Twenty-Seven.

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— Acho que alguém está ficando fraquinho... — era nítida a intenção de provocá-lo.

— Será que alguém fraquinho faz isso? — Pôs-se de pé em frente ao outro e o pegou no colo. Seus braços seguraram com firmeza o corpo para evitar machucá-lo e girou uma vez. O riso que obteve em resposta incentivou que fizesse mais uma vez. Colocou-o sentado no banco, as costas recostadas sobre o apoio de madeira e os pés firmes no chão, e ocupou o espaço ao lado.

— Quando você me levanta no colo, as pessoas ficam olhando — comentou tão baixo que o mais novo teve certeza de que estava ouvindo um segredo. Estava tão imerso no momento e nas sensações que esqueceu que estavam em público. Sentiu-se culpado.

— Isso te deixa desconfortável? — o objetivo de sua pergunta era estimular o outro a falar. Queria que ele confiasse em si.

— Para ser sincero, não. É estranho, mas não me incomoda. Na verdade, a maioria deles parece querer estar no meu lugar. O que é esquisito se você analisar minha condição — ali estava de volta o Taehyung que desatava a falar um pensamento atrás do outro. — Não vou culpá-los, tenho certeza que todo mundo adoraria poder ser carregado no colo por você.

Ele concluiu com um olhar convencido no rosto e Jeongguk quase se engasgou com a própria saliva pelo caminho inesperado da resposta. Sentiu-se envergonhado momentaneamente e agradeceu o espaço exagerado entre os bancos, o que os deixava distante de outras pessoas. Não saberia reagir se mais alguém ouvisse os devaneios conclusivos de seu namorado. Sentiu os braços finos o envolverem pelo pescoço, puxando-o mais para perto. As bocas se uniram em um movimento suave e efêmero. Por mais que cada beijo fosse diferente, esse pareceu especial. Algo de bom tomava conta de si por ser capaz de beijar o Kim em público sem receio de nada.

— Você não acha estranho estarmos aqui sem nenhuma criança junto?

A cabeça de Jeongguk repousava no ombro alheio e sua mão envolvia o corpo em uma espécie de abraço lateral. A pergunta o fez olhar ao redor. Os adultos por perto estavam segurando mochilas infantis ou brinquedos, os olhos atentos nos filhos no parquinho.

— Podemos trazer o Jimin da próxima vez — sugeriu.

— Seria ótimo! Tenho certeza de que ele vai adorar brincar em todos esses brinquedos e depois podemos comer pipoca e algodão doce. Por favor, vamos trazê-lo aqui! — Taehyung soava incrivelmente animado com a perspectiva de visitar o lugar com o menino de seis anos, gesticulando para todos os lados.

— Você gosta tanto do Jimin que eu acho que vou ficar com ciúmes — murmurou ao deixar um pequeno selar na têmpora dourada.

— Não se preocupe, Guk. Eu gosto muito de você também — retribuiu com um beijo na bochecha alva. — Eu só estou tão empolgado por estar aqui. Da última vez que eu fui a uma praça, as outras crianças ficaram com medo de mim.

Jeongguk sentiu uma dor no peito ao ouvir o breve relato. Sabia que não deveria ser fácil para nenhum dos lados, nem para o menino na cadeira de rodas nem para as demais crianças que não entendiam por que ele estava assim. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando notou uma menina de cabelos na altura dos ombros encarando-os. Não conseguia imaginar o que o mais velho sentiu ao ser alvo de tantos olhares inquisidores, como esse, ao mesmo tempo.

— Eu sinto muito — foi a única coisa que conseguiu responder.

— Não precisa, já faz muito tempo. Deve ser estranho ver alguém que precisa ser carregado de um lado para o outro e, naquela época, eu não conseguia nem ficar sentado como estou agora. Meus pais só acharam que eu me animaria ao ver outras crianças brincando. Acho que não deu muito certo — ele ainda deixou uma risada curta escapar. Mesmo com tudo que passou, o castanho ainda conseguia rir de tudo.

For Him | taekookOù les histoires vivent. Découvrez maintenant