215° capítulo

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Maria Clara.

Com o uniforme de corrida, short e top, eu não suei por que só fiz o alongamento e não pude correr, primeiro por que Micheli estava lá, segundo por que eu estava morrendo de dor de cabeça.

Droga!

Eu estava atrasada!

Atrasadíssima.

Tinha matemática.

Corri pro meu armário e peguei o livro de matemática correndo, indo pra sala do professor rápido.

- e assim é feito a... - todos me olharam, inclusive ele. Eu suava pela adrenalina.

Vi ele suspirar.

- nossa segunda aula e você chegou atrasada novamente. - fiquei parada na porta. - entre. - entrei. - e cadê o uniforme?

- eu tava na educação física...

- sim e agora está na aula de matemática. - quando me virei, ele olhava mais a baixo da minha cintura, senti vergonha. - sente-se. - fiz isso, tímida.

Ele continuou explicando mas eu não sabia oque ele estava explicando.

No quadro já tinha tanta coisa escrita, mas não teria dado tempo dele fazer isso. Creio que teremos que copiar depois.

Abri meu caderno e coloquei a data de hoje.

- copiem isso no caderno exatamente como está aqui, terá uma prova no meio do ano que vocês poderão revisar o caderno e essa conta será importante. - comecei. - Maria Clara. - olhei pra ele. - venha aqui por favor. - ele saiu andando e eu fui.

Quando sai da sala ele fechou a porta.

- olhei seu histórico escolar do ano passado.. - seus braços marcavam na blusa social branca, que estava bonita nele... Aaaah, não olha pra isso Maria. - é uma boa aluna tanto em matemática como nas outras matérias e tem a nota máxima em artes... Creio que goste de pintar. - concordei. - mas isso. - me olhou toda. - é fora da minha aula, artes é fora da minha aula. Você tem que aprender a rever seus horários direito. Se algum dia você vier suja de tinta, não entrará e da próxima vez que não estiver uniformizada, passará o meu período todo lá fora, perdendo aula. - não disse nada. - já marquei o seu nome nas aulas de reforço, espero que não se atrase pra isso também. - concordei. - entre. - ele abriu a porta e esperou que eu passasse.

Quando passei, conseguia sentir seus olhos em mim e quando me sentei na cadeira o olhei... Ele me olhava.

Ele parecia um daddy autoritário.

Era estranho.

Eu sentia algo mas era confuso.

Não é amor!

Eu já tenho o meu daddy.

Mas era tipo uma fascinação, vontade de ficar olhando e fazer milhões de perguntas.

As principais... Você é casaco? Ou você tem filhos?

Mas ele não tinha anel em dedo nenhum, na verdade seus dedos eram ocupados apenas com tatuagens, uma tinha uma ano, era mil novecentos e alguma coisa enquanto a outra eram letras estranhas.

Mas parei de olhar e foquei no quadro atrás dele, copiando tudo no caderno.

Após um tempo, eu estava tão concentrada que eu nem olhava nada ao meu redor e quando senti a presença de alguém perto de mim, olhei de cantinho... Ele estava passando em todas as mesas, estava perto da minha.

Continuei fazendo oque eu estava e ele chegou perto.

Seu dedo ocupou o meu caderno.

- você deve colocar o número ao lado da letra. - disse ele e fiquei com raiva, eu ia fazer isso mas com outra cor de caneta. - e deve saber que nas aulas de português, matemática, ciências e outras, você deve utilizar apenas caneta preta ou azul. - não olhei pra ele e o mesmo tirou o dedo do meu caderno, ainda ali.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Where stories live. Discover now