Capítulo 3

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Alguns meses depois, Harry pegou uma carona para o shopping junto com tia Petúnia

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Alguns meses depois, Harry pegou uma carona para o shopping junto com tia Petúnia. Uma vez lá, Harry foi diretamente para a loja de segunda mão, com a intenção de encontrar o espelho de maquiagem perfeito para seu quarto. O espelho perfeito para Tom.

Havia todos os tipos de coisas engraçadas e intrigantes para ver na loja. Lâmpadas antigas que vinham em formas extravagantes e pequenas estatuetas de porcelana de gatos. Mas, além desses itens, havia muitos espelhos. Alguns grandes e altos, alguns gordos e baixos. Harry olhou para todos eles, tentando julgar cada um deles com base em seus vários méritos. Enquanto Harry navegava, Tom seguia, passando por cada superfície com uma torção séria nos lábios.

Eventualmente, eles se estabeleceram em um espelho simples com três painéis embutidos em uma moldura de madeira resistente. Harry havia considerado o metal no início, mas a madeira era mais provável para amortecer o vidro se alguém - ou seja, Duda - o deixasse cair ou tentasse sabotá-lo.

"Isso vai servir", disse Tom com orgulho enquanto o admirava do pequeno espelho compacto de Harry.

Harry estava animado. Talvez fosse feminino ter um espelho chique em seu quarto, mas o que isso importava? Muita gente já pensava que ele era louco. Seus parentes ou professores não deixaram de notar que ele tinha a tendência de resmungar baixinho. O que eles não sabiam, o que nunca entenderiam, era que suas palavras eram dirigidas a Tom.

"Este aqui," Harry concordou. Ele guardou seu pó compacto e carregou o grande espelho para a frente da loja para pagar, onde passou quinze minutos pechinchando com o lojista.

Do espelho que eles estavam tentando comprar, Tom conseguiu falar alto e claro. Harry repetiu cada frase para o lojista conforme as instruções e ficou agradavelmente surpreso quando funcionou. Tom era bom com as palavras e muito convincente quando gostava. Harry não pensava que essa habilidade pudesse ser transferida para ele; ele sempre fora um péssimo mentiroso, mas parecia que se enganara.

Com Tom bem à sua frente, era mais fácil imitar o tom e a expressão facial, dizer as palavras certas da maneira certa. No final, eles não apenas baixaram o preço, mas também saíram com um belo conjunto de abotoaduras vintage. Era realmente tão simples encantar as pessoas? Tom certamente agiu como se fosse simples.

Durante a volta para casa, tia Petúnia olhou a compra de Harry estranhamente. Ansioso por sua expressão afiada, Harry segurou cuidadosamente a caixa em seu colo. Ele deveria ajudar sua tia a descarregar as compras quando eles voltassem para a Rua dos Alfeneiros, o que significava que seu espelho ficaria sem vigilância por um curto período. Duda ainda estava na escola, o que significava que Harry só precisava se preocupar com a reação de tio Válter.

Felizmente para Harry, a casa estava vazia. Ele ajudou tia Petúnia a trazer todos os mantimentos para dentro de casa, em seguida, levou seu novo espelho para o quarto, certificando-se de fechar e trancar a porta atrás de si. Demorou alguns minutos para ele tirar a fita adesiva da caixa, seus dedos tateando na ansiedade.

Eventualmente, Harry abriu a caixa e removeu o recheio. Então ele ergueu o grande espelho e o colocou em cima de sua cômoda. A madeira do espelho não combinava com a madeira da gaveta, mas Harry não deu a mínima para isso. O rosto de Tom estava lá no reflexo, radiante amplamente.

"Olá", disse Tom.

"Olá," Harry sussurrou de volta. Essa saudação era diferente de todas as outras vezes em que ele olhou para Tom. Aqui, agora, estava uma imagem que realmente pertencia a ele. Para os dois. Harry poderia olhar para Tom por quanto tempo quisesse, por quanto tempo quisesse. Tom poderia chegar perto e não se limitar ao espaço minúsculo do espelho compacto. Tom agora podia falar sem distorção por horas e horas, se quisesse.

