Prólogo

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Ano 2038.

Florença, Itália.

-Mamãe, oque está fazendo? -ouço a voz doce de Violetta.

Termino de colocar as poucas roupas dentro da mala. Eu não quero mais essa vida! E não irei deixar que a minha filha passe por isso, jamais!
Em 2035 o governo da Itália obrigou meninas de 18 anos a serem escravas sexuais! Eu não tive tempo de fugir. Eles me pegaram. Eu tinha acabado de fazer 18 anos!

Fui entregue como uma mercadoria para um homem ruim. Só Deus sabe oque sofro nas mãos dele. Fui estuprada, agredida, torturada e muito mais que isso. Ele marcou a minha pele com um ferro quente, no ferro tinha as duas iniciais do nome dele.

Eu engravidei e agora Violetta tem seus três anos de idade. Ela é um anjo! Não pode passar por isso. Quando ela fizer seus cinco anos, será levada para um orfanato, onde lá vai ser treinada para ser uma escrava sexual submissa junto com outras.

Hoje decidi fugir para que isso não aconteça. A casa do meu dono é muito vigiada por seguranças, mas uma empregada me ajudou a fugir. Ela irá fingir que vai levar Violetta para passear do lado de fora. Eu irei me vestir com um dos uniformes dela e vou sair pela porta dos fundos.

-A senhora já está pronta? -disse ela entrando no quarto.

-Estou Charlotte. Violetta, eu preciso que vá com a tia Charlotte, tudo bem? -perguntei olhando nos seus olhos azuis.

-Sim mamãe.

Charlotte me entrega uma bolsa e Sai com Violetta. Espero que tudo dê certo. Eu peguei uma boa quantia do dinheiro dele, irei mudar de país.
Abro a bolsa vendo o uniforme de empregada. Rapidamente vesti. Sai do quarto vendo um carrinho de limpeza.

Charlotte não me avisou sobre isso.

Enfim, coloco a minha pequena mala no carrinho de limpeza. Coloco algumas coisas em cima para cobrir-lá.
Começo a andar rumo ao elevador sempre com a minha cabeça baixa.
Chegando na sala fui direto para a cozinha. Arrastei o carrinho para as portas dos fundos. Agradeço mentalmente por não ter nenhum segurança desse lado da casa.

Peguei a mala e corri em alta velocidade até a saída. Do lado de fora está a Charlotte com Violetta nos braços, percebo um taxi ao lado delas. Suspiro aliviada.

-Obrigada Charlotte, muito obrigada! -falei com lágrimas nos olhos.

Lágrimas de alegria.

-Só estou fazendo o certo. -ela sorriu.

-Se cuida Charlotte, adeus! -falei entrando no carro.

Enquanto o carro se movimentava eu fico a olhar a grande mansão sendo deixada para trás. Eu estou livre desse inferno, livre!
Abraço Violetta com força e beijo o topo da sua cabeça.

-Tudo vai dar certo minha filha.

. . .

E foi assim que tudo mudou. Me mudei para Londres. Os anos foram passando e nenhum deles vieram atrás de nós. Creio que já fomos esquecidas até.
Violetta agora tem treze anos. Está tão linda e crescida.

Uma menina meiga de cabelos loiros e olhos azuis como o céu. Sou tão feliz por tê-la do meu lado.
Eu não ia suportar viver sabendo que a minha filha seria uma escrava sexual. Prefiro morrer!

-Quer ajuda com as plantas mãe? -Violetta aparece no meu campo de visão.

Estou regando as plantas do meu jardim. Quando nos mudamos para cá comprei uma casinha simples um pouco afastada da cidade.

-Poderia ir regando as rosas? -perguntei e ela concordou sorrindo.

Ela é tão boa pra mim. Tudo de ruim que passei sendo escrava sexual, ela foi a única coisa boa em meio a isso tudo. Ela é um presente de Deus pra mim.

Assim terminamos de regar as plantas entramos para dentro de casa.
Sigo para a cozinha para preparar o jantar, o sol já está se pondo.

-Mãe? Eu quero te fazer uma pergunta. -ela surge na cozinha.

-Pode fazer querida. -falei cortando os legumes.

-Por que você nunca falou sobre o meu pai? -congelei com a sua pergunta. -Eu tenho um não é?

-Ele...Ele morreu. -menti. -Não vamos mais falar disso Violetta.

-Por que eu tenho a sensação de que isso é mentira?

-Não é! -falei alterada. Violetta recuou assustada. -Desculpe filha. Eu só quero o seu bem, não quero que você passe o mesmo que eu.

-Oque mãe? Me fala. -ela se aproxima.

-Não posso meu bem. Quanto menos você souber melhor.

Terminei de preparar o jantar. Comemos em silêncio.
Se depender de mim ela nunca saberá sobre isso.
Não enquanto eu viver!

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Beijão 😍

História dedicada a ela lcc678. Minha fã encubada, love you! 🖤

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