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- Matheus -
•alguns dias depois•

puxei o cigarro sentindo o gosto de menta na boca, traguei e soltei a fumaça devagar, encolhi um pouco os olhos por conta do sol e olhei pra favela logo na minha frente, ouvi a voz do víbora me chamando e ignorei puxando o cigarro pela última vez e jogando a bituca la em baixo.

Víbora: porra, custava responder! - olhei pra trás vendo ele na ponta da escada e soltei a fumaça que eu tinha prendido - vim avisar que os chefes tão la no galpão por conta daquele vacilão la - só assenti, ele foi embora e eu continuei olhando pra favela pensando numas parada.

vi a doutora saindo da casa Luana, como toda segunda, usando só um short curto, uma camiseta que dava pra ver que tava manchada de longe e um chinelo, bem acabada, mas com o rosto impecável.

ela sorria pra todo mundo que via, parece que engoliu um palhaço, fui seguindo seus passos enquanto ela decia, ela me olhou por com uma expressão irônica, revirei os olhos e pude ver ela rindo, ela desviou o olhar e continuou descendo a rua.

ontem teve churrasco na Luana, a gente trocou uma idéia e parou de se odiar, mas a gente ta muito longe de virar colegas se quer, só parei de tratar ela como insignificante (oq ela é) por causa da Lua.

desci as escadas da laje, mandei quem tava na boca ficar na atividade, montei na minha moto e acelerei em direção a leteral do morro onde ficava o galpão. Estacionei a moto ali na frente mesmo e entrei no barracão.

no que eu entrei tava os três vindo na minha direção, eles perguntaram como a favela tava e todo esse role, o pesadelo recebeu uma ligação do escritório que advoga pra firma, e por incrível que pareça eu não sabia que era a Jade uma das advogadas, e que provavelmete o escritório era dela.

eles foram resolver umas parada e eu fiquei olhando pra favela, pensando em como eu não sabia que a Jade era advogada do CV, pq assim, eu ja passei por vários advogados e nenhum era ela. O matador voltou e comentou mais umas parada da doutora, e isso meio que ta martelando minha mente, pq eu realmente achei que ela nem tinha se formado direito, e pra ela atuar pra facção ela é boa.

o matador foi terminar de matar o Jp com o pesadelo e o perigo e eu continuei ali viajando, escutei um povo converando e alguma coisa sendo arrastada no chão, olhei pra trás vendo eles puxando o corpo que deixava rastro de sangue por onde passava, dei uma risada nasal negando e sai da porta do galpão indo pro barracão do lado.

de longe ja ouvi o Vl cantando alguma coisa, fui em direção a onde a voz tava vindo, na embalagem da cocaína, ele fazia cotação com o fone de ouvido estourando e ignorando tudo em volta. Cheguei mais perto dele que nem percebeu que eu tava ali e dei um tapa na cabeça dele fazendo ele dar um pulo, gargalhei vendo a reação dele.

Vl: puta que pariu, quer me matar fala caralho - tirou os fones e  colocou a mão no peito respirando fundo, puro drama.

Mt: quanto que ta valendo? - perguntei sobre a cocaína.

Vl: 20 reais o papelote, essa é da boa.

Mt: veio da onde?

Vl: Colômbia mi hermano - fiz cara de impressionado.

Mt: oq mais tem pra fazer?

Vl: reabastecer as boca e tirar o lucro.

Mt: ja fiz isso.

InevitávelWhere stories live. Discover now