❛CHOICES ── Crepúsculo ❥ [Seth C.]

06. Carros e comida

Diferente de mim, Rose sabia muito bem o que estava fazendo, e ela não sentiria nenhum remorso se tivesse que arrancar a cabeça de Isabella agora mesmo, ainda que isso fizesse Edward completamente infeliz.

   Reuni o pouco de lucidez que ainda me restava e sai do carro sentindo o vento gelado dançar pelo meu rosto e clarear minha mente. Flanqueei Rosalie na porta de vidro da entrada e nós tomamos rumo ao encontro de Carlisle em completo silêncio; absortas na nossa própria bolha de ira e rancor.

Carlisle deve ter sentido nosso cheiro de imediato, pois já se encontrava parado no fim do corredor enquanto nos encarava confuso. Não era de nosso costume ir visitá-lo no trabalho, e isso pareceu deixá-lo em estado de alerta. Logo imaginei que minha feição e a de Rose deveriam estar deformadas pela raiva, porque Carlisle ficava cada vez mais tenso à medida que nos aproximávamos.

— Aconteceu algo? — ele questionou quando paramos à sua frente.

   Deixei Rose falar. Não tinha a mínima vontade de repetir e repassar aquela cena desastrosa na minha cabeça outra vez. Para ser sincera, eu nem sabia porquê estava ali; queria sumir e fingir que nada daquilo tinha acontecido.

Nem sequer percebi quando Rose terminou de descrever cada detalhe do ocorrido com fogo saindo pelas ventas. Permaneci encarando o chão, totalmente desnorteada, enquanto Carlisle dava seu parecer sobre a fatalidade.

— Vamos esperar Edward chegar para ouvir o que tem a dizer — ouvi ele falar, por fim, sem tomar partido ainda.

Me obriguei a olhar para cima novamente. Eu não podia ficar ali parada pela eternidade, mesmo que quisesse muito.

Quando meu olhar se encontrou com o de Carlisle eu entendi porque tinha corrido diretamente para ele. Sua expressão era carregada de ternura e uma complacência que fez meus músculos — que nem percebi estarem tensos — relaxarem por completo. Ele se aproximou vagarosamente e depositou um beijo demorado em minha testa. Fechei os olhos desejando que aquilo não acabasse nunca; que aquela sensação de segurança estivesse comigo a todo momento. Mas, infelizmente, aquilo não era possível. E então, ele se afastou me oferecendo um sorriso caloroso e saiu de vista.

Ainda imersa na corrente de carinho e conforto que Carlisle emanava, senti Rose acariciar meu braço levemente e depois se afastar cada vez mais. Ela também foi embora, me deixando ali sozinha com meus pensamentos caóticos.

   Mais uma vez, eu não sabia o que fazer. E, quando isso acontecia, só havia um lugar em que minha mente estaria tranquila e segura outra vez.

   Andei ágil até a saída e pude escutar ao longe o barulho das sirenes de uma ambulância. Tinha que sair dali o mais rápido possível, antes que me chocasse com Isabella e com meu irmão descompensado. Abri a porta de vidro e olhei para os lados em busca de uma rota de fuga alternativa em que eu pudesse correr sem ser vista, mas acabei decidindo por pegar o Volvo outra vez.

— Que se dane! Ele que volte a pé — murmurei entrando no carro e dando partida.

[...]

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Decidi primeiro ir até a minha casa para pegar meu carro. O Volvo de Edward não ajudava muito a esquecer o que havia acabado de ocorrer. Depois de pegar o Audi sai disparada para longe de toda aquela confusão.