Music To My Ears Pt.5 | Final | Orm Marius.

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Então assumiu uma forma diferente, mais baixa já que deuses são normalmente 3x maiores que mortais, menos ameaçadora para conseguir entrar disfarçadamente no evento como uma atlaniano comum e assim conseguiu se disfarçar na multidão de pessoas. Vagarosamente se locomoveu até a frente de onde todos estavam enfileirados, para assim poder ver com clareza todo o evento, mas ainda sim se disfarçando atrás de 2 ou 3 pessoas. Olhando para a direção do trono viu a rainha Atlanna em vestes formais, o príncipe Orm de pé ao seu lado usando uma armadura inteiramente dourada e sua filha do lado oposto vestindo um traje armadurado de prata escura. Ele imediatamente percebeu que apesar de estar em trajes formais a armadura que usava era como de um gladiador, viu que quem quer que tenha lhe dado aquela roupa estava preocupado com sua segurança e que uma possível batalha poderia se desencadear ali mesmo.
 
Por alguns meros segundos o olhar de (S/N) cruzou com o de seu pai, ela sentiu imediatamente um arrepio na espinha e apesar dessa estranha sensação se sentiu aliviada, foi como se soubesse quem era aquele homem mesmo sem nunca ter visto seu rosto. Ele sabendo que a jovem havia percebido sua presença sorriu e levemente assentiu em sinal de respeito, (S/N) devolveu o gesto e voltou a olhar pra frente.
 
Logo tudo ficou em silêncio e as grandes portas brancas se abriram, revelando o rei de Atlantis, acompanhado do rei Nereus, da princesa Mera e mais alguns poucos guardas. Poseidon desviou o olhar de sua filha e olhou diretamente para Órvax com tanta raiva, que se um único olhar matasse sua Majestade teria caído morto em poucos segundos.
 
O Rei Órvax tinha um sorriso sarcástico e nojento em seu rosto, a rainha percebeu o jeito como seu marido olhava para a jovem ao seu lado e em um segundo estremeceu. Orm também percebeu que havia algo de errado e uma expressão preocupada tomou seu rosto, contudo Nereus e Mera estavam imperturbáveis, mesmo sabendo de tudo. (S/N) transmitia que estava calma, mas seu coração a entregaria se pudesse bater mais alto.
 
Em um dado momento quando Atlanna, a contra gosto, foi receber o rei junto a seu filho ele soltou uma risada sinistra que envolveu todo o salão, fazendo o presente deus apertar seu punho com toda força que tinha, se segurando para esperar o melhor momento de se aproximar.
 
_Adorável Atlanna._ Disse o carrasco.
 
_Órvax por favor-_ A rainha tentou protestar em vão.
 
_Achou mesmo que poderia me deixar no escuro? Você testa minha paciência como rei e marido._
 
Uma energia desconfortável se instalou e os cochichos das pessoas presentes começaram.
 
_Pai, por favor! Me deixe explicar._ Disse o príncipe loiro se aproximando do pai com um olhar que pedia piedade.
 
_Cale-se Orm! Você foi oque mais me decepcionou, como meu filho e discípulo. Você me traiu garoto! OQUE EU TE ENSINEI NÃO SERVIU DE NADA!_ Gritou.
 
(S/N) se manteve calada durante os segundos de silêncio em que Orm olhou para o próprio filho com desprezo.
 
_Você estraga a aliança em que eu e Nereus queremos fazer com nossos reinos! E para quê? Salvar uma alma imunda da superfície!_ Apontou para a jovem.
 
_Você... Garota amaldiçoada, não tem o direito de estar em meus domínios, não tem o direito de vestir essa armadura e muito menos de estragar a vida do meu filho!_
 
A raiva dela finalmente estava para explodir e mesmo submersa sentiu seu corpo esquentar rapidamente.
 
_Eu tenho todo o direito de estar aqui! Sou metade atlaniana, esse lugar é a minha casa!_ Elevou o tom de voz.
 
Orm e Atlanna se surpreenderam junto com o resto dos convidados e até mesmo Mera e Nereus, ninguém tinha coragem de levantar a voz para o rei além da rainha e mesmo assim ela evitava e tentava sensibilizá-lo para evitar o conflito.
 
Órvax riu e se voltou a seus convidados.
 
_Viram só! É disso que eu estou falando. Meu filho e meu subordinado saem de Atlantis para a superfície em busca de uma garota com a alma amaldiçoada sem a minha permissão e ainda querem que EU abençoe uma união sem sentido e quebre a aliança com Xebel. Vocês caçoam de mim da princesa e do rei Nereus._
 
_Casamentos forçados não são um contrado de mão dupla onde você usam seus filhos para seus próprios interesses!_ A jovem retrucou.
 
