Thirty.

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Havia alguns minutos já que Jeongguk estava na enorme sala de estar sozinho. Foi recepcionado por Hyoji, que transmitiu o recado do filho para que esperasse um pouco porque estava terminando de se arrumar. Desde então, estava ali, aguardando. Seus dedos inquietos tamborilavam o sofá, no qual estava sentado. A verdade é que ele estava apreensivo e, sem companhia ou algo para fazer, tudo só se intensificava. Começou a varrer o ambiente com os olhos para se distrair. Observou o apoio de pés, que no início havia sido seu principal recurso para que Taehyung se acostumasse com pequenas movimentações; a televisão que por muito tempo foi a única testemunha das carícias que eles trocaram; as fotos que enfeitavam o móvel. Depois que a senhora Kim descobriu sobre eles – ou eles descobriram que ela já sabia – a decoração começou a ser preenchida por fotos dos dois. Não havia mais nenhuma fotografia com Dongsul, apenas da mãe e do filho, com algumas aparições do Jeon. A mulher realmente parecia apaixonada por registrar momentos com a câmera.

Sua preferida era de algumas semanas atrás do dia da festa surpresa. Estavam todos ali, sorrindo. Ele ao lado de Taehyung, que segurava Jimin no colo. Atrás estavam Hoseok com uma expressão angelical, Yoongi com seu sorriso gengival, Jin fazendo um coração com os dedos e Namjoon com suas covinhas. Nas extremidades, estavam as mães – que saíram correndo assim que o temporizador foi acionado. A imagem sempre acalentava seu coração e o fazia se sentir como naquele momento. Feliz, cercado por pessoas que ele queria manter por perto para sempre. Seus devaneios foram cortados pelo toque de seu celular.


[Tae] 9:37

Estou jogando as tranças

Já pode subir


Riu com a mensagem. O mais velho sempre era um ótimo entretenimento via texto. Dirigiu-se ao andar superior e parou no topo da escada. A porta do fim do corredor se abriu e seu namorado deu um passo desengonçado para fora do cômodo. Um sorriso gigante se abriu quando o viu. Com um pouco mais de desenvoltura que no início, apoiou-se na parede com tudo que conseguia e foi com curtos passinhos até Jeongguk. No seu próprio tempo, ele findou a distância. Lançou os braços ao redor do pescoço alvo e o abraçou.

— Oi, Guk — sua reação foi retribuir o abraço imediatamente.

— Oi, Tae — murmurou de volta contra o ombro alheio.

No fundo, avistou Hyoji observando a cena. Ela tinha um sorriso quadrado no rosto, como o do filho, acompanhando por um brilho manso no olhar. Parecia tão feliz de ver Taehyung ensaiando andar, mesmo que ainda precisasse se apoiar para isso. Caminhou até onde os dois estavam, ainda presos nos braços um do outro.

— Meninos, eu preciso ir. Divirtam-se. Filho, não se esqueça de me ligar para avisar se vai voltar para casa — ela disse apressada. Afagou-lhes os cabelos e partiu. Desde que a senhora Kim voltara a trabalhar, na semana anterior, estava sempre enérgica.

— Você deveria andar descalço nesse carpete. É um bom estímulo proprioceptivo — pontuou apontando para os sapatos do outro.

— Shhh, doutor Jeon, eu quero meu namorado de volta.

— Está pronto? — preferiu não insistir. Ergueu o menino no colo para descer as escadas. As pernas em sua cintura já o apertavam com mais força, estavam mais volumosas com o desenvolvimento da musculatura, mas descer escadas ainda era exigir demais no momento.

— Estou morrendo de fome, isso sim.

— Ainda bem que estamos indo tomar café da manhã, então.

Eles já tinham planejado tudo. Colocou o mais velho na cadeira de rodas para levá-lo até o carro. Por mais que ele já conseguisse dar alguns passinhos estabanados, não estava pronto, por ora, para enfrentar distâncias maiores sem o uso do objeto metálico. Posicionou-o no banco do passageiro, guardou a cadeira no porta-malas e deu a partida no carro. O sol brilhava preguiçosamente no horizonte, sem fornecer calor suficiente para amenizar o vento gélido da transição de estações.

For Him | taekookWhere stories live. Discover now