É O FIM DO MUNDO! E ele pode estar um pouco apaixonado.

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Sinopse: O momento exato em que Bucky Barnes descobre que está apaixonado por Sam Wilson.


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"É o fim do mundo", Bucky pensa "Sim é isso!", ele está paralisado e convencido.

Há explosões de fogos de artifícios em milhões de cores, iluminando os céus acima de suas cabeças. Ele sente toda a agitação em volta, na arquibancada e os sons das pessoas ovacionando os jogadores sendo abafados, enquanto mergulha naquela sensação. Sam está sorrindo em sua direção, agitando o capacete no alto em comemoração.

Bucky não consegue respirar, parece que aquele sorriso desencadeou a porra do fim do mundo e está acontecendo ali, em seu coração. Há algo se espalhando quente sobre o peito, aquecendo e vibrando em seus músculos e ossos. Ele sorri e acena de volta. Sam ainda vibra sobre o brilho da vitória. Warren Easton está tendo uma temporada e tanto lá.

Alguém tromba contra o ombro esquerdo dele, movendo-o do torpor momentâneo. Bucky se senta, de repente esquecendo de como dar os próprios passos. Ele não vê muito depois disso, concentrado nas próprias mãos.

"Que merda...", ele murmura, mas não está realmente pensando em algo enquanto as pessoas passam. É só a sensação. O sorriso de Wilson, sua presença por todos os lados nos últimos meses, os flertes que eram apenas uma brincadeira, certo?

As arquibancadas esvaziam, aos poucos todos deixam o campo. Seus amigos o cutucam e dizem algo sobre uma festa, Bucky acena como resposta. A atenção sobre o campo perdida a muito tempo.

"Um dólar pelos seus pensamentos", é Sam, ali, sorrindo para ele e agora ele está mais ciente e desperto de tudo. Tudo. Seu coração dá um salto e parece tão apertado no peito, faz Bucky pensar que se abrir a boca para responder irá vomitá-lo. É uma queda livre, ele cruza os braços apertados em torno de si, de repente bem ciente das borboletas no estômago.

"Estar apaixonado é uma merda...", ele pensa, mas então Sam Wilson está ali e faz o pensamento parecer algo sem fundamento.

Ele se levanta muito rápido sem disfarces, porque é meio ruim em disfarçar e está muito perto de Sam para ignorar todos os pequenos detalhes. Sam está sorrindo, um sorriso suave e gentil. Os olhos ainda com aquele brilho. Bucky acha que vai derreter e virar uma poça de nada ali mesmo, ele não se importa.

A pele de Sam parece quente, ele ainda está vestindo as roupas do time e Bucky não se importa. O olhar de Sam vacila e por um segundo ele parece questionar algo e Bucky quer fazer algo estúpido, ele meio que não se importa com as consequências dos próprios atos naquele momento e não tem tempo para pensar nos prós e contras (ele não se importa). Ele apenas puxa Sam e o beija.

É tenso, Bucky pode sentir os nós se formando nos músculos dos ombros. É até que não é mais e a mão de Sam encontra o caminho para seu rosto. A tensão suaviza e nem em um milhão de anos ele poderia imaginar que seria tão bom assim. Não há hesitação em como seus lábios se movem juntos e seus corpos se aproximam. Sam é macio e firme. Ele segura Bucky e estão em sintonia.

"Se essa é a porra do fim do mundo, por favor, continue", ele pensa.

Tudo que ouve vem deles, as respirações sob o ar gelado, os tecidos de suas roupas, os suspiros de Sam e o gemido baixo que ele não pode evitar quando sente a língua do maior brincando entre seus lábios. O beijo se torna mais intenso, Bucky está tão entorpecido que não se importa com a falta de ar, até que Sam se afasta deixando uma trilha de beijos em seu pescoço. Ele ri, escondendo o rosto ali, envolvendo-o em um abraço acolhedor. É o som mais lindo que o Bucky já ouviu e toda vez, vibra no coração dele como se fosse a primeira.

Ele não diz nada, apenas suspira se aconchegando nos braços de Sam. Eles ficam assim até que as luzes do campo são apagadas. Sam apoia o queixo no ombro de Bucky e olha para o céu e a escuridão que os engole.

"Ainda não quero ir embora", ele sussurra e Bucky nota que estão se mexendo, dançando sobre os sons de suas próprias emoções. É um movimento sutil, mas ele o segue fácil.

"Ninguém sabe que estamos aqui, podemos apenas ficar...", ele diz sorrindo, procurando pelo olhar de Sam. Parece o tipo de olhar que diz tudo, que revela todos os segredos, mostrando tudo que você precisa ver. O silêncio em seus pensamentos vem fácil, aquele do tipo "eu sei, você sabe" e deixa tudo subentendido para conversas que podem esperar pelo desenrolar daquele momento.

Eles se beijam novamente. Eles ainda dançam e Bucky não pensa mais sobre a queda livre em seu peito. Ele acha que pode estar mesmo um pouco apaixonado e pela forma como Sam conduz seus movimentos, há mais alguém um pouco apaixonado naquela arquibancada, mas as suposições também ficam de fora da pequena bolha de Sam e Bucky.

É uma noite agradável de inverno. Warren Easton estava tendo uma boa temporada, nenhum jogo perdido até ali. Deixem os garotos dançarem sobre a escuridão do campo de futebol. Deixem que eles se beijem, sob a testemunha de um céu infinito. O tempo ou o fim do mundo podem esperar.



FIM! 

Um pequeno barco e remosWhere stories live. Discover now