Ariela caminhava de um lado para o outro enquanto elas esperavam que o rei voltasse.
— Pare de andar, está me irritando. — Reclamou Laís.
Não dava. Ela estava preocupada com Nikolás e Cassandra. Os dois haviam ficado em Olria. Ela só havia percebido isso quando a carruagem começara a andar até o chalé, será que eles estavam bem? Haviam sido atingidos? Pegos pelos guardas? É claro que não, eles eram os príncipes. Mas ela estava mais preocupada com Nikolás, a última vez que haviam se falado havia sido naquela tarde. Ela dissera que seria melhor ir embora e deixa-lo, uma mentira descarada. Nunca seria melhor deixa-lo.
Ela só podia torcer que estivessem bem, que não tivessem sido pegos pelos nebulosos ou descobertos pelo rei. E que Nikolás a perdoasse, porque tudo o que ela queria é que ele estivesse com ela naquele momento.
— Demora muito uma viajem até as montanhas? — Perguntou Leo.
— Não, costumava ser rápida para mim pelo menos.
— Quantas montanhas tem?
— Sete.
— E os flyers vivem em todas?
— Sim. Há a montanha palaciana, que, como o próprio nome já diz, está construído o palácio branco, nela moram a família real, servos, guardas... Tem a montanha de treinamento, onde vivem nossos exércitos. Ai vem Andros, Meliria, Feulize e Cétlia, que são formadas por cidades. E então, vem Silya. A cidade mais importante.
— Por que a mais importante?
— Foi a primeira, cidade flyer construída, é nela onde os reis são "enterrados" e onde guardamos os artefatos mais poderosos.
— Interessante, existe algum significado para o nome das montanhas?
— Sim, são os sobrenomes dos primeiros flyers, eles são nossos protetores: Que os ventos de Andros te levem para o lar, que a espada de Meliria te defenda, que o fogo de Feulize o aqueça, que a sabedoria de Cétlia te acompanhe e que o poder eterno de Silya o proteja.
— Uau, mas como é que você sabe de tudo isso?
— Dezenove anos reapareceram como magica na minha cabeça essa noite, e eu cresci aprendendo sobre isso, então...
— É, acho que isso explica.
— O que é aquilo? — Perguntou Dália apontando para o céu.
— Eu disse que não ia demorar.
Haviam quatro Flyers voando até elas. Eles aterrissaram. Holand e mais três homens fortes.
— Prontas para voar? — Perguntou o rei.
— Não. — Respondeu Leo.
— Não mesmo. — Completou Dália.
— Infelizmente esse é o único meio de transporte para as montanhas.
— ◇ —
A viajem até as montanhas havia sido rápida até demais, exceto para Ariela. Ela adorara a sensação de estar no ar novamente, mas sentia falta de não poder com suas próprias asas. Eles pousaram em um chão de pedra.
— Em qual montanha estamos? — Perguntou Laís.
— Na de treinamento. — Respondeu Holand.
O acampamento estava iluminado por tochas e parecia estar totalmente vazia.
— Vamos.
— Para onde?
O rei não respondeu, apenas as guiou até o centro do acampamento, onde haviam guerreiros flyer, que fizeram continência um a um ao verem Ariela. Ela conseguia ver o sorriso em seus rostos. Ela retribuiu o gesto. General Ariela, era um belo título. Dois flyers vieram correndo até ela e a abraçaram fortemente.
— Assim vocês vão me derrubar.
— Sua doida. Nunca mais faça isso, nós ficamos preocupados. — Disse seu irmão.
— Desculpa, por tudo.
— Sentimos sua falta. — Disse Luna.
— Porque eu acho que estamos atrapalhando uma reunião familiar? — Sussurrou Laís.
— Fica quieta. — Repreendeu Dália.
— Quem são essas? — Perguntou Luna para a irmã mais velha.
— Ah, essas são minhas amigas.
— Você percebeu que elas são humanas, né?
— E o que tem? Essas são Laís, Dália e Leo. E essas são meus irmãos mais novos, Conan e Luna.
— Olá. — Disse Conan.
Laís olhou para Luna, aquela garota lhe dava medo, ela a estava encarando de um jeito muito estranho.
— Você foi...
— Luna! Eu já disse para parar de entrar na mente das pessoas. — Brigou o pai.
— Mas ela... Tá bom, eu não vou mais fazer isso.
— Ariela, como eu sei que sua irmã não vai me matar enquanto eu durmo?
— Você é mais bem treinada do que ela, mas não tem como saber. Eu morria de medo de dormir do lado dela.
— Ei, eu estou aqui.
— Eu sei que está.
Um flyer saiu da multidão e se aproximou.
— Ari, é bom ver você de novo. — Disse ele.
Aquele era Kion, seu... Noivo.
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Reino de Asas e Redenção - Livro 2
FantasyA coisa mais importante para os flyers não é o poder, mas sim suas asas, a capacidade de ser levado por e através do vento. As asas é o que os leva de volta ao lar. Um flyer sem suas asas é um flyer morto. Mas ela está viva, e lutará por seu povo. ...