ALGUÉM COMO VOCÊ

As Praias Da Califórnia ✰

Livia olhou em volta, tudo estava um pouco embaçado. Ela apertou os olhos e então se lembrou de que estava em um hospital.

Quando se mexeu a dor também a lembrou de que tinha um corpo. Um corpo agora todo esfolado. Levou a mão até a costela, havia um curativo bem grosso ali. Os braços ardiam, as pernas latejavam e seu rosto fervia, levou a mão ao queixo e também havia um pequeno curativo ali.

Ela gemeu ao tentar se endireitar e parou quando ouviu a voz de Taylor.

— Aonde pensa que vai?

Ele se aproximou e se sentou ao lado dela na cama.

— Você está aqui. — Disse Livia.

— Claro que estou. Onde mais eu estaria?

Livia olhava para ele de um jeito desesperado. Queria dizer um milhão de coisas. Queria que ele entendesse tudo o que ela sentia por ele naquele momento, toda sua gratidão e principalmente uma coisa nova que ela ainda não sabia ainda dar um nome, mas que estava lá, bem dentro do seu coração.

Taylor segurou a mão dela com cuidado. Era difícil saber onde Livia não estava machucada.

— Você me salvou... de novo.

— Eu teria pulado atrás de você se você tivesse caído, Liv.

Ela apertou a mão dele.

— Eu sei. Só não sei como te agradecer.

— Que tal me agradecer parando com aquele negócio de cócegas, parece que você tem uma tendência a cair toda vez que faz isso.

— Não me faz rir que dói. Além do mais foi você que começou.

— Desculpa.

— Mas estou falando sério, Taylor. Só de pensar que agora eu poderia estar...

— Não diz. Você não está. Está viva. E vai ficar bem. Só tem que descansar até se sentir melhor. Por sorte não foi nada mais grave. Está com uns hematomas feios aí, provavelmente bateu em alguma pedra ou gralho quando caiu e os arranhões e o corte vão sarar logo.

— Eu sinto muito, parece que você vai ter que limpar sua casa sozinho agora.

Taylor riu.

— Eu já fazia isso antes de você, então... — Disse ele erguendo os ombros.

✰✰✰

— Por que estamos em sua casa? — Perguntou Livia quando Taylor estacionou o carro na garagem.

— Você vai ficar aqui até se recuperar.

— O quê? De jeito nenhum. Pode ligar esse carro agora mesmo e me levar pra minha casa.

Ela se endireitou no banco do passageiro sem tirar o cinto de segurança.

Taylor olhou para ela com um sorriso paciente.

— É só por um tempo, Liv. Só até você se recuperar de vez.

— Eu não precisei ficar nem no hospital, se eles me liberaram é porque estou muito bem pra me cuidar sozinha, Taylor.

— É mesmo? Eles disseram que não é bom ficar se movimentando muito pra não abrir os pontos e também vai ter que trocar esse curativo aí todos os dias sem desmaiar e eu vi como você quase apagou todas as vezes que olhou pra todo aquele sangue e quando tiver que se cuidar sozinha vai ter mais sangue e pus e...