_Como ousa!?_
 
_(S/N) não..._ Sussurrou a mulher mais velha.
 
_Se precisam forçar seus filhos a serem infelizes para garantir a paz entre os seus reinos, significa que nenhum de vocês confia nas palavras um do outro!_
 
Depois dessa fala a princesa ruiva soltou um leve sorriso agradecendo mentalmente (S/N) por aquelas palavras, pois ela concordava. Jamais quis ser obrigada a se casar com o príncipe de Atlantis, mesmo que tenham convivido desde crianças.
 
_GUARDAS! Tirem essa aberração daqui e joguem na prisão mais escura deste reino!_ Gritou irado, Órvax teve seu ego abalado.
 
_Majestade por favor... Deve haver outra maneira de resolver isso._ Disse Vulko se aproximando de (S/N).
 
_Você não tem direito a dizer uma única palavra Vulko, também traiu minha confiança e encheu a cabeça do meu filho com essa baboseira._
 
_Isso não é verdade pai! Eu mesmo quis sair de Atlantis para procurar por ela. Nem Vulko e nem minha mãe haviam aprovado, mas eu exigi isso deles! Achei que fosse o certo salvá-la._ Falou Orm com um tom de desespero em sua voz com seu olhar pedindo misericórdia ao carrasco a sua frente.
 
_Isso é verdade Vulko?_ Indagou o rei ainda olhando para o loiro.
 
_S-Sim, senhor..._ Confirmou constrangido pela súbita tomada de responsabilidade que o príncipe teve.
 
_Muito bem..._
 
_Órvax, por não nos acalmamos e pensamos em uma solução para isso?_ Nereus finalmente interviu, fazendo o seu anfitrião olhá-lo.
 
_No que pensa Nereus?_
 
_Uma versão mais detalhada da lenda diz que essa... alma, foi amaldiçoada por Atena por causa de uma rixa antiga entre ela e o deus dos mares._
 
_Está dizendo que essa garota pode ser filha de Poseidon? Que absurdo!_
 
_É oque dizem e bem... Nossos filhos já mostraram muitas vezes suas oposições ao casamento pela aliança entre nosso reinos, se ela for mesmo a filha de um deus... Além de muito poderosa, poderá garantir sua aliança ao pai dela e mesmo que não forcemos oficialmente essa aliança, tudo isso beneficiaria ambos os reinos._
 
Nereus argumentou calmamente com Órvax sem perder a compostura e ainda o convenceu a amenizar a situação. O rei carrancudo então olhou diretamente para (S/N) com uma sobrancelha levantada e então proferiu.
 
_Mas teria que provar que é uma semideusa._
 
_De fato._ Ela respondeu.
 
Órvax ponderou por alguns instantes e novamente soltou um riso sinistro.
 
_Acho que suas habilidades seriam mais honradas em combate, criança._ Soltou.
 
(S/N) levantou o cenho, seria e apreensiva.
 
_E contra quem essa luta deveria acontecer?_
 
Órvax encheu o peito com orgulho, mas antes mesmo de declarar que seria com ele mesmo que ela deveria lutar, Mera interviu.
 
_Comigo._
 
Todos pararam e a olharam, vendo sua figura elegante se aproximar.
 
_Ela vai lutar contra mim, é o mais justo._
 
As duas jovens olharam-se diretamente e ao mesmo tempo assentiram em respeito.
 
_Muito bem. Dirijam-se ao Coliseu e preparem-se para batalhar._ Declarou o rei, se virando e saindo de costas com Nereus e alguns guardas.
 
Os nobres presentes se dispersaram com o resto, apenas (S/N), Orm, Atlanna e Vulko ficaram.
 
_Meu pai enlouqueceu!_ Exclamou o príncipe colocando suas mãos na cabeça.
 
_Ele sempre foi assim Orm, você apenas não enxergava isso._ Disse Atlanna.
 
_Agora nos preparemos para o pior, Mera é uma guerreira habilidosa._ Disse Vulko.
 
_Que meu pai me ajude._
 
_Falando nisso (S/N), não obteve resposta?_ Indagou a mulher.
 
Ela sorriu.
 
_Vamo esperar para ver._
 
E com isso todos se dirigiram a grande arena onde seria realizada aquela ideia insana.
 
Apesar de aflita (S/N) (S/S) empunhou o tridente dado pela rainha, rezando para que o homem que ela sabia que era seu pai lhe ajudasse na hora certa e que de alguma forma tudo se resolvesse.
 
Mas o pior poderia acontecer.
 
 
[Quebra de Tempo...]
 
 
(S/N) lutava com raiva e ambição, os tridentes brandidos tilintavam junto com os gritos empolgados da multidão que enchia o Coliseu.
 
