― A mamãe sumiu! – Chora.
― Se você quiser pode subir no ombro do tio, assim vai ficar bem alta e vai ver onde a mamãe está. E aí, você quer?
A criança acena positivamente com a cabeça e Lucian a ergue bem alto.
― Eu achei, eu achei. – grita ela empolgada. – Mamãe!
A mulher ouve o chamado de sua filha e corre em sua direção, ao mesmo tempo em que Lucian a devolvia para o solo... Leah observava a cena com uma mistura de ternura e tristeza em seus olhos. O cherokee tinha muito jeito para ser pai e isso a encantava grandemente, mas sabia que não podia ter um filho devido aos seus genes defeituosos.
― Algum problema? – pergunta Lucian, se aproximando novamente.
― Nada. – Sorri. – Não é nada. Melhor irmos para casa agora, tenho que fazer a ronda essa noite.
― Preciso conversar com Jacob a respeito disso, vou pedir para me escalar junto com você. – Entra no carro.
― É melhor não ou nenhum de nós conseguirá fazer o serviço direito. – Ri, entrando no carro.
O carro é ligado e o casal retorna em silêncio, pelo caminho que conduzia à reserva. O pôr do Sol mal podia ser notado devido às nuvens que cobriam o céu e Leah estava ficando fadigada com tanto silêncio.
― No que está pensando agora? – pergunta ela.
― Eu? Estou pensando em como explicar para Jacob sobre os Volturis. – Suspira.
― Seja franco com ele, por mais que fique zangado não esconda nada. Se contar toda a verdade ele ficará ao seu lado...
― Quem garante que ele não me expulsará?
― Eu garanto! Ele não pode expulsá-lo, não pode fazer mal ao alvo do imprinting de um irmão de bando. – Sorri vitoriosa.
Lucian corresponde ao sorriso e lança um rápido olhar para a garota, mas quando volta a olhar a estrada, pisa fundo no freio para não bater contra o enorme lobo avermelhado à frente.
― Jacob, está maluco? – esbraveja Leah.
― Ele descobriu – traduz Lucian. – A rastreadora invadiu o território quileute, foi caçada por eles, mas conseguiu fugir. E quando partiu me mandou lembranças...
Espero que tenha uma boa explicação para isso – rosna Jake.
Lucian desce do carro, seguido por Leah. Era chegada a hora de dizer a verdade e o cherokee nem sequer estava preparado para isso, ele respira fundo, não sabendo necessariamente o que dizer, mas logo sente a mão de Leah tocar em suas costas, incentivando-o a começar.
― Antes de me refugiar em La Push, Hana, Kiary e eu estávamos sendo caçados pelos Volturis.
Os italianos? – rosna furioso. – Você está sendo perseguido pelos vampiros italianos e não nos contou nada? Quando pretendia fazer isso? Quando nos atacassem atrás de você?
― Eu achei que os tinha despistado – confessa. – Mas Aro contratou uma rastreadora nova para me perseguir e infelizmente ela me encontrou logo que cheguei à La Push.
Já chega, você está fora... Pegue suas coisas e parta da reserva agora mesmo!
― Partir? – indaga assustado, já sentindo uma dor em seu peito ao se imaginar longe de Leah.
― Ele não vai partir – defende Leah –, não pode expulsá-lo.
Leah se afasta do cherokee e deixa o calor percorrer o seu corpo, como sempre fazia. Os trapos de suas roupas voam pelo ar quando a loba cinzenta explode de dentro de si.
Espero que tenha um bom motivo para defendê-lo, Leah.
Eu tenho! – fala tranquilamente.
A loba senta-se ao chão e fecha os olhos, tentando se concentrar nas lembranças de seu imprinting. As imagens do acontecido logo percorrem a mente de Jacob fazendo estremecer, nunca vira nada parecido, nem mesmo seu próprio imprinting fora tão intenso como era o de Leah...
O lobo avermelhado recua alguns passos, enquanto Leah o lembrava da lei mais absoluta deles. Ele tinha que admitir, não poderia fazer nada contra o cherokee.
Você teve uma boa intercessora, Lucian, a partir de agora tem livre acesso à nossa reserva, mas teremos que nos reunir com os Cullens agora mesmo, para deixá-los a par da situação.
― Está bem – concorda, fazendo uma careta.
Leah, está dispensada de sua ronda. Vá para casa e descanse, eu ficarei em seu lugar.
Quero estar presente na reunião, Jake.
Não, você vai para casa. O problema com os italianos é dele e vai ser ele a se pronunciar na reunião.
― Nos vemos amanhã, Leah – despede-se Lucian, dando apoio a ordem de Jacob.
O cherokee reconhecia que era sua responsabilidade, mas não era isso que o motivava a mandar a quileute para casa. O real motivo era a rastreadora, que ainda era desconhecida e com técnicas de luta secretas, como ele poderia deixá-la ir até a floresta com a sanguessuga correndo livremente por aí? Se fosse alguma vampira conhecida, não se preocuparia tanto, mas não era o caso... O suspense com relação à inimiga o deixava muito inseguro.
Que ótimo, eu o defendi e fui traída – resmunga irritava. – Não venha me ver amanhã!
A loba cinzenta corre para o bosque que beirava a estrada e desaparece em meio às árvores, indo para casa. Lucian ouvira muito bem suas últimas palavras através da mente de Jake e ficara um tanto magoado com aquilo, não era sua intenção chateá-la e muito menos incitar sua raiva, mas já era tarde para se lamentar.
Jacob rasga o silêncio com um uivo, ao mesmo tempo em que a chuva voltava a cair. Os lobos logo se conectam a mente do alfa, que passa as coordenadas da reunião que aconteceria dali a alguns minutos.
Vá direto para lá, Lucian! Irei chamar os Cullens e logo estaremos no lugar marcado.
O cherokee assente com a cabeça e observa o lobo avermelhado partir em meio ao bosque. A chuva aumentava a cada segundo, mas ele não se importava, apenas deixava seu corpo se molhar enquanto buscava as melhores palavras para se desculpar com Leah no dia seguinte...
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Leah
Fanfiction"Você está designado para a pessoa que lhe dá as melhores chances de continuar os genes lupinos [...] Se eu fosse boa nisso, Sam teria sido designado para mim. Mas eu não sou. [...] Claro que ninguém jamais me levaria em consideração" (Leah, Amanhec...
Passeio em Seattle - Parte II
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