Hope e Arrascaeta se conheceram em 2015 depois de um passeio - desastroso diga-se de passagem - a cavalo em Belo Horizonte. Cinco anos depois eles se reencontram no Rio de Janeiro, sem passeio de cavalo, sem tombos e o melhor: vizinhos.
𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨...
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01 DE OUTUBRO DE 2021
📍 RJ
QUINTA-FEIRA
—TIGRESA! — Escutei alguém gritar antes de entrar pra casa. Parei, coloquei o pé pra fora do portão e observei o Gabigol correr da calçada dele pra minha — Cheguei a bater na sua porta mais cedo, acho que não tinha ninguém — Ele comentou me puxando pra um abraço, já cheio das intimidades.
—Alguém aqui tem que trabalhar, né? — Soltei uma risada, debochando.
—Isso foi uma alfinetada? Tu acha que eu não trabalho? — Ele riu também.
—Foi você quem disse — Brinquei.
—Eu vim te convidar pra festa mais tarde lá em casa — Falou ele colocando as mãos no bolso da calça de moletom que usava.
—Poxa, logo hoje? Tenho um compromisso — Fiz bico, ele fez o mesmo que eu.
—Que pena os caras do time estão loucos pra te conhecer — Me confidenciou.
—Falou de mim pra eles, atacante? — Soltei uma risada, ele assentiu, também rindo.
—A gente fala das coisas boas que descobre — Balançou as sobrancelhas, me fazendo rir.
—Me avise com antecedência, minha vida é tumultuada — Falei pra ele.
—Ela é importante ela — Se afastou, debochando.
—Você nem faz ideia do quanto — Debochei de volta, entrando em casa.
Hoje era o aniversário da Dona Victória, mãe do Arrascaeta. Meus pais estavam na fazenda desde cedo, então sobrou pra mim ficar na empresa e resolver o B.O de um dos clientes, pra conseguir chegar lá um pouco mais cedo, precisei pedir pro Vinicius cuidar de tudo. Quando o Gabriel me gritou na entrada de casa, estava carregando numa das mãos um kit de vinhos e chocolates que tinha passado pra comprar pra aniversariante de última hora.
Sabia que ela era uma exímia apreciadora de vinho tinto e não ia chegar lá de mãos vazias, né?! Inclusive minha mãe tinha mandado uma centena de mensagens o dia todo perguntando se tinha comprado um presente pra minha "sogrinha". E não que eu estivesse levando por esse motivo... Ela era tão gente boa!
Precisei me arrumar voando, tinha medo de pegar a estrada no escuro e sozinha. Além de ser estrada de chão, não tinha casas, sinalização ou iluminação por perto. Muito menos sinal de Internet ou rede móvel caso acontecesse alguma coisa com o carro.
Coloquei a primeira roupa que vi, soltei o cabelo e coloquei a cesta no banco do carona com o cinto de segurança para não correr o risco do vinho quebrar. Pra completar coloquei o Four da One Direction pra tocar a viagem toda, quando finalmente entrei na fazenda estava tocando Fireproof, que era uma das minhas favoritas. Só desci do carro quando ela acabou.