As duas mulheres lutavam com todas as suas forças, até que em um movimento mal feito (S/N) foi jogada contra a parede deixando o tridente prateado cair de suas mãos, Mera queria testar sua adversária sem saber do que era capaz. Aquilo encheu a guerreira de raiva e involuntariamente, sem saber do que era capaz, (S/N) preencheu o Coliseu de ar fazendo  ambas caíram em direção ao chão, deixando apenas os espectadores submersos em água.
 
Enquanto Mera agonizou vomitando a água de seu corpo, a outra ajeitou sua postura para uma luta corpo a corpo.
 
Todos ficaram horrorizados com aquela habilidade, sabiam apenas que a princesa de Xebel podia controlar a água ao seu redor e mais ninguém.
 
Assim que Mera estava quase se recompondo, novamente encheu o salão com toda a água salgada deixando a ruiva atordoada e confusa, ela mesmo duvidou de que estava na presença de uma semideusa, mas agora estava começando a acreditar. Naquele momento houve então uma batalha com poderes, a princesa havia jogado seu tridente para longe e a emoção estava a flor da pele em ambas.
 
Mas foi então que algo estranho aconteceu, guardas emergiram atordoando a semideusa com ataques que não podia defender. Guardar reais mandados por Órvax é claro, ele jamais iria tolerar que ela vencesse e que tornasse seu filho um rei fraco, independente de quem fosse filha. O carrasco não acreditava mais em deuses, desde que nenhum de suas preces foram ouvidas.
 
Contudo em instantes uma luz forte azulada emergiu das sombras indo em direção a garota encurralada, jogando todos os guardas para longe, incluindo Mera, Atlanna e Orm que haviam saído de seus postos para ajudarem-na.
 
Aos poucos a luz cessou e uma figura masculina grande foi possível ser vista com (S/N) nos braços, as pessoas entraram em pânico a medida que o rosto de Poseidon ficou visível. Um rosto repleto de ódio que olhava diretamente para o rei de Atlantis que agora não passava de um pobre homem assustado.
 
O Coliseu foi silenciado. Orm, Atlanna, Mera e Vulko se recuperaram do atordoamento sendo pegos de surpresa pelo olhar do deus dos mares.
 
_(S/N)!_ Orm gritou.
 
_ÓRVAX!_ A voz grave de Poseidon se apossou dos oceano em um único grito. _COMO SE ATREVE A TENTAR ASSASSINAR MINHA FILHA!?_
 
O rei estremeceu, nadou para perto do deus e se abaixou o máximo que pôde pedindo perdão com a voz trêmula.
 
Aos poucos a pobre (S/N) cheia de ferimentos recobrou a consciência, olhando para cima e vendo o rosto do pai.
 
_Sabia que viria..._ Sussurrou.
 
_Eu sinto muito, (S/N)._ Poseidon respondeu.
 
_Eu só não irei te matar rei de Atlantis, porque sua mulher é bem capaz de fazer isso sozinha._ Caçoou.
 
_Vou levar minha filha pra longe de todos vocês seres imundos, vocês não merecem a presença dela._ Declarou.
 
Órvax ainda balbuciava palavras de misericórdia.
 
_Não tenho porque ser gentil com você atlaniano covarde, você machucou a minha filha. Então irei lhe retribuir o favor, separando o dois (S/N) estará livre da maldição assim que eu fizer Atena retirá-la, mas Orm vai enlouquecer sem sua presença e seu amor obsessivo vai murchar e virar apenas o amargor de uma alma condenada a escuridão._
 
Palavras de protesto foram proferidas por Vulko, Atlanna e Orm que suplicava para que não tirasse a amada dele. E até mesmo a semideusa tentou intervi, mas estava tão cansada que mal conseguia formular uma frase.
 
_Seu destino é se tornar um carrasco miserável como seu pai Orm Marius e que assim seja._ Declarou Poseidon.
 
O Deus virou suas costas a todos e sumiu para seu reino com (S/N) nos braços, clamando para si que iria derrubar todo o Monte Olimpo se Atena não retira-se a maldição injusta de sua filha.
 
Ele conseguiu? Sim, depois de falar com Zeus que obrigou a deusa da sabedoria a revogar o castigo.
 
Orm com o passar do tempo foi ficando amargo como o pai, já não mais partilhava de tanta empatia com seres que não fossem dos mares. Sua alma foi ficando escura, sua sanidade foi diluída e ele se transformou em uma versão mais poderosa e severa de seu pai. Mas até hoje ele guarda em seus aposentos a tiara prateada que ficou para trás de sua amada como uma lembrança diária do porquê se tornou oque é agora.

💀Califer💀

Imagines | MultiFandom [HIATUS]Where stories live. Discover now