Um amor que esperou desde a juventude para ser vivido, mas que ao longo desses anos a vida tomou formas desconhecidas e os valores das decisões se modificaram.
Rodrigo continua apaixonado por Mônica, mas ela o aceitará com a bagagem que ele traz ago...
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— Não sei porque cargas d'água Mônica se deixou embebedar. Ela não é disso.
Pensava Rodrigo, enquanto levava Mônica para casa após tirá-la da prova dos bolos de casamento a pedido de Carolina, sua melhor amiga. Notou que ao olhá-la recostada no banco do acompanhante, ela parecia um anjo, com seus olhos fechados e seus longos cílios descansado sobre suas faces, sua pele clara e sem manchas, somente com uma pequena marquinha em baixo do queixo, lembrança de uma de suas aventuras de bicicleta, quando menina. Seguia atento ao louco trânsito de São Paulo, mas também não deixava de olhá-la notando seus longos cabelos com alguns fios mais claros em cachos ondulados sobre seus seios.
Mônica era para ele, sem sombra de dúvidas, a mulher mais atraente que já conhecera, com um corpo curvilíneo, uma verdadeira estátua grega com suas formas femininas e delicadas, comprovando sua descendência latina. Possuía uma alegria contagiante, que era só dela. Quando chegava animava o ambiente naturalmente de tão divertida e espontânea, como ela só. E seu jeito, sem travas na língua, o agradava mais ainda, parecia uma menina, que falava e falava, depois pedia desculpas por ter falado o que não devia, mas era verdadeira com as pessoas e para com seus próprios sentimentos e por isso tudo, ele a amava ainda mais. Mônica não era o tipo de garota que poderia ser apresentada como tímida.
Rodrigo continuava em seus pensamentos conectados à Monica.
— Eu aqui dentro desse carro levando-a para casa. O homem que cuida de você com afeto genuíno e você nem percebe o tanto de amor que lhe dedico, sem poder te dizer o quanto te amo, porque há possibilidade de se afastar, não acreditando nesse amor, nem me aceitar e isso não estou disposto a arriscar. Nem por sonho eu viveria bem, distante de você, Mônica.
Continuava em sua mente, conversando consigo mesmo, ou com ela como se ela o ouvisse.
— Adoro estar perto dessa tentação, nem que seja para fazer o papel de motorista, o acompanhante de festas, o amigo do barzinho, a figura sempre presente nas comemorações.
Rodrigo e Mônica sempre estiveram flutuando como satélites em torno de Carolina, a amiga muito carinhosa de todos, com isso sendo frequentes nos eventos sempre juntos, onde antes era só Rodrigo e Carolina, a partir do ensino médio passou a ser sempre os três, Rodrigo, Carolina e Mônica
Quando Carolina estava no Ensino Médio, Mônica passou a ser a figura mais companheira de Carolina nas conversas íntimas, enquanto Rodrigo, que fazia a Faculdade de Direito e se dedicava arduamente aos seus estudos, estava sempre ao lado delas em todas as oportunidades que podia.
Rodrigo soube identificar essa forte atração por Mônica logo que a conheceu, mas tinha consciência de que ela ainda era uma menina. Uma menina moça que o atraia sem igual. Como Mônica era conhecedora da amizade entre Rodrigo e Carolina não deixava de ser curiosa e por isso de tempos em tempos Mônica perguntava como quem não queria nada, mas sondando para saber se realmente não havia interesse de um no outro.
