Chapter 1: In The Street

243 26 11
                                    

"Porquê você não é igual aos outros garotos?","Porque você não sai e arruma uma namorada?","Para com esse delírio de ser escritor e vai arrumar um emprego"

Essas eram as frase que Noah ouvia todo dia, ele já tinha terminado a escola e estava na faculdade. Noah cursa letras e todo dia precisa ouvir da sua mãe, ou do seu pai, que nunca vai fazer o que sonha e gosta de fazer.

Mas ele cansou, ele cansou de ouvir tudo isso, e resolveu ir embora, parar de ser um peso em sua família e buscar seu lugar no mundo. Ele pegou uma mochila e colocou algumas roupas, somente o necessário, afinal ele não tinha nem pra onde ir. Mas mesmo assim, ele foi, qualquer lugar era melhor do que naquela casa.

Noah andou pelas ruas, e sem ter para onde ir, sentou em baixo de uma faixada de loja, era noite e a maioria do comércio já estava fechada. O garoto se encostou na parede, e no mesmo instante sua barriga roncou, ele abriu o bolso da mochila e tirou de lá algumas moedas, suas últimas.

Dois reais e cinquenta centavos, era o valor total das moedas, o garoto avistou um carrinho de lanches próximo dali e foi até ele.

— Quanto é o cachorro quente? — Perguntou.

— Dois Reais. — Respondeu o homem.

Noah pediu por um e assim que lhe foi entregue, ele voltou a se sentar na calçada. Ele foi pegar o celular dentro da mochila e colocou o "jantar", ao seu lado no chão. Em um momento de descuido um cachorrinho que vinha passando, mordeu seu cachorro quente e levou na boca. Noah percebeu o cachorro fugindo com seu jantar e começou a correr atrás do animal.

— Volta aqui seu cachorro vagabundo. — Noah gritou.

Ele conseguiu pegar o cachorro e tirou sua comida da boca dele, por sorte o animal só tinha mordido uma parte.

— Você tá com fome? — O cachorro fez um olhar triste.

Noah revirou os olhos e xingou mentalmente por ser tão idiota, mas era um animal e ele não gostava de deixa-los com fome. O garoto andou até um chafariz que tinha ali, ele correu tanto que nem tinha percebido o quão longe havia chegado.

— DAVE! — Uma voz masculina gritou ali perto.

— Você não parece de rua, tem até coleira com nome. Qual o seu nome? — Noah se aproximou do cachorro enquanto dividia seu jantar com ele e olhou o nome em sua coleira. — Dave, seu nome é Dave. — Noah pronunciou.

— DAVE! — Gritou o homem novamente.

— É você, você é Dave. Estão procurando você, vem... — Noah pegou o cachorro no colo e levantou para procurar de onde vinha a voz que clamava pelo nome do animalzinho.

— Dave! — Um homem loiro correu para pegar o cachorro assim que o viu no colo de Noah. — Nunca mais faça isso mocinho. Obrigado, por pegá-lo.

— Na verdade, foi ele quem roubou meu jantar.

— Ah desculpa. Eu tava passeando com ele e de alguma forma a coleira soltou e ele fugiu. Eu posso pagar pelo seu jantar, se quiser.

— Não, tudo bem. — Noah voltou a andar a procura de outro lugar para passar a noite. O cachorro Dave olhou para Noah e depois olhou para o homem.

— O que foi? — Perguntou e o cachorro latiu. — Ei, garoto? — Gritou.

— Falou comigo? — Noah se virou e começou a andar de volta em direção ao homem.

— Disse que ele roubou seu jantar. Você mora na rua? Porquê você não tem cara de quem mora na rua.

— Eu sai de casa. É uma história longa e difícil.

𝐌𝐲 𝐃𝐞𝐚𝐫 𝐖𝐫𝐢𝐭𝐞𝐫 - 𝐍𝐨𝐬𝐡 𝐁𝐞𝐚𝐮𝐫𝐫𝐞𝐚Onde as histórias ganham vida. Descobre agora