25-Vinte e quatro horas

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𝙱𝚎𝚝𝚝𝚢.

Abro os olhos, sinto todo meu corpo doer, não me lembro do que aconteceu ontem depois que vi uma sombra, provavelmente feminina virar o corredor, quando a sombra do pé dela alcançou a extensão do início da porta, eu apaguei totalmente.

Estou em um lugar escuro, úmido e cheira a mofo, o piso rangendo.

Aos poucos minha visão vai deixando de estar embaçada, minha cabeça ainda dói e tudo gira, sinto que vou vomitar.

— Não! Não! Não! — Minha voz quase não sai, estou tentando mover o corpo...amarrada, amarrada em uma cadeira, que droga! Eu não posso ter sido pega, não posso! Eles vão me matar!

Meus pulsos estão amarrados com tanta força que não consigo sequer mover as mãos direito, está doendo muito.

— Socorro! — Grito insistindo na movimentação do quadril para tentar fazer com que a cadeira se mova ou sei lá...

O lugar não tem iluminação nenhuma.

O que piora 89% minha situação.

Se eu pudesse mexer no bolso...o celular! Pegaram meu celular obviamente!

— Elizabeth? — Escuto a voz abafada do outro lado da madeira deste cômodo.

— Jason? Jason é você! — Pergunto em tom alto e claro suficiente, alguns ruídos são emitidos e ele não parece estar tão longe...

— Sou eu! Betty, sou eu! — Grita o garoto desesperado, parecendo aliviado por obter a minha resposta, mesmo nesta situação.

— Jason! Você está bem? Eles te machucaram? — Tento buscar força vocal.

Não tem nenhum ruído além dos nossos.

— Não...Sim! Mas estou bem na medida do possível! E você? Por que te trouxeram para cá? — Ele tenta não ficar ofegante falando.

Provavelmente está sendo torturado há dias...ele é só um garoto...que crueldade.

— Estou! Eu não sei o que pretendem fazer comigo...invadi a sua casa, acho que a sua mãe me viu e me atacaram por trás... — Explico ao meu primo de segundo grau.

A garganta dói tanto.

O corpo suando frio.

Só consigo pensar em Polly, o quanto ela deve estar sofrendo...minha mãe também provavelmente está arrancando os cabelos e já chamou a polícia, o xerife Stillinski e o Keller devem estar a esta hora na porta da minha casa junto de várias viaturas.

E o Stiles...será que ele conseguiu fugir? O que disse para o pai dele?

— Betty? — Chama Jason, rouco.

— Estou aqui. — Respondo, a angústia de estar totalmente perdida nesta escuridão aperta meu peito tanto que mal consigo falar mais de meia sílaba.

— Quem está aqui, Jason? Quem vem te alimentar, te dar água...por que te trouxeram para cá? — Digo tentando soltar minhas mãos ainda, estou perdendo circulação no sangue nestes pulsos.

— Meu pai, ele vem todo dia e me dá comida, estou trancado aqui há mais de uma semana. — Escuto um barulho de porta sendo aberta ao longe. Anda, Betty!

— Ok! Mas quem é o cúmplice dele? Como é a aparência? Tem cabelos escuros? Olhos claros? — Quase me atropelo nas letras.
Ele tem que falar algo que possa nos ajudar!

— Sim! Elizabeth, quem ajuda o meu pai é o... — Jason é interrompido, são botas de alguém pisando no espaço ao meu lado, separada pela parede que tem aqui, óbvio.

— Jason! — Tento obter respostas, estou com medo agora, nem imagino o que este louco do Blossom pode fazer com o próprio filho...

— NÃO, PAI, EU SOU SEU FILHO. — Ouço a voz dele tentar gritar o mais alto possível, a madeira range muito, é provável que esteja tentando sair daqui ou alguma coisa assim...Escapar da morte, que horror...

Ouvir Jason se debatendo do outro lado, me faz querer chorar, chorar muito...que crueldade...o próprio filho...que tipo de monstro esse homem é? Um dos piores...

— Você não vai arruinar meus negócios, sinto muito, Jason. — A voz fria do ruivo parece atravessar a parede e me chicotear.

— Pai... — Antes que ele diga mais uma palavra, o som do disparo é emitido.

Automaticamente eu grito, estou apavorada...ele matou, Jason! Não, não, não! Não pode ser! O crânio dele foi acertado com tanta intensidade pela bala que fez uma barulho gosmento...

Silêncio absoluto.

JASON. — Digo soluçando de tanto chorar, minha mente vai explodir, assim como meu coração...ele era meu primo.

Por mais que não tivéssemos uma relação próxima...Polly...irá sofrer tanto...Cheryl...

Eu tenho que sair daqui, tenho que sair! Antes que eles me matem também...

— Cuidem do resto. — Ordena o monstro.

Ninguém responde, mas sei que tem mais de uma pessoa aqui, com certeza homens.

Já devem ter passado vinte e quatro horas.

E eu não tenho tempo.

Imagina morrer assim...como um animal na caça, pelo próprio pai...o próprio pai...

Falhei com Jason.

Deveria ter tentando fazer isto antes.

Talvez se fosse assim...ele não estaria morto agora, e eu não teria que ter escutado...

Agora tenho que resolver o mistério; Quem está ajudando ou trabalhando para Clifford.

Parece que não teem interesse em me matar hoje, os passos distanciaram-se do alcance dos meus ouvidos...embora eu não tenha dúvidas de que voltaram e farão.

Meu coração está tão acelerado que quase o sinto subir a laringe e querer escapar, deixando uma ânsia gelada presente aqui.

Próximo capítulo quarta-feira

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Rowlf {Riverdale +Teen Wolf}Where stories live. Discover now