Passeio em Seattle - Parte II

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― A mamãe sumiu! – Chora.

― Se você quiser pode subir no ombro do tio, assim vai ficar bem alta e vai ver onde a mamãe está. E aí, você quer?

A criança acena positivamente com a cabeça e Lucian a ergue bem alto.

― Eu achei, eu achei. – grita ela empolgada. – Mamãe!

A mulher ouve o chamado de sua filha e corre em sua direção, ao mesmo tempo em que Lucian a devolvia para o solo... Leah observava a cena com uma mistura de ternura e tristeza em seus olhos. O cherokee tinha muito jeito para ser pai e isso a encantava grandemente, mas sabia que não podia ter um filho devido aos seus genes defeituosos.

― Algum problema? – pergunta Lucian, se aproximando novamente.

― Nada. – Sorri. – Não é nada. Melhor irmos para casa agora, tenho que fazer a ronda essa noite.

― Preciso conversar com Jacob a respeito disso, vou pedir para me escalar junto com você. – Entra no carro.

― É melhor não ou nenhum de nós conseguirá fazer o serviço direito. – Ri, entrando no carro.

O carro é ligado e o casal retorna em silêncio, pelo caminho que conduzia à reserva. O pôr do Sol mal podia ser notado devido às nuvens que cobriam o céu e Leah estava ficando fadigada com tanto silêncio.

― No que está pensando agora? – pergunta ela.

― Eu? Estou pensando em como explicar para Jacob sobre os Volturis. – Suspira.

― Seja franco com ele, por mais que fique zangado não esconda nada. Se contar toda a verdade ele ficará ao seu lado...

― Quem garante que ele não me expulsará?

― Eu garanto! Ele não pode expulsá-lo, não pode fazer mal ao alvo do imprinting de um irmão de bando. – Sorri vitoriosa.

Lucian corresponde ao sorriso e lança um rápido olhar para a garota, mas quando volta a olhar a estrada, pisa fundo no freio para não bater contra o enorme lobo avermelhado à frente.

― Jacob, está maluco? – esbraveja Leah.

― Ele descobriu – traduz Lucian. – A rastreadora invadiu o território quileute, foi caçada por eles, mas conseguiu fugir. E quando partiu me mandou lembranças...

Espero que tenha uma boa explicação para isso – rosna Jake.

Lucian desce do carro, seguido por Leah. Era chegada a hora de dizer a verdade e o cherokee nem sequer estava preparado para isso, ele respira fundo, não sabendo necessariamente o que dizer, mas logo sente a mão de Leah tocar em suas costas, incentivando-o a começar.

― Antes de me refugiar em La Push, Hana, Kiary e eu estávamos sendo caçados pelos Volturis.

Os italianos? – rosna furioso. – Você está sendo perseguido pelos vampiros italianos e não nos contou nada? Quando pretendia fazer isso? Quando nos atacassem atrás de você?

― Eu achei que os tinha despistado – confessa. – Mas Aro contratou uma rastreadora nova para me perseguir e infelizmente ela me encontrou logo que cheguei à La Push.

Já chega, você está fora... Pegue suas coisas e parta da reserva agora mesmo!

― Partir? – indaga assustado, já sentindo uma dor em seu peito ao se imaginar longe de Leah.

― Ele não vai partir – defende Leah –, não pode expulsá-lo.

Leah se afasta do cherokee e deixa o calor percorrer o seu corpo, como sempre fazia. Os trapos de suas roupas voam pelo ar quando a loba cinzenta explode de dentro de si.

Espero que tenha um bom motivo para defendê-lo, Leah.

Eu tenho! – fala tranquilamente.

A loba senta-se ao chão e fecha os olhos, tentando se concentrar nas lembranças de seu imprinting. As imagens do acontecido logo percorrem a mente de Jacob fazendo estremecer, nunca vira nada parecido, nem mesmo seu próprio imprinting fora tão intenso como era o de Leah...

O lobo avermelhado recua alguns passos, enquanto Leah o lembrava da lei mais absoluta deles. Ele tinha que admitir, não poderia fazer nada contra o cherokee.

Você teve uma boa intercessora, Lucian, a partir de agora tem livre acesso à nossa reserva, mas teremos que nos reunir com os Cullens agora mesmo, para deixá-los a par da situação.

― Está bem – concorda, fazendo uma careta.

Leah, está dispensada de sua ronda. Vá para casa e descanse, eu ficarei em seu lugar.

Quero estar presente na reunião, Jake.

Não, você vai para casa. O problema com os italianos é dele e vai ser ele a se pronunciar na reunião.

― Nos vemos amanhã, Leah – despede-se Lucian, dando apoio a ordem de Jacob.

O cherokee reconhecia que era sua responsabilidade, mas não era isso que o motivava a mandar a quileute para casa. O real motivo era a rastreadora, que ainda era desconhecida e com técnicas de luta secretas, como ele poderia deixá-la ir até a floresta com a sanguessuga correndo livremente por aí? Se fosse alguma vampira conhecida, não se preocuparia tanto, mas não era o caso... O suspense com relação à inimiga o deixava muito inseguro.

Que ótimo, eu o defendi e fui traída – resmunga irritava. – Não venha me ver amanhã!

A loba cinzenta corre para o bosque que beirava a estrada e desaparece em meio às árvores, indo para casa. Lucian ouvira muito bem suas últimas palavras através da mente de Jake e ficara um tanto magoado com aquilo, não era sua intenção chateá-la e muito menos incitar sua raiva, mas já era tarde para se lamentar.

Jacob rasga o silêncio com um uivo, ao mesmo tempo em que a chuva voltava a cair. Os lobos logo se conectam a mente do alfa, que passa as coordenadas da reunião que aconteceria dali a alguns minutos.

Vá direto para lá, Lucian! Irei chamar os Cullens e logo estaremos no lugar marcado.

O cherokee assente com a cabeça e observa o lobo avermelhado partir em meio ao bosque. A chuva aumentava a cada segundo, mas ele não se importava, apenas deixava seu corpo se molhar enquanto buscava as melhores palavras para se desculpar com Leah no dia seguinte...

LeahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora