Capitulo 29

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Ela não havia matado a garota, e agora estava incrivelmente ferrada. Ela não tinha pra onde ir, não podia em hipótese alguma voltar para o vale das sombras ou seria morta. Ela fez o que sua irmã sempre a avisara para não fazer, contrariar Valkiria. Mas era o certo a se fazer daquela vez, ela não poderia matar alguém que não tinha nada a ver com aquela guerra idiota entre nebulosos e flyers, ela já os havia espionado através de Lerithy e os entregado ao rei.

Ela não sabia se a aceitariam nas montanhas, mas talvez se ela os ajudasse naquela guerra eles a deixassem ficar. Ela havia acabado de aterrissar no chalé, quando sentiu mais alguém atrás dela.

— Achou mesmo que conseguiria escapar? — perguntou Valkiria.

— Por favor, não me mata. Eu sumo daqui, você nunca mais vai ouvir falar de mim e eu nunca mais vou atrapalhar os seus planos.

— Ah, mas não sou eu que vou te matar. Hadria, por favor.

— Você cavou a sua própria cova, irmãzinha.

Valkiria fez com que sombras a prendessem ao chão, enquanto Hadria disparava uma flecha em sua direção. A flecha cravou em seu abdômen ao mesmo tempo que as sombras se desfizeram e ela caiu no chão.

— Você não quis matar a assassina, então que morra você. — cuspiu Hadria antes que ela e a rainha voassem para longe.

— ◇ —

Uma vez lhe disseram que ela pagaria por tudo o que havia feito, ela pagaria por cada vida que havia tirado com a sua própria. E quando a faca atravessou seu coração, ela só conseguiu pensar em tudo que ela ainda não havia vivido e nem iria viver, tudo aquilo que ela não havia dito para as pessoas que amava, e que talvez fosse exatamente isso que as pessoas que ela havia matado sentiram.

— Ela... morreu. — disse Leo, atônita, olhando para o corpo ensanguentado da prima.

— Não, não morreu. — disse Ariela. — A gente só precisa saber como usar aquele negócio do rei. Zarah, tem alguma ideia de como funciona?

— Não, se pode ressuscitar pessoas cuja o corpo não existe mais, deve ser necessário algum feitiço.

— A gente pode tentar.

Ariela abriu o frasco, despejou o liquido cintilante onde a faca havia cortado e esperou, mas nada aconteceu.

— Vamos esperar mais um pouco, talvez demore pra fazer efeito.

— Ariela, não adianta. Ela se foi. — disse Leo.

— Não, ela salvou minha vida, não posso deixar ela morrer.

— Não há mais o que fazer, nada pode traze-la de volta.

— Deve ter alguma coisa. O rei disse que precisava da quantidade certa de poder, e se ele se enganou e ele não tinha a quantidade certa.

Ariela lançou uma esfera de luz no peito de Laís, que se desfez naquele mesmo liquido cintilante. Funcione, por favor, funcione. Essa é a minha última esperança. E então a ferida no peito e nas costas de Laís começou a se fechar e seu coração a bater novamente. E num segundo seu corpo estava ali, e no outro, havia ido parar do outro lado da sala. O corpo de Laís se teletransportou de um lado para o outro algumas vezes, antes de ela parar em cima do trono e começar a rir.

— Morrer é muito inconveniente, sabiam, eu não recomendo. Pelo menos agora eu tenho poderes ao que parece. Mas agora temos uma coisa mais importante para fazer.

Laís desceu do trono e foi até onde o rei estava. Chutou sua cabeça para o lado como se fosse uma bola e pegou a coroa.

— Nikolás, por favor se ajoelhe. — ele fez o que ela pediu. — Você promete cuidar e proteger Cortlend, sendo um rei justo e bom, que se importa com seu povo?

— Eu prometo.

— Eu não faço ideia do que é dito em uma coroação, mas confio que você cumprirá tudo o que tem que cumprir. Então, eu Laís, te coroo como o novo rei. — disse ela colocando a coroa em sua cabeça. — Vida longa ao rei!

Ao invés de se curvar como deveria ser feito, ela apenas o abraçou. Depois caminhou até Ariela para lhe dar um abraço também.

— Obrigada por não desistir de mim. Você é uma ótima amiga. 

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Where stories live. Discover now