Prólogo | second part

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Eu nunca me importei com a imagem que transmitia a outras pessoas, na verdade, sempre fingi acreditar nisso

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Eu nunca me importei com a imagem que transmitia a outras pessoas, na verdade, sempre fingi acreditar nisso. A questão é que eu sempre estava disposto a fazer besteiras e agir inconsequentemente, sem me importar com as opiniões de terceiros.

Ou fingir que não me importava. De fato, eu desejava desesperadamente ser aceito pelas pessoas que me cercavam, e tinha uma necessidade gritante de que as pessoas quisessem estar perto de mim.

Que me achassem inabalável, que me achassem incrível. Que alguém acreditasse em mim, que me olhassem diferente de como o meu pai me olha.

Me esforcei tanto para me tornar o cara que as pessoas queriam que eu fosse, que hoje, mal me reconheço.

Para mim, viver basta. Independente das consequências.

Só tinha uma coisa que me fazia manter o foco. Era o beisebol e a minha vontade de ser contratado por um grande time um dia. E era exatamente isso que meu pai usava quando queria me controlar.

Sempre esperei o momento em que um grande time me notaria, em que seria escolhido e que provaria para o meu pai que tenho valor, que posso ser uma pessoa admirável.

Mas confesso, que nunca pensei em como a minha imagem poderia influenciar na minha carreira, como poderia influenciar no meu futuro.

Nunca, não até a proposta para jogar nos Yankees aparecer. Assim que o olheiro deles colocou os olhos em mim, ele disse que me faria uma proposta e pediu que eu estivesse pronto.

Eu não sabia o que eu precisava fazer para estar pronto.

Agora eu sei... Eu precisava passar a imagem de um bom garoto que as pessoas compram, mas sinceramente, eu não era nada disso. Eu nunca fui um bom garoto.

E foi esse olheiro dos Yankees que conversou com o meu pai... "Você precisa mudar ele", e meu pai num ato desesperado contratou uma equipe para me agenciar.

Odiei tudo isso. Me senti anulado e completamente apagado. Me sentia como se estivesse perdido no meio de uma tempestade.

E foi no meio dessa tempestade gigante que ela surgiu.

Eu nunca precisei fazer esforço para que alguém me notasse, nunca precisei sequer dar uma palavra para que as atenções fossem exclusivamente voltadas para mim... Nunca me empenhei para ser visto, nunca, até conhecer ela.

Deve ser por isso que eu não a suporto, porque ela expõe as minhas maiores vulnerabilidades e o meu medo constante de ser apagado, de ser esquecido.

Deve ser por isso que eu me empenho tanto para que ela me note, não é?

Quero desesperadamente acreditar que esse é o motivo. Não pode ser outro.

Eu não deveria me importar, não deveria dar ouvidos a sua opinião irritantemente imponente.

Deveria não desejar, urgentemente, que ela olhasse para mim.

Odeio a sua presunção, e a sua constante certeza de estar sempre correta. O seu olhar de julgamento me dá nos nervos, a sua voz, sempre cheia de autoridade e razão me irrita profundamente.

Quando meu pai me falou que seria ela a responsável por me ajudar a limpar a minha imagem, eu soube naquele exato momento que seria uma impiedosa tortura.

Estar perto dela faz cada centímetro do meu corpo arrepiar.

Cada parte minha arder.

Eu sempre notei seus cabelos vermelhos voando pelo corredor da universidade, sempre notei sua postura inabalável. Me questionava como ela sempre estava sorrindo, e como as críticas, que provavelmente me fariam socar alguém, pareciam não a atingir.

Eu não a suporto, mas não consigo não admira-la e nem explicar tudo que ela causa em mim.

Tem sido assim desde que começamos esse maldito projeto.

Na verdade, tem sido assim desde a primeira vez que meus olhos se cruzaram com os dela no primeiro dia na universidade.

Ela me olhou e sorriu. Eu não dei importância, francamente, fingi que não notei.

Mas não sei porque inferno aquela imagem não sai da minha mente desde então.

O seu sorriso. O seu irritante e presunçoso sorriso.

Foi exatamente por isso que eu soube que esse projeto provavelmente seria a minha ruína.

Agora eu me sinto um completo idiota, esperando que ela considere as minhas atitudes razoavelmente boas para ver aquele sorriso de novo. E sinceramente, não entendo porque tenho a constante impressão de que existe uma necessidade gritante em mim de impressiona-la, porque meu corpo vive, quase que desesperadamente esperando um elogio seu.

E por mais que o meu orgulho se despedace ao admitir isso, olhar dentro daqueles olhos verdes acinzentados me faz enxergar uma parte de mim que eu desesperadamente quero possuir.

Existe uma parte de mim que precisa dela, e eu odeio essa parte por isso.

É como se de alguma forma, fossemos iguais.

É como se ela refletisse as coisas que eu mais desejo ter em mim.

E não tenho.

É tão fácil não suporta-la, mas é extremamente impossível não quere-la por perto.

Por que consigo me enxergar tão bem através dos olhos dela? Por que não consigo ficar longe, mesmo não a suportando?

O que essa garota causa em mim e por que preciso desesperadamente dela?

É como se ela fosse o meu reflexo em um espelho, e por mais que eu odeie o que vejo, não consigo me desvencilhar, por ser uma parte de mim.

Me odeio por precisar admitir isso, mas é fisicamente impossível estar longe dela.

Enquanto minha mente recrimina cada palavra que sai da sua boca, cada célula do meu corpo desesperadamente implora para tê-la por perto.

Chega a ser irônico, mas é inevitável... Não tem como fugir dela.

Ela é o meu reflexo.
O meu espelho.

Que de tão irritantemente diferente, se tornou absurdamente igual.

E aí, pessoal? Ansiosos para ver esse casal pegando fogo?

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E aí, pessoal? Ansiosos para ver esse casal pegando fogo?

Será que vocês vão ser: #teamolivia ou #teamnate?

Se esqueceram de votar, por favor, apertem na estrelinha! Ajuda muito.

Quem gosta de frio que me desculpe, mas eu tenho o pressentimento que isso aqui vai pegar fogo!

Até dia 16/06! AGUARDEM.

MIRROR | for all your curvesWhere stories live. Discover now