A princesa perdida

Parte 10

Já faz um mês que saímos às escondidas do castelo. Não sei como o rei ainda não viera atrás de nós, e da criança. Meus Deus aquela criança. Tão pequena e tão poderosa, o assustava. E agora tinha a garota, Julie, só uma criança de 17 anos, e já enfrentara tantas coisas na vida que ele nem sequer imaginava.

Merida era o maior problema dele no momento. Definitivamente. Ele não sabia os planos da princesa, mas já os temia. Pelo mínimo que ele conhecia a princesa, treinando com ela, estudando com ela, ele sabia que ela sabia como ser sádica.
Ele ainda lembrava dela pequena, não muito mais nova que ela, treinando com a mãe. A mãe tinha poderes. Controlava o vento. Mas poucos sabiam disso, pois ela nunca usava o poder para batalhas. Apenas para divertir a sua filha. Gales tinha perdido os pais ainda pequeno. Contavam que tinham se afogado em um navio, a caminho do continente norte. Mas ele não acreditava naquilo, nunca acreditou. Lembrava pouco da aparência dos pais, mas lembrava da sua determinação. A mãe e o pai, lendários capitães de enormes navios, lordes da ilha de Eliah.
Mas desde do dia que ele fora ao castelo, para treinar e se tornar um grande cavaleiro, a mãe de Merida cuidara dele como seu próprio filho. E o rei também. Lembrava do rei e da rainha antes de tudo. Eles eram amáveis, gentis. Nada parecido com o que o rei era agora. E por isso ele o temia.

Não sabia se Merida recordara que sua mãe tinha poderes. Mas pelo espanto dela com a criança, provavelmente não. Aquela criança e a princesa seriam responsáveis por grandes atos, ele só não sabia quais, ainda.