Tom ergueu a mão direita e colocou-a suavemente no vidro, com a sobrancelha erguida em antecipação. Harry correu para frente, para colocar sua mão sobre a de Tom. Suas palmas se encontraram como de costume, e houve a sensação familiar de calor que Harry associou ao toque de Tom.

Tom sorriu, apertando ainda mais a mão contra o espelho -

Sua mão caiu, os dedos alinhados com os de Harry, pressionando as aberturas.

Só cair não era exatamente isso. Houve um filme que os separou; um brilho espesso e brilhante que se estendeu sobre a mão de Tom como um filme plástico.

O queixo de Harry caiu, um suspiro de ar retirado de seus pulmões. Sua outra mão subiu para agarrar a de Tom, para agarrar tão firmemente quanto podia.

Os olhos de Tom ficaram selvagens. "Puxe", disse Tom, a voz rouca.

Harry puxou. Ele agarrou as mãos de Tom e se inclinou para trás, puxando com toda sua força. A substância escorregadia que cobria a mão de Tom recusou-se a ceder, no entanto. Harry não conseguia mover a mão de Tom de jeito nenhum. Foi como puxar uma estátua de pedra que estava enraizada no chão.

"Não vai se mover", disse Harry desesperadamente. "Eu juro que estou tentando, Tom."

Tom se mexeu, removendo sua mão da de Harry. Então ele virou a mão para um lado e para o outro, examinando a aparência do espelho enrolado em volta dela como água prateada.

"É uma maneira", disse Tom após um momento. Então ele estendeu a mão de volta, estendendo a mão, empurrando. Harry esperou com a respiração suspensa. Tudo até o pulso estava fora do espelho quando Tom parou, seus olhos se fechando. "Isso me parou," ele disse estupidamente. Sua mão girou, seu pulso girou enquanto a película cintilante se agarrava a cada um de seus dedos.

Harry só podia imaginar a decepção esmagadora. "Mas isso significa que você será capaz de sair eventualmente, não é? Você começou sem ser capaz de fazer nada, e agora— "

"E agora," Tom concordou, seu rosto animando-se levemente enquanto ele tirava o olhar de sua mão para olhar para Harry. "Venha segurar minha mão de novo."

Harry obedeceu, pegando a mão direita de Tom na sua e entrelaçando seus dedos o melhor que pôde, apesar da camada engraçada que ainda os mantinha separados. "OK. O que agora?"

Os olhos de Tom se fecharam. Ele estava respirando profundamente, lentamente. Harry havia adormecido ouvindo esse som há anos. Era uma parte dele tanto quanto seu próprio batimento cardíaco. Ouvir Tom perto dele com tanta clareza era nada menos que um milagre.

"Nada", sussurrou Tom, sua voz suave como uma pena. "Eu só queria segurá-lo."

Harry sentiu seu coração bater desconfortavelmente no peito. Ele deu um aperto provisório na mão de Tom. Quanto tempo se passou desde que Tom tocou em alguém? Teve algum tipo de contato físico?

"Eu gostaria de poder te abraçar," Harry murmurou, as palavras escapando.

Tom fez um ruído baixo e magoado que Harry fingiu não ouvir. Eles ficaram ali por um tempo, as mãos entrelaçadas. Harry olhou para o rosto de Tom, com a intenção de memorizar as inclinações e ângulos, determinado que Tom soubesse que havia alguém no universo que o viu, que se importou.

"Nós dois estaremos livres um dia", disse Harry asperamente, esperando que alguém, em algum lugar, o estivesse ouvindo.

"Algum dia", Tom ecoou fracamente, e pela primeira vez o tom irregular de sua voz não era um produto do meio em que ele era exibido.

Brilhando só para você •° TommaryWhere stories live. Discover now