11. Lucca

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Durante duas, das três semanas de trabalho no hospital, a curiosidade sobre a famosa Cathy me tirou um pouco o sossego. Pensei até que a moça não existia realmente já que nunca nos encontrávamos, parecia que tudo conspirava para não nos conhecermos.

Melissa e Eloisa não poupavam elogios para a amiga e, antes de conhecê-la, cheguei a pensar que fosse exagero o que ouvi a seu respeito, não só através das meninas, mas também pelos corredores do hospital. Todos falavam sobre o quanto era linda, inteligente, simpática, carinhosa, cuidadosa, educada, tranquila, divertida, organizada e pontual, tantos elogios que fica difícil enumerar.

Mas, depois de uma semana convivendo com ela nos consultórios, pude comprovar que não havia exagero algum e todos os elogios são mais que merecidos. Porém, discordo sobre ela ser linda, essa definição não faz jus a ela, não é suficiente. Se fosse para defini-la em uma palavra, eu escolheria PERFEIÇÃO.

Na segunda-feira, dia que nos conhecemos, ela esteve em minha sala umas poucas vezes, sempre sorrindo, entrava acompanhando cada um dos pacientes e somente saia depois de acomodá-los na cadeira em minha frente. Percebi que ela trata os pacientes com muito carinho, da criança ao idoso, como se fossem parte da própria família e parece ser recíproco.

Não precisei pedir nada a ela que parecia antecipar minhas necessidades, nunca trabalhei com alguém assim. Foi a minha melhor semana de trabalho em anos! Papai ia adorar tê-la como funcionária. Por falar em meus pais, preciso ligar para eles, contar como foi minha semana e sobre a minha boneca, Catherinna. Alguém bate à porta e entra. É Eloisa.

— Boa tarde Doutor Morelli...Como estamos? — Ela pergunta já sorrindo, com ar debochado.

— Boa tarde Senhorita Ferrari, estou ótimo! — Respondo desconfiado.

— E então? Vim para ouvir você dizer que eu tinha razão. — De imediato não entendo à que ela está se referindo.

— Sobre o que especificamente?

— Sobre a sua semana ser calma. Aposto que foi! — Certo, realmente ela havia dito isso na semana passada.

— De fato você tinha razão, nunca tive uma semana tão tranquila desde que comecei a trabalhar nessa área. Um dia ou outro sim, mas uma semana inteira, é a primeira vez. — Respondo a verdade. Eu realmente estou curioso sobre como ela sabia.

— Isso mais uma vez comprova nossa teoria, o que quer dizer que vai acontecer várias vezes enquanto estiver trabalhando conosco. — Ela responde piscando os olhos enigmática,

— Ok, e que teoria seria essa? — Realmente quero saber.

— Se chama Efeito Catherinna. — Ela responde blasé.

— Você não está fazendo sentido senhorita Ferrari! Será que poderia me esclarecer?

— Claro Doutor Morelli, com todo prazer! Lembra quando o senhor me perguntou na semana passada sobre a tranquilidade da enfermaria que Melissa falou? Eu lhe respondi dizendo que não se preocupasse que sua semana seria tranquila também. Lembra o que me perguntou depois disso?

— Sim, eu me lembro. Perguntei como você poderia ter tanta certeza..., mas o que isso tem a ver?

— Caso o senhor tenha esquecido, lhe disse que eu tinha certeza por um motivo, o senhor me perguntou que motivo seria e eu falei que iria descobrir. Certo?

— Certo, mas ainda não entendi onde Catherinna se encaixa.

— Não entendeu? ELA é o motivo! — Sua resposta me deixa ainda mais confuso.

— Como assim?

— Nossa teoria é que a calmaria segue a Catthy aonde ela for, pode perguntar para qualquer um. Só não pergunte a ela! Ela sempre acha que a gente exagera e que não tem nada a ver.

Assim é...Destino?Where stories live. Discover now