263° capítulo

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Henrique.

3 semanas depois...

Não estava nada fácil, vou dizer a verdade.

Nem mesmo me distrair com coisas alegres ajudava. Eu estava uma pilha de nervos, fora a dor profunda que eu sentia.

Melissa não liga mais, Álvaro foi internado por que não estava dormindo e acabou caindo das escadas, não sei ao certo se ele fraturou a perna ou se só machucou de leve.

Pri está passando uns dias com a gente por que Matheus está na casa de Álvaro cuidando dele e ela não queria ficar sozinha.

A única coisa que me mantém em pé é Vitor e Beatriz, por enquanto estão mais próximos de mim.

Vitor acorda a noite inteira, chora a noite inteira, Pri amorosa como é tá sempre feliz e mesmo que isso seja ruim para quem esteja dormindo, pra mim não é, eu me levanto, vou até o quartinho da Maria onde ela tá, bato na porta e entro.

Ter uma rotina difícil tá me ajudando.

E é bom ficar perto de bebês, eles te tranquilizam.

Pri também não vê problema nenhum nisso e eu não fico muito, eu só ajudo ela por que ela precisa de ajuda, ainda mais sem Matheus aqui e sem o quarto ser equipado pra um bebê. Não tem trocador, oque dificulta a ida dela até a bolsa pra pegar fraudas ou roupinhas, por que não pode deixar um bebê sozinho sobre uma cama, então eu a ajudo.

Já Bia anda tendo dores e por incrível que pareça, quando toco sua barriga e falo com o bebê, ele para de chutar tão forte. Minha mãe diz que o bebê se apega a voz masculina ou feminina, não tem essa de "prefere o pai ou a mãe", ele gosta daquela que mais passa tranquilidade e no momento é a minha.

Tá que a Bia vive chamando ele de trezentos nomes diferentes e ele deve ficar agitado com ela também, mas eu falo com calma e dou algumas risadas falando da Beatriz.

Mas fora isso, se eles não estiverem aqui, me sinto totalmente sozinho.

Aparentemente oque eu sei é que Maria está bem, por que a única coisa que Melissa me disse em três semanas, é que um cartão de crédito foi usado em um dos nomes que essa mulher usa, a compra foi de 20 mil reais só em roupas de meninas... A grande maioria eram iguais com cores diferentes.

Elas estão bem, prefiro pensar assim.

Cida me liga diariamente, devo atender? Sim, quero ouvir que Maria não tá bem? Não.

Pra mim Maria tem alguma coisa, até por que ela tava muito mal, e eu não tô afim de ouvir isso sabendo que ela tá super longe.

As coisas só piorariam se eu soubesse.

Então... Cá estou, basicamente um mês sem o meu bebezinho, sem a única coisa que me faz ter esperanças de continuar.

Não tô trabalhando, mesmo com dinheiro eu preciso trabalhar, mas não tô, por que não consigo.

Não dá.

As vezes esqueço de tomar banho por que me deito e parece que as horas passam devagar, mas quando vou ver passou o dia inteiro e eu não comi, não fui ao banheiro, não tomei banho.

Ontem minha barba estava já na hora de fazer, eu estava acabado. Olheiras, cabelo crescendo, cheiro de suor... Eu não tinha forças, não tenho forças.

Isso já aconteceu, fiquei na pior, muito pior do que estou agora, até por que antes Maria estava desaparecida em uma floresta e depois foi sequestrada e ninguém sabia onde ela estava.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Where stories live. Discover now