Cap 7

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Essa atualização aqui nem demoro, né não?

Akko on

  Aí eu tô ferrada! Muito ferrada, ferrada tipo ao extremo, eu derramei aquele suco e agora estou desempregada, o senhor Manoel disse que foi a ultima gota, ele disse que só nessa semana eu cheguei atrasada cinco vezes, errei o pedido dos clientes e até dormi em serviço, isso não faz sentido, eu nem estou tão... - acabei bocejando enquanto descia do ônibus - tá, eu tô cansada, muito cansada. Afinal de contas o porteiro estava certo, pedalar que nem uma doida pelos quarteirões é muito cansativo principalmente quando não consigo um lugar no ônibus pra sentar.

  Hoje foi muito cansativo, mas por sorte vou poder dormir agora que cheguei em casa e vou poder descansar.

--O que é isso?

  Cheguei perto do meu prédio e vi duas malas do lado de fora muito parecidas com as minhas, até o adesivo de bruxa...

--Esse É o meu adesivo de bruxa. E essas SÃO as minhas malas, mas... O que ela es tão fazendo aqui.

--Então vai ficar com o apartamento? - a senhora Willians saiu do prédio conversando com um rapaz ruivo.

--Senhora Willians! - a chamei e seu sorriso sumiu no mesmo instante - o que minhas malas estão fazendo aqui na entrada?

--Escuta aqui Atsuko... - a senhora Willians começou a falar, mas foi interrompida.

  Lili saiu correndo do prédio e a peguei no colo.

--Lili, o que você faz aqui fora? - perguntei sentindo o coraçãozinho dela bater forte.

--São daqui seu gato miserável! - uma das inquilinas apareceu irritada com uma vassoura na mão.

--Pare de escândalos Maria! - reclamou a dona do prédio.

--Este verme invadiu minha casa e comeu meu bife - reclamou a tal Maria.

--Desculpe por isso - falei e eles me olharam - não tive muito dinheiro pra comprar a ração dela.

  Maria me olhou com desprezo e entrou dentro prédio, mas antes de ir ela disse:

--Esse prédio ficará melhor sem você.

--O que ela disse? - perguntei sem entender.

--Você está sendo despejada Atsuko - disse Willians.

--Perai, como assim?

--Bem, você estava devendo três meses de aluguel e seu prazo para pagar já esta quase no fim e não vi um centavo até agora.

--Mas eu vou pagar, eu já consegui juntar o valor de um aluguel.

--Um aluguel? - a senhoria riu e cruzou os braços - pois saiba que este homem aqui me pagou cinco meses adiantado.

--Cinco?! - me assustei com o número, mas o olhar do homem fez eu me arrepender da pergunta - mas senhora Willians eu...

--Está na rua Atsuko! - ela me cortou - sem mais discussões.

  Não acredito que isso esta acontecendo, não pode ser possível.

--Posso pelo menos pegar meus móveis? - perguntei com medo da resposta.

--Eu peguei eles como forma de pagamento já que eu nunca vou ver a COR do meu dinheiro - a senhora Willians falou como se não fosse nada.

--Mas...

--O senhor vai querer um café? - ela me ignorou perguntando ao ruivo como se eu ja nem estivesse mais aqui.

  O homem não disse nada, apenas concordou com a cabeça e eles entraram de volta no prédio.

  Eu fiquei uns segundos tentando entender e acreditar que aquilo estava acontecendo e... Ah, o que eu poderia fazer agora? Não tenho pra onde ir, nao tenho parentes aqui, talvez eu possa pedir abrigo a uma das minhas amigas?...

  Coloquei a mala de mão em cima da de rodinhas e sai dali, pra onde? Lugar nenhum, eu apenas parei numa esquina e sentei no chão abraçando a Lili e pedindo com toda a força que o universo tivesse pena de mim e que isso tudo fosse um sonho, mas acho que o universo me odeia porque começou a chover de repente e pra completar minha sorte a cobertura que eu estava não ia me proteger da chuva.

Diana on

  Depois da faculdade fui direto para casa, mas tive que sai pra pegar uns livros que encomendei, eles não me acharam em casa então tive que ir pegar no correio aqui perto, pelo menos não é tão longe quanto eu pensei.

  Eu estava na paz e a embalagem dos meus livros estava em perfeito estado e sabe aquela sensação de que algo vai estragar seu dia? Então... Eu senti isso e no mesmo segundo meu celular tocou e eu o peguei para ver o que era.

--Mensagem de Stela? - pensei em voz alta saindo do correio.

  Na mensagem ela dizia que seu filho estaria na cidade na semana que vem e precisava de um lugar pra ficar e queria que ele ficasse no meu apartamento, ela "acha" que tem algum direito sobre meu teto.

--Essa... - sim, eu iria xingar a irmã do meu pai, mas começou a chover e tive que abrir o guarda-chuva rápido pra não me molhar.

  Que ódio! Que direito ela tem de querer deixar o filho dela morar comigo? Sei que meu pai disse para não trata-la mal por causa da vovó, mas o apartamento é meu! Eu herdei ele, ela querendo ou não eu que decido o que fazer com ele e eu não vou dividir meu teto com ninguém e...

--Aquela é a Akko?...

  Eu havia parado na calçada para esperar o sinal ficar vermelho e vi a Atsuko sentada no chão abraçando um gato, ela estava toda molhada, mas protegia seu animal, ela parecia estar chorando também.

  Atravessei a rua em direção a ela, afinal era o caminho do ponto de ônibus, eu não iria me intrometer em seus assuntos, sem querer ser rude, mas não é problema meu. Quando fiquei bem ao seu lado ouvi seu espirro, ela se encolheu um pouco mais e fungou - ela vai ficar doente aqui...

--Atsuko - a chamei e ela olhou para cima.

  Coloquei o Guarda-chuva sobre ela também, ela já tomou chuva demais.

--Diana?... - ela perguntou, seu olhar parece triste e cansado, seu rosto estava molhado talvez pelas lagrimas e pela chuva.

--Sim. Olha, o que você está fazendo aqui? Porque não está em casa? - ela voltou a olhar o chão.

--Eu não tenho mais casa... Fui despejada.

  Despejada? Que tipo de pessoa iria despejar alguém é deixa-la assim numa noite chuvosa como essa?

  Eu não posso deixa-la aqui desse jeito, ela pode ficar doente, ser assaltada, se bem que se ela esta aqui não deve ter nenhum dinheiro, o que pode levar a fazerem outra coisa com ela e...

--Atsuko.

--Que foi?

--Aqui - ela me olhou e eu lhe estendi a mão - vem, vamos pra minha casa.

--Sério? - me olhou surpresa.

--É, levanta logo antes que pegue alguma coisa.

  Ela pegou na minha mão e levantou do cabo frio com um pequeno sorriso no rosto. Ela ficou o caminho todo abraçando seu gato e quando chegamos em casa o felino logo deu seu jeito de se enxugar deitando no meu sofá.

--Lili! - Atsuko reclamou com o animal e foi pega-lo - desculpe Diana.

--Não se preocupe com isso, deixe ela aí.

  Coloquei minhas coisas em cima do pequeno armário perto da porta e Atsuko fungou novamente.

--Você precisa sair dessas roupas molhadas, vou preparar a banheira pra você.

  A deixei sozinha na sala e fui fazer o que disse.

Continua...

O que acharam? Gente eu tô amando escrever isso aqui cara! Amando de verdade!!

Você de novo não!Where stories live. Discover now