67.IF YOU CHOOSE TO DIE

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Música: The Neighbourhood - Sweater Weather

Adam

Eu digo adeus ao seu sorriso, ao seu olhar brilhante, aos seus carinhos e às nossas memórias. Fecho os olhos e largo uma das mãos.

-O que estás a fazer? - a voz de Elliot soa mesmo ao meu lado.

Agarro-me novamente à barra de segurança e olho para ele encostado na mesma a olhar-me com o seu sorriso de gozo habitual à espera da resposta.

-Estou sentado. - respondo. - A apreciar a vista.

-Hm. - ele grunhe.

Wagner eleva-se e passa as pernas pela barra de segurança sentando-se nesta.

-O que estás a fazer? - eu pergunto alarmado.

-Estou sentado, a apreciar a vista como tu. - ele sorri.

-Elliot... - murmuro.

-Adam... - ele emita-me.

Bufo e ficamos a olhar para os altos edificios de Nova Yorque.

A brisa passa calma por nós. O verão está ai a chegar, assim como os exames, candidaturas para universidades, férias, casais lambusados e irritantes por todo o lado.

Elliot surpreende-me e empurra-me fazendo largar a barra de segurança. Ele agarra a minha t-shirt e isso é a única coisa que não me faz cair.

-Elliot...

-Queres mesmo acabar com a tua vida? - ele berra com a voz falhada. - Tua última oportunidade! Ou escolhes morrer e matar todos os que te amam contigo, abandonar a tua família, eu e a rapariga que amas só que és um idiota, ou escolhes viver e seguires em frente com a tua vida? - ele fica à espera da minha resposta. - É que se escolheres morrer eu mesmo te empurro.

Os olhos dele brilham com as lágrimas a formar-se. Engulo em seco e faço a minha escolha.

Agarro-o de volta e ele suspira de alivio e puxa-me.

Saimos das beiras do terraço e sentamo-nos nos chão a respirar pesado.

-Desculpa. - eu murmuro.

-Pede-lhe desculpa a ela. - ele resmunga. Olho-o.

-Elliot, tu percebes porque fiz isto, certo? - eu questiono. Ele encolhe os ombros. - Percebe que a Layla quase foi morta por andar comigo. A Marie e o Milles tinham isto tudo planeado. A Marie disse-me que enquanto ela continuar comigo, ela corre perigo. E eu não quero isso para ela.

-Então prepara o teatrinho. - ele diz. Fico confuso. - Vais precisar de ser o melhor ator do universo e fingir que não a amas.

-Eu só não a quero destruir ainda mais. Por isso, quando a escola acabar, volto para Londres. 

-Mas... - ele suspira. - Tu é que sabes. Agora é melhor irmos andando. 

-Porquê? 

Levantamo-nos e começamos a andar.

-Aulas. Temos de passar nos exames. 

Descemos e cada um entra no seu carro.

Respiro fundo e olho-me ao espelho. Foda-se parece que não andas a dormir! Isso, meu caro subconsciente, é porque não ando mesmo a dormir. 

Abro o meu porta luvas e tomo um comprimido que, segundo o meu psicólogo, não é para a depressão, mas sim para combater a minha tristeza, pessimismo, baixa autoestima, irritabilidade, etc, etc... Ou seja, é mesmo um medicamento para a depressão. 

GOOD GIRLS LIKE BAD BOYSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora