Eu te Quero Mais que Tudo

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A tempestade perdura durante toda a noite, mas cessa com os primeiros raios de Sol. O cherokee mal conseguira dormir, diferente de Leah, que dormira como um bebê, acordando somente na manhã seguinte – muito bem-humorada – e correndo para a mesa do café para contar o que lhe acontecera.

― Eu sabia, eu sabia que você também teria um imprinting – festeja Sue abraçando a filha. – Seu irmão saiu cedo para ver Hana, mas você precisa contar a ele quando chegar. – Solta um grito de alegria.

― Mãe, pode me ajudar numa coisa? É muito importante e só você pode me ajudar...

― Claro! O que você quiser.

Bem longe dali estava Lucian, na clareira, pensando sobre o quanto ficara devendo ao doutor sanguessuga pela sua sobrevivência. Como poderia pagar essa pendência? Ficar em dívida com um vampiro era realmente repugnante, mas seu bom senso não lhe permitia deixar o acontecido de lado...

O chão enlameado já estava marcado por sua caminhada em círculo e o lobo já perdia a noção de quanto tempo estava ali, pensando naquele assunto, quando Seth se aproxima correndo.

― Lucian, Lucian! – chama desesperado. – Finalmente te encontrei, você precisa vir rápido. – Ofega. – É a Leah!

― O que aconteceu com ela? – pergunta preocupado, agarrando os ombros do rapaz.

― Eu não sei. – Respira fundo. – Eu cheguei em casa e minha mãe implorou para que viesse chamá-lo, aconteceu alguma coisa com a Leah e você precisa ir agora mesmo!

Lucian invade a mente do quileute confirmando sua versão, o que poderia estar acontecendo com Leah? Suas pernas se movem em direção à casa, correndo em desespero, saltando troncos e raízes pelo caminho e fazendo as árvores virarem borrões ao seu redor.

A casa dos Clearwater logo entra em seu campo de visão. Ele abre a porta da sala com força, quase a arrancando do lugar, fazendo com que Sue se levantasse do sofá com o susto.

― Onde ela está? O que aconteceu com a Leah? – pergunta afobado.

― Está no quarto, querido, ela precisa de você agora mesmo!

Sua mente estava tão conturbada, que o cherokee se esquecera de confirmar os acontecimentos na mente da mulher. Ele corre apressado para o quarto da quileute, abrindo a porta e entrando rapidamente... Seu corpo é paralisado de repente, suas pernas estavam travadas, seu coração quase saindo pela boca, seus olhos arregalados e sua boca aberta, tamanho era o choque em que se encontrava.

Leah, que estava sentada em sua cama, se levanta devagar deixando os olhos de Lucian percorrerem o seu corpo. A loba estava incrível, mais incrível do que costumava ser – se é isso era possível aos seus olhos.

Uma sapatilha preta dava graça aos seus pés, a meia calça quadriculada em tons de cinza torneava suas pernas. Seu corpo era gentilmente modelado por um vestido azul royal, ele não era tão colado ao corpo, mas o decote atraente fazia o lobo ficar ainda mais embasbacado. Algumas pulseiras enfeitavam seus pulsos e uma corrente de prata o seu colo, seus cabelos estavam escovados e bonitos, seus olhos muito bem delineados e seus lábios avermelhados, devido ao batom.

― E então, o que achou? – pergunta ela receosa.

Fazia muito tempo que Leah não utilizava roupas como aquelas, ela sentia-se exageradamente arrumada e o silêncio do cherokee deixava-a ainda mais constrangida, será que ele não havia gostado?

Lucian balança a cabeça tentando pronunciar algo, mas as palavras não queriam sair, ou melhor, não encontrava as palavras certas para se dirigir a ela...

Seth aparece à porta do quarto e fica admirado com a beleza da irmã, entendendo perfeitamente o porquê do lobo estar daquela maneira. Ele sorri zombeteiro e chama pela mãe:

― Mamãe, acho que o Lucian enfartou, é melhor chamar o Carlisle novamente!

Sue entra no quarto sorrindo, fazendo sinal para que o filho fosse embora. Ela observa o estado do cherokee e constata que ele não estava mais respirando, deveria estar muito chocado para se esquecer de algo tão importante como "respirar".

― Fique calmo, querido, solte o ar de seus pulmões e puxe-o novamente – dita ela, fazendo o rapaz voltar a respirar. – Muito bem, continue assim oumorrerá por falta de oxigênio... Leah precisava muito de você, queria a sua opinião sobre sua produção.

A mulher sai logo em seguida, fechando a porta atrás de si para deixá-los a sós. Leah ainda o observava, esperando ansiosa por uma resposta. Lucian, por sua vez, esfrega a nuca tentando relaxar e observa sua garota dos pés à cabeça mais uma vez.

― E então? – incentiva Leah.

― Não encontro palavras para traduzir o que estou sentindo – sussurra, se aproximando. – Você está incrível, ainda mais maravilhosa que antes. Não sei o que lhe dizer... Só sei que estou com muita vontade de te agarrar agora mesmo e retirar este batom de sua boca com um beijo.

Lucian envolve a quileute pela cintura e olha no fundo de seus olhos com intensidade, parecendo querer dizer alguma coisa. Leah ignora a mensagem oculta em seu olhar e quebra a distância entre seus lábios, fazendo um beijo apaixonado surgir entre eles.

As mãos do lobo passeavam pela cintura feminina de um modo diferente, ela podia sentir seu corpo ser empurrado e logo tombar na cama juntamente a ele. Lucian coloca uma mecha de cabelo teimosa atrás de sua orelha e acaricia sua bochecha em seguida.

Outro beijo se segue, mas estava diferente por parte do cherokee, estava mais ardente, mais urgente, mais ansioso e logo o ar começou a faltar nos pulmões de Leah. Percebendo a sua falta de ar, ele cessa o beijo, mas não faz menção de parar com as carícias e começa a depositar pequenos beijos em seu pescoço.

― Lucian – chama ela, estranhando sua atitude.

Lucian não ouve seu chamado, estava embriagado demais pelo seu cheiro para ouvir qualquer coisa. Ele continua a beijar-lhe o pescoço e logo sua mão direita começa a subir por sua coxa por baixo de seu vestido. Um calafrio percorre a espinha de Leah trazendo-lhe ciência sobre o que estava prestes a acontecer. Droga! Ela não estava preparada para aquilo. Por mais que o amasse e o desejasse muito, não estava pronta para se entregar a ele assim tão de repente...

― Lucian, por favor – chama ela sentindo uma pontada de urgência em sua voz.

O cherokee se levanta subitamente, caminhando até a janela, onde respira profundamente o ar gelado de La Push. Leah se levanta da cama ajeitando o vestido e esperando alguma reação dele, será que estava irritado?

― Me desculpe, Leah, eu forcei a situação, eu... É que eu... Droga – Se aproximando dela novamente. – Eu não consegui me controlar vendo-a assim, tão linda, tão irresistível, tão... Tentadora... Parece que ter meu imprinting correspondido me faz querê-la ainda mais, minha alma está pedindo ainda mais por você, parece que um simples aperto de mão e um abraço já não são mais o suficiente. Eu quero fazê-la minha mulher, Leah! – Observa o rosto surpreso da quileute. – Porém, não quero forçar nada. – Se afasta, sentindo não estar plenamente no controle de seus desejos. – É melhor não ficarmos a sós de novo, seu cheiro está me deixando alucinado. – Sorri sem graça.

― Está bem – concorda ela, passando na frente e saindo quarto.

Leah sentia os sentimentos se misturarem em seu coração: alegria por estar bonita, receio de ficar sozinha com ele de novo, satisfação por ser tão desejada e insegurança...

― Acredito que uma garota tão bem-arrumada será levada para sair – cutuca Seth, quando o casal surge na sala.

― É claro que sim, nós vamos ao cinema – responde Lucian sorridente.

Um encontro surpresa? Sim, era disso mesmo que se tratava. O cherokee estava num complô com seus amigos pescadores em favor de seu relacionamento e comprara ingressos para o filme daquela tarde. Se aquele encontro vinha sendo planejado há um tempo, com certeza tinha um motivo, mas qual seria?

Só esperando para saber...

LeahWhere stories live. Discover now