Caminhamos lado a lado até a entrada do castelo. Mantive meus dedos entrelaçados nos seus até chegarmos na porta.





Vi a mãe do Josh  parada, aguardando, quando um táxi parou a alguns metros dela. Um homem desceu, mas não consegui ver o rosto dele, apenas os pés para o lado, pois a Úrsula  funcionava como um muro na minha frente. Quando a mãe do Josh  correu para abraçar o homem e ele o envolveu com os braços, por cima do ombro da mulher, o rosto do cara ficou evidente.




Dei um passo cambaleante para trás, e acabei puxando a mão do Josh.



— Está tudo bem, Any?



Balancei a cabeça em afirmativa e tentei manter o sorriso, mas não estava bem, nada bem. Jamais, não importava quanto tempo tivesse passado, nem as lembranças boas que o Josh  me dera, nunca iria conseguir me esquecer daqueles olhos cinzentos e aquela cabeça de ovo, careca e em formato de elipse.




Achava que estava segura em um enorme castelo no meio do nada, mas parecia ter me enganado.




— Josh, meu filho, esse é o Luther Katsaros, meu noivo.




Senti uma pedra, grande e pesada, instalar-se na minha garganta, impedindo-me de respirar.




— Luther, esse é meu amado filho e a namorada dele.



— Muito prazer. — Ele estendeu a mão para o Josh , que correspondeu ao aperto.




Eu me encolhi ainda mais, queria sair correndo, esconder num lugar onde ele não conseguisse me encontrar, mas estava paralisada pelo medo. Aquele homem não apenas sabia tudo o que tinha acontecido comigo, como fora ele quem me comprara do meu padrasto. Até onde eu sabia, era quem encabeçava o esquema de tráfico internacional de mulheres para prostituição.






— Muito bonita a sua namorada. — Ele abriu um sorriso discreto ao me encarar. Foi imperceptível para a mãe do josh  e para ele, mas serviu para que eu tivesse certeza de que ele havia me reconhecido.




Quando achei que estava no céu, o inferno me puxou de volta.




— Vamos entrar. — Josh  saiu da porta e me puxou para o canto, abrindo passagem para a mãe dele e aquele monstro.




Minhas mãos estavam suando frio, mas fiz o máximo para que o Josh  não soltasse meus dedos. Estava desesperada e precisava da proteção dele.




— Tem uma bela propriedade aqui — comentou o homem ao olhar em volta, observando cada detalhe, mas, mesmo não tendo os olhos dele em mim, tinha a impressão de que estava me vigiando como sempre fizera.




— O castelo pertence à família do meu pai há séculos. Abrigou highlanders e até serviu como residência de campo da rainha Mary da Escócia. — Josh  rendia assunto com o homem e a minha vontade era pedir para que o expulsasse dali. Mas com que argumento?




Josh confiaria em mim se eu contasse o que aquele homem havia feito comigo? E se confiasse, iria fazê-lo pagar? Não sabia e minha aflição não diminuía.





— Gosto muito de coisas antigas, mas tenho preferência pelas mais jovens. — Ele voltou o olhar em minha direção, umedecendo os lábios.



Estava tremendo de pavor e meu coração batia acelerado.




— Luther tem uma mansão linda com arquitetura moderna, na Grécia, que você precisa conhecer, querido. — Úrsula  escorou no ombro do noivo, abrindo um largo sorriso. Estava toda empolgada. Será que ela tinha alguma ideia do tipo de homem com quem estava cogitando se casar e os negócios que ele fazia?




— Seria um prazer recebê-los na Grécia qualquer dia desses.



— Quem sabe? — Josh  deu de ombros.




Passei o braço ao redor da cintura do Josh  e o abracei. O noivo da Úrsula  sorriu ainda mais e piscou para mim. Aquilo era uma ameaça? Quando ele tocou os lábios em um rápido sinal de silêncio, percebi que sim. Já havia sofrido tantas monstruosidades na mão daquele homem que não sabia o que mais ele poderia fazer a mim e ao josh.




— Você gosta de uísque, Luther?




— Adoro! Sua mãe falou sobre a destilaria.





— Sim, outra coisa de família. Vou pegar uma dose para você. — Josh  seguiu até a visita e eu fui agarrada a ele como um carrapato. Estava com medo, nem consegui disfarçar.




Nos afastamos alguns passos deles e josh  segurou meus ombros, afastando-me delicadamente dele. Chiei baixinho, descontente. Não queria sair de perto dele sob hipótese nenhuma.




— Any, o que foi? — Josh  foi até um pequeno bar na sala de visitas, tirando do armário uma garrafa de uísque, servindo uma dose para o convidado.



— Na-nada — gaguejei, trêmula, colocando as mãos dentro dos bolsos da minha calça Jeans, para que josh  não percebesse o quanto elas estavam tremendo.


— Tem certeza?



Fiz que sim. Eu deveria falar para ele que aquele homem perto da mãe dele era um dos principais causadores de todo o pesadelo que vivi? Se eu contasse, o que poderia acontecer? Não queria que o Josh  se metesse em problemas por minha causa.




Ele fez um gesto com a cabeça para que eu o seguisse e voltamos para perto do Luther e da Úrsula. Ela sorria toda boba na presença daquele homem. Será que fazia alguma ideia do monstro que ele poderia ser, de todas as coisas que fez a mim e a outras garotas?




— O uísque realmente é um dos melhores que já provei. — Luther bebericou a sua dose, olhando discretamente e ameaçadoramente para mim.





— Eu vou ver se a Elga precisa de alguma ajuda para servir o almoço. — Dei a primeira desculpa que me veio à cabeça para sair dali o mais rápido possível. Esperava conseguir pensar melhor quando estivesse longe das vistas daquele homem.




— Any...



Antes que o Josh conseguisse completar a frase, talvez me pedindo para ficar ali, eu desapareci de vista. Praticamente corri até a cozinha e cheguei lá com o coração disparado e o rosto gelado.


Continua.......


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Bjs


Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Where stories live. Discover now