Um Acordo Para Aileen - Série Coração De Plebeu - Livro 2

Capítulo 10 - Parte 1

  Aileen recebia sua mãe, a Condessa de Bellmant, para o chá e Lady Emilly estava encantada com as rosas que seu genro havia enviado à sua filha. Reparou claro, que a mãe parecia curiosa ainda que fosse muito discreta, em saber como estava sua vida de casada, elogiando a casa, a mesa que estava posta e claro, perguntando por seu marido.

— Damien chegará mais tarde hoje — disse Aileen enquanto June servia chá à Condessa.

— Ele parece sempre estar muito atarefado — Emilly assentiu — alguma reunião importante, certamente.

— Na verdade, uma partida de futebol — Aileen provou a torta de maça, cujo aroma estava delicioso.

— Oh, a Sra. Silverstone contou-me sobre os filhos gostarem desse esporte — comentou a Condessa - seu pai inclusive gostava de assistir.

— Mesmo? — ela ficou curiosa.

— Ah, sim, seu pai gostava de atividades físicas, apesar de preferir esgrima às vezes ele gostava de assistir outras modalidades — ela lembrou, e um breve e saudoso silêncio fez-se presente por alguns momentos — cheguei a discutir com Dorian quando ele quis ensiná-la - colocou a mão sobre a da filha.

— Eu gostava das horas que passava com ele aprendendo esgrima — Aileen suspirou — papai era bastante exigente, mas muito tranquilo e paciente também.

Relembraram do falecido Conde com carinho, como há algum tempo não faziam, de como ainda era difícil acreditar que Dorian havia partido, e de como fora repentino como tudo acontecera, das primeiras queixas de dores, a teimosia antes de procurar um médico, e como ele se tornou cuidadoso, deixando de lado o sabre, as idas frequentes aos clubes, passando muito mais tempo no escritório, ou na biblioteca.

Os olhos de Aileen marejaram quando a mãe lembrou, que mesmo doente, ele manteve o hábito de ir ver se a filha dormia tranquila que tinha desde que ela nascera. Apoiada nos pés de Dorian ela havia dado seus primeiros passos, e desde sempre o olhar amoroso do pai a acompanhava, encorajava e cuidava. Ambas respiraram fundo, e Emilly voltou-se novamente para as rosas que Damien havia lhe dado.

— São tão lindas! — disse ela e sorriu para Aileen que concordou antes de mais um gole do chá — o Sr. Silverstone tem me dado a impressão de ser um marido atencioso!

— Sim, ele é — Aileen falou, apesar de estar cada dia mais intrigada com o motivo pelo qual ele ainda não a procurava.

— Conheço esse seu olhar, Aileen — Emilly disse antes mesmo de olhar na direção da filha — algo a preocupa?

— Bem, digamos que estamos ambos sendo cautelosos... — ela suspirou — e não gosto de pensar ou imaginar o que pode não ser verdade, a senhora entende?

— Ora, querida — a mãe claramente não entendia, mas ela sabia que se contasse sobre os acontecimentos recentes, poderia aconselhar — e o que pode ter acontecido para que esse seu beicinho odioso surgisse no meio da conversa?

— Beicinho odioso?

— Você agora é uma mulher casada, Aileen, esse tipo de escrutínio não é de bom tom! — Emilly continuou — esse tipo de artifício podia funcionar perfeitamente com Dorian, mas o Sr. Silverstone não me parece ser o tipo que se deixa convencer por um bater de cílios.

— Não tenho tanta certeza... — Aileen deixou escapar o comentário enquanto deixavam a mesa para se acomodarem no sofá — a senhora conhece ou ouviu falar de Gabrielle Blake?

Contou a mãe o que havia acontecido quando fora a companhia, ocultando a parte do café, afinal não achava que isso seria relevante e até mesmo evitaria o rubor que insistia em aparecer em sua face cada vez que lembrava da cena. O que tinha certeza é que não estava preparada para uma ex-amante ciumenta aparecendo no escritório de seu marido pela manhã.