me chamavam de marmita e eu nem saia de casa.
Ai um dia eu ja tava cansada de tudo cheguei no Alê e falei que ia sair, preferia passar fome doque ser humilhada todo dia.
Ele me trouxe aqui, me mostrou o morro todo me falou varias coisas e ai eu voltei de cabeça erguida no outro dia e quando eu cansava de ser forte, vinha aqui recarregar as energias.

Eu fico escutando tudo que ela estava falando e fico impressionado con tudo.

Magal: caralho, oque a inveja não faz ne.
Mas que bom que tu é forte, eu também escutei varias piadas, do povo falava que eu nem era herdeiro de verdade, por que não se se tu sabe mas eu não sou filho biológico da dona Claudia. 

Medusa: to ligada.

Magal: ai falavam que eu não merecia e tudo mais, mas ai eu papoquei tiro neles tudo.

Ela rir e eu fico encatado com o sorriso dele.

Magal: olha mas que bom que você não desistiu, se você tivesse desistido, nunca teria aquele pagode em comemoração a tua gerência e a gente nunca teria se conhecido.

Medusa: a então quer dizer que o garoto ipanema gostou de ter me conhecido?

Magal: claro.

Meto a mão no bolso e pego o papel que ela me deu na praia.

Magal: olha só oque eu trouxe
(Falo mostrando o papel para ela.

Medusa: serio que você lembrou? (Ela fala com um sorriso e pegando um papel).

Magal: sou curioso, quero saber o por que você me deu.

Medusa: guarda mais um pouco, outra vez eu te falo.

Magal: então ta bom, não tenho pressa cada vez que eu guardo tenho um motivo pra vim te ver.

Medusa: espertinho você em

Ela se aproxima de mim e me da um selinho, eu dou outro e ai a gente começa a se beijar.
Aquele beijo intenso que so ela tinha era como se nossas almas se conectasem eu beijava ela com vontade de nunca mais largar a boca dela. Era tão perfeito como se a gente tivesse feito um para o outro. Uma energia surreal nos consumia, um beijo inocente sem maldade alguma.
A gente se deita no chão mesmo foda-se, eu coloco uma mão de baixo da minha cabeça ela deita em cima do meu peito. A gente fica olhando o ceu.

Magal: o céu é bonito pra caralho ne.

Medusa: sim, tu acredita que as pessoas viram estrelas?

Magal: sei la pow, nunca parei pra perceber. Tu acredida?

Medusa: sei la, as vezes quando olho pro céu com saudade de algumas pessoas elas brilam mais, e eu me sinto acolhida como se eles estivessem comigo.

Magal: quando perdi meu pai, o antigo dono do jacarézinho, eu olhava e sentia isso também.
Mas o tempo foi passando e nunca mais fiz isso.
Quem você perdeu?

Medusa: você é curiosão mesmo em (ela fala rindo).

Magal: pow conta, gosto de saber.

Medusa: meus pais, hoje é aniversário da minha mãe, e ta vendo como aquelas duas estrelas brilham?

Magal: as pequenininhas?

Medusa: sim.

Magal: pow gata talvez seja, mais tomara que não, se não meu sogro ta vendo eu aqui bulinando a filha dele. (Falo rindo esperando o tapa).

Medusa: teu sogro o caralho (ela fala rindo).

Magal: ce é cheirosa pa porra em.

Medusa: é que contrário de você eu tomo banho.

Eu acho graça e fico fazendo carinho na cabeça dela que tava em cima do meu peito.

Medusa: mas iae, me conta tua história, so eu falo de mim.
Por que dona Cláudia te adotou?

Magal: meu pai biologico era viciado em droga e vivia me batendo, eu tinha 5 anos na epoca e vivia com fome na rua e todo machucado, um dia o crocodilo (pai do jacaré) foi cobrar ele e ele não tinha dinheiro e ai matou ele. Eu era novinho a dona Claudia me viu e se apaixonou dizendo ela ne, me levou pra casa e me criou junto com o jacaré, me trataram como se eu fosse da familia a anos, e to ai ate hoje, tenho ela como minha mãe, tinha o crocodilo como pai e o jacaré meu irmão. 

Medusa: caralho.

Magal: agora me fala a tua.

Medusa: eu tinha 12 anos quando vi meu pai e minha mãe sendo mortos na sala da minha casa, o motivo verdadeiro não sei ate hoje.
Mas ai no mesmo dia o Alê virou dono do morro, voltou para buscar o corpo do meu pai e da minha mãe, me viu e falou que ia me ensinar tudo pra eu sobreviver. Dona Nêna me ensinou a cozinhar, cuidar da casa, me mostrou oque era musica, televisão e tudo mais, eu conheci a Niara, a gente cresceu junta mesmo eu tendo 12 anos e morando sozinha com as responsabilidades de um adulto, Niara conseguiu fazer eu ter pelo menos um pouco de infância. Alê ms ensinou tudo, como me defender, como cuidar do meu dinheiro, a ter cuidado, a como não ficar com má fama no morro.
Me ensinou a ser discreta e monte mais de coisa.
Mas não era muitoo presente na minha vida como era na dos filhos dele. Eu morava sozinha me cuidava, ele me ensinava e vinha ver se eu tava  bem no final do dia só.
Tinha amor, ele me ama e o mesmo fala isso. Mas não me criou como um pai.
Mas mesmo assim sou grata por ele e considero ele como pai sim, sem ele seria tudo muito difícil, nem sei como eu iria conseguir sobreviver no morro sem saber me defender, sem comida  tudo mais.

Magal: caralho, mas tu não sabe o motivo da morte dos seus pais ate hoje?

....

Entre o amor e a inveja On viuen les histories. Descobreix ara