C A P Í T U L O 4

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Sou puxada pelos pés até a área escura daquele lugar, grito com todas as forças que me restam e luto para me segurar na cama, mas ele me puxa com mais força, fazendo com que eu solte o pé da cama e seja arrastada dali. Ele larga meus pés, e com força, eles encontram o chão. Ele vira o meu corpo, me deixando de barriga para cima. Quando olho para ele, ele está com uma serra elétrica apontada para mim. O desespero toma conta de mim e tento fugir dali de toda forma, mas ele pisa na minha barriga e não posso me mexer. Ele se vira e se abaixa. Sinto minha pele queimar ao a serra elétrica atravessar o osso do meu tornozelo. Ele cortou meus pés fora! E meus pulsos serão os próximos. Já não aguento mais e peço para que ele acabe logo com isso. Ele sai de cima de mim e some. Segundos depois volta com um machado. Meu coração dá intervalos de dois batimentos e bate com dificuldade. Está tudo acabado. Ele me olha por segundos e levanta o machado, logo descendo com toda força contra minha cabeça.

Acordo num grito. Estou sem ar e meu coração está acelerado. Caralho, foi só um pesadelo. Mas meus pulsos ainda estão doloridos, olho para o lados e estou presa novamente em algemas das mãos aos pés. Eu tentei enfrentá-lo quando fui solta, e então ele me prendeu de novo. Argg. Eu fui muito burra. Eu estou fraca demais para ficar de pé, quem dirá lutar contra ele. Levo um susto ao ver uma sombra na parte escura. Ele está aqui.

- Por favor - Tento encolher as pernas e começo a chorar implorando para que ele não me mate como no pesadelo.
Ele se aproxima e a cada passo que ele dá, eu imploro mais. Ele para a minha frente e me encara. E então puxa uma cadeira que eu nem vi que estava ali, e senta, sem tirar os olhos de mim.

- Acho que já tá na hora de você começar a falar - Ele diz em um tom raivoso com uma voz grossa que me dá arrepios.

Meu. Deus. Se eu não morri antes, agora eu morro.

- O-o que? - Pergunto desesperada. - Falar o que?

- Kate Winslet... - Levanta da cadeira e vai até o outro lado da cama - Você achou mesmo que eu não ia te encontrar? Eu acho melhor você colaborar. Pelo bem de todos.

Eu estou tremendo. Minhas pernas não param quietas. Do que ele está falando? Meu sobrenome não é Winslet.

- Winslet? Por favor, você está me confundindo com outra pessoa, meu sobrenome não é esse - Estou em choque.

Ele dá um riso, vem até a cadeira e senta novamente me olhando. Sinto meu rosto queimar com a bofetada que ele dá.

- Por favor!! - Grito com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Não complique as coisas para você, eu posso ficar aqui o dia todo te fazendo sofrer - Segura o meu cabelo com força e depois o solta de vez.

- Senhor, por favor, eu juro pelo que é mais sagrado, eu não sou quem você pensa que sou, meu sobrenome não é Winslet, eu nunca ouvi esse sobrenome na minha vida, por favor, me deixa ir - Meus olhos estão vidrados nos seus.

Senti olhando nos seus olhos, que ele queria acreditar em mim, mas foi em questões de segundos. Logo ele avança e monta em cima de mim, tirando do bolso uma faca. Quase pude ver o seu rosto por de baixo da máscara, mas ele percebe e ajeita-a.

- Ok, você vai começar a falar agora, ou então vai ficar com o rostinho todo marcado, e eu vou ter o prazer de fazer isso, então é melhor abrir a boca - Fala e passa a parte larga da faca na minha boca. Não me movo, estou paralisada exceto minhas pernas que não param de tremer.

- Por favor - Aperto meus olhos e ele passa a faca para a minha bochecha, deslizando-a.

- Quem mais está envolvido? - Seus olhos estão vermelhos, e não desviam dos meus.

- Senhor, eu juro que não se...

Sou interrompida com um corte na bochecha. Ele pressiona a faca sobre minha pele e sinto minhas lágrimas queimarem o ferimento. Grito de dor a cada ver que ele afunda mais a faca.

- Quem mais está envolvido? - Tira a faca da minha pele e repete a pergunta.

Estou entre soluços.

- Por tudo que é mais sagrado, eu não sei do que você está falando, por favor, para! - Falo rápido em tom alto.

Ele afunda a faca novamente, no mesmo corte, agora descendo para o canto da boca.

- Se eu rasgar sua boca, você vai ter dificuldade para falar, então é melhor abrir a boca de uma vez. - A faca está na minha boca.

- Eu não sei o que te dizer, eu não sei de nada, não sei do que está falando, não sei quem está envolvido com lá o que seja que você esteja se referindo, eu só sei que não tenho nada haver, por favor - Falo desesperadamente, olhando nos seus olhos o tempo todo.

Seus olhos estão fervendo de ódio e sua respiração está ofertante. O convenci?
Ele sai de cima de mim sumindo na escuridão. Suspiro aliviada por ele ter ido embora. Mas o alívio dura pouco, ele volta minutos depois com um pedaço de ferro fervendo.

- Não, não, não, por favor, eu te imploro, por favor, não - Entro em desespero.

- Vou refrescar sua memória já que não se lembra. - Arranca minha calça branca e começa a riscar minha coxa.

Grito a cada linha feita pelo fogo. Sinto que todo o meu corpo está pegando fogo. Não estou sentindo minha perna direita onde ele desenha. Não paro de chorar um segundo. Já não suporto mais. Meus olhos estão se fechando, sinto que não vou aguentar ficar acordada por muito tempo.
Finalmente, depois de uma eternidade para mim, ele acabou. E pediu para que eu olhasse. Quase sem força nenhuma, luto para olhar para minha coxa. Com dificuldade, leio: FAMÍLIA BENNET

- O que? - Falo com dificuldade apertando os olhos - Família Bennet? Quem são esses?

E então desmaio. Não consigo contar quantas vezes já desmaiei desde que vim pra cá.

235 Dias de CativeiroWhere stories live. Discover now