Capitulo 16

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O treino havia sido fácil, Kion não estava lá para treina-la, então ela lutou com Hugo, o cara que estava brigando com Melina mais cedo. Os dois não pareciam se dar bem.

— Ariela! Você vai querer treinar hoje? — Perguntou Melina quando o treino acabou.

— O que está fazendo aqui, Melina? Esse é o lado da Tempestade. — Implicou Hugo.

— Estou falando com a princesa. — Retrucou ela. — E então?

— Vou sim.

— Ótimo, vamos.

— Não pode esperar um pouco?

— Estou ocupada hoje, e seu pai me encarregou de cuidar de você pessoalmente.

— Tudo bem então.

— Você não tem muito controle sobre o seu poder, não é? Não consegue fazer com que ele te obedeça.

— Me obedeça?

— Sim. Quando se trata de magia, você pode ser tanto soberana, quanto escrava. Mas você não me parece escrava, está mais para... alguém que não tem consciência de que ela está ai.

— Pode me explicar?

— Te observei no outro dia, e sua magia se manifesta como um objeto de proteção sem você querer, é como a febre, quando você tem febre significa que seu corpo está tentando combater as bactérias, mas dependendo da febre, pode te matar. Dependendo da falta de controle que você tem sobre a magia, ela pode te matar. E você não quer isso.

— Não, não quero.

— Ótimo, então vamos começar.

Ela nem havia percebido conforme atravessavam o acampamento até os campos da Elíptia.

— Vamos lá, primeiro tente conjurar o gelo. Mentalize ele na palma da sua mão.

Ela tentou, uma, duas, três...

— Não consigo.

— Então tente a luz.

— Eu já tentei, mas não consegui.

— Vamos fazer um teste. Natã, me traga as cordas e uma barra de metal! E chame a Lídia! — Gritou ela para um flyer que passava por ali.

Um tempo depois ele voltou com tudo que ela havia pedido e com uma outra garota.

Melina sussurrou alguma coisa para os outros dois flyers. Lídia voou para longe e Melina veio até ela segurando as cordas. E começou a amarra-la com elas.

— O que você está fazendo?

— Não se desespere ou vai ser pior.

Melina a havia enrolado com as cordas, e amarrado uma das pontas na barra de metal.

— Pode subir. — Disse ela a Natã que começou erguer a barra no ar sem nem se mover. Deixando-a pendurada a um metro e meio do chão.

— Libertem a fera!

Um tigre cinzento apareceu, todos os flyers ao redor começaram a levantar voo, com exceção de Natã que sustentava a barra de ferro no ar, e de Melina que apenas sorria enquanto o tigre vinha em sua direção e ficava sobre as patas traseiras para tentar pega-la.

— Socorro! Alguém me ajuda!

— Eu disse para não se desesperar, quanto mais você grita, mais o tigre vai tentar pegar você.

— Você é louca!

O tigre tentava arrancar as cordas para pega-la, enquanto ela gritava por ajuda e tentava balançar o corpo. E então o gelo veio, e começou a congelar as patas do tigre. Estava transformando o animal em uma estátua para depois quebrar, como ela fizera com os guardas em Olria. O tigre começou a grunhir, e uma expressão de pânico passou por seus olhos.

— Ariela, tente parar o gelo!

— O quê? Ele vai me matar!

— Pare o gelo, era tudo mentira! Ela é a Lídia!

Ela tentou, antes que o gelo a matasse.

— Eu não consigo!

— Lídia, se transforme e voe! Agora!

Lídia grunhiu, e se transformou novamente em uma flyer com as pernas congeladas, ela começou a bater as asas para cima, onde o gelo de Ariela não a alcançava.

— Que merda foi essa?! Me soltem!

— Foi um teste. Lídia você está bem?! — Gritou ela para o céu, recebendo um aceno. — Bom, tudo ocorreu bem.

— Desculpe, Lídia! Agora será que alguém pode me soltar?

— Coloque-a no chão Natã.

A barra começou a descer e Melina a desamarrou das cordas.

— Gelo para as ameaças físicas e luz para as emoções. Bom saber.

— Já chega disso por hoje.  

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora