Cap 23

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Diana on

  Eu havia saído pra tomar um ar e fiquei observando as pessoas, faltam algumas horas para a cirurgia e na esquina um jovem e uma menina estavam se instalando no chão. O jovem sentou sobre um lençol, puxou o violão para o colo e começou a tocar, a melodia me chamou atenção então eu cheguei um pouco mais perto assim como algumas pessoas. Quando o jovem começou a cantar... Aquelas palavras me atingiram em cheio como se tivessem sido tiradas da minha cabeça a anos atrás.

(Música: Slipped Away - Avril Lavigne)

  Eu senti a falta dele a cada dia e a cada noite, quando eu não tinha meu lanche especial na lancheira e nem meu beijo de Boa noite pra afastar os monstros do lado de fora, pior ainda foi ver o pai das outras crianças brincando com elas no parquinho - minhas lágrimas já estavam saindo para molhar meu rosto novamente enquanto a garotinha estendia seu chapéu para que colocassem trocados.

  Quando a garotinha resolveu cantar o refrão alguma coisa do outro lado da pista chamou minha atenção e o que eu vi me fez pensar se eu estava louca ou meus olhos estavam me enganando, pois de forma alguma aquele homem alto de roupa social e cabelo loiro era...

--Pai?...

  A palavra saiu como um sussurro, mas mesmo assim, depois que a falei ele sorriu largo, colocou a mão no bolso esquerdo e veio na minha direção, eu apenas fiquei parada observando ele chegar bem perto de mim, o olhei de cima abaixo e então fechei meus olhos ao sentir seus lábios beijando minha testa, uma única lágrima saiu de meus olhos e eu senti seu perfume, era realmente ele, ele estava bem aqui, havia voltado e eu poderia finalmente abraça-lo, mas quando abri os olhos ele não estava mais lá, eram apenas as pessoas ao meu redor e os cantores de rua. Pensei ter sido apenas um sonho, uma ilusão ou alucinação da minha cabeça, esse pensamento me deixou quando escutei sua voz:

--Eu estarei sempre com você...

  Por um momento eu não entendi, mas então eu sorri, afinal ele sempre estará comigo. Um tempo depois minha mãe me chamou porque minha avó tinha entrado na sala de cirurgia.

Akko on

  Minha primeira noite na minha casa nova foi meio... Barulhenta, tinha um cachorro que não parava de latir lá fora e eu não dormi muito bem, mas fora isso foi bom, Lotte me ajudou a arrumar melhor o lugar, já estava meio arrumadinho quando chegamos, mas ainda faltava colocar algumas coisas no lugar. Lotte passou a tarde toda aqui e até lanchou comigo, ela não queria voltar pra casa e dar de cara com a Sucy e eu não a culpo, eu também não ia querer depois de ouvir que ela tinha uma surpresa pra mim, uma vez a "surpresa" foi três aranhas carranguejeiras na minha mochila e pode acreditar, aquele foi o meu pior aniversário.

  No outro dia de manhã, acordei um pouco tarde e senti falta de algo, pensei ser a Diana, afinal o cheiro do café-da-manhã já estava vindo pelo corredor, mas agora só senti o cheiro de poeira mesmo. Cheguei na faculdade antes do portão fechar, olhei para o lugar onde Diana sempre fica e não a vi lá, eu sei que ela foi ver a avó, mas não vê-la lá foi muito estranho.

--Lotte você pode parar com isso? - perguntei ao lado da parede onde ela se escondia de Sucy.

--E-ela ainda tá lá? - Lotte perguntou nervosa.

--Tá sim, ela tá brincando com uma... Barata, que nojo.

--Se ela tá brincando com uma barata, i-imagina que bicho asqueroso ela vai jogar em mim.

--Você tá exagerando sabia? - a olhei - ela não usa só animais, lembra na quarta série quando ela pintou a amanda toda de vermelho durante a apresentação do trabalho?

--Sim e a tinta não saiu por uma semana - Lotte respondeu com um sorriso fraco.

--Pois é, mas a Sucy teve que fugir da Amanda por um mês - falei.

--Claro que eu fugi, você acha que eu sou alguma idiota? - Sucy falou na minha frente assustando a mim e a Lotte, que saiu correndo - o que seu nela?

--Talvez uma assombração em forma de garota apareceu do nada! - falei irritada.

--Eu não sou uma assombração, porque se eu fosse você estaria rouca de tanto gritar de pavor - ela sorriu demoníaca.

--Lotte me espera! - corri para a mesma direção que Lotte foi.

Narradora on

  Sucy ficou parada olhando a garota correr e então suspirou cansada e tirou uma caixinha do bolso.

--Isso tá sendo mais difícil do que pensei que seria amiguinho - disse ela - mas não desisti de te entregar a ela... E tenho certeza que ela vai gritar de espanto.

  A garota sorriu de lado, fechou a caixinha e colocou de volta no bolso, depois seguiu seu caminho para dentro do carro preto.

Continua...

O q tem nessa caixinha Sucy?... 👀

Você de novo não!Where stories live. Discover now