Capítulo 2 - When everything started

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Joshua Kyle Beauchamp
4 de Junho
Boston

Se tinha uma coisa que Josh Beauchamp adorava fazer eram acordos. E isto era algo que ele aprendeu com o seu avô materno, o antigo Capo italiano. Ele adorava a sensação de poder ao ver os olhos desesperados das pessoas que o procuravam clamando por sua ajuda. Era como se ele pudesse sentir o cheiro do desespero no ar, e não havia nada melhor. O mais delicioso e viciante perfume.

Mas, desta vez, ele é quem precisava de ajuda. Ir para Boston sozinho definitivamente não foi o seu melhor plano, mas a bagunça já estava feita. Quando ele acordou naquela manhã, pouco antes dos raios de sol sequer atravessarem as janelas do quarto, ele não demorou a sair daquela casa. Seu carro estava completamente destruído graças ao Christian e seus capangas de meia tigela então ele não viu muita opção a não ser pegar o Audi do garoto moreno. Josh sorriu grande enquanto admirava as chaves do veículo na mão, se lembrando do garoto que nem ao menos disse o nome e que dormia no andar de cima. Contudo, por mais que ele gostasse de um bom desafio, ele não tinha tempo para tal, precisava voltar para Nova York antes que sua sorte voltasse contra ele.

Ele saiu da casa e andou até o carro a passos rápidos. Assim que entrou, Josh sacou o celular de dentro do bolso, agradecendo mentalmente por ainda ter bateria, e digitou o número de Joalin, sendo atendido no primeiro toque.

— Seu desgraçado! — Ela berrou do outro lado da linha. Josh revirou os olhos, afastando o aparelho do ouvido.

— Também te amo, maninha — rebateu sarcástico. — Escuta, não tenho muito tempo.

— Não tem mesmo, quando você chegar aqui eu te mato!

— Joalin, foco! — Grunhiu. — Estou voltando para Nova York, o filho da puta do Christian me seguiu até Boston e armou uma emboscada. — Ele apertou o celular na mão com raiva. — De qualquer forma, estou voltando. Em algumas horas estarei de volta.

— É bom mesmo. — Ela resmungou e então desligou.

— Delicada como sempre — revirou os olhos.

Josh deu a partida no carro e saiu do condomínio residencial às pressas. Aquele bairro claramente era de classe alta, mas, pelo carro que o garoto dirige e a casa onde ele mora, Josh viu que dinheiro não deveria ser problema para ele.

Os minutos iam passando e o sol começava a surgir no horizonte, colorindo o céu com tons de laranja. O caminho de Boston até Nova York durava menos de quatro horas, logo ele estaria em casa.

Minutos depois, o celular tocou novamente. Josh tirou uma das mãos do volante e atendeu. Só poderia ser Joalin querendo encher seu saco novamente.

— Fala comigo, Viivi.

— Olá, Beauchamp. — O loiro suspirou ao reconhecer a voz desdenhosa do outro lado da linha.

— Christian Colb — disse em um lamento. — O que você quer?

— Sabe, aconteceu muita coisa nesses últimos dias, você não concorda? — Ele disse em um tom de satisfação. Josh revira os olhos. — Você foi para Boston; eu mandei seis homens atrás de você; você sozinho matou todos eles; levou um tiro e sobreviveu! — Ele disse com animação, como se tudo fosse um grande e divertido espetáculo. — E, pelo que eu soube, ainda conheceu um belo rapaz. — Beauchamp fechou os olhos com força. Só pode ser brincadeira. — Fala "oi", gracinha.

— Seu filho da puta! — O grito do outro lado da linha quase fez o loiro rir. — Seu infeliz de merda! — Beauchamp suspirou, não sabia se o garoto falava com ou com o cara que o tinha sequestrado. Talvez com os dois.

— Você ouviu ele, Josh? — Christian soltou uma gargalhada sádica.

— Você sabe que ele e eu nos conhecemos a dois dias, não é? — Beauchamp respondeu, sem se deixar abalar. — Não é como se eu sentisse algo por ele.

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