Capítulo 20 - Fernando

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Finalmente estava de volta ao meu lar doce lar, e junto comigo minha princesa. O lugar dela era realmente aqui e eu sentia isso, mas não iria mais pressioná-la, quando ela se sentisse a vontade acho que viria pra cá de vez.

Ela ficou brava pelo fato de não ter nada comestível como diz ela em minha casa, achei tão engraçado o jeito que ela disse isso. Mas ela esta certa, preciso mudar meus hábitos, preciso mudar minha alimentação e prestar mais atenção nisso. Ela me fez ir ao mercado e fez uma listinha, posso com isso?

A letra dela era linda e fui rápido pro mercado, pois estava morrendo de fome, ate que estava vazio e logo voltei, queria ajudá-la, mas me dispensou. Tirei proveito da situação pedindo vários beijos, mas logo fui enxotado.

Fiquei na sala assistindo ao jornal e logo passou a noticia de que a herança do meu pai estava em minhas mãos, fizeram uma reportagem bem elaborada sobre o assunto e me surpreendi, não sabia que meu pai era tão conhecido ao ponto de ter uma reportagem completa sobre ele. Tinha que tomar cuidado agora precisava prestar atenção em qualquer escândalo que com certeza minha mãe faria e também teria que deixar tudo ajeitado no orfanato para não existir fofocas.

Minha menina cantava e cozinhava sem parar, o cheirinho já chegava em minhas narinas e meu estomago fez um barulho tremendo. Logo a vi arrumando a mesa com delicadeza e deixando tudo organizado.

Chegou à mesa e colocou a comida, suco e as saladas.

- Venha amor, está pronto

Levantei-me rápido porque a fome estava me matando, sentei-me à mesa e olhei arroz, feijão, farofa, tomates recheados, salada de tomate, repolho, alface, bife a milanesa e limonada. Nos servimos e começamos a comer, conversamos sobre diversos assunto e rimos de varias coisas que aconteceram no Rio.

- A comida está boa Fer? – perguntou-me

- Claro que está!Não esta vendo que estou comendo que nem doido? – ri

- Ah, na hora da fome a gente come ate pedra – ela riu

- Boba, está tudo perfeito – continuamos a comer ate que a campainha tocou nos entreolhamos.

- Está esperando alguém? – ela perguntou

- Não, e você? – perguntei

- Não, a casa não é minha – riu

- Vou atender – ri também

Assim que abro a porta não acredito no que meus olhos vêem, Verônica na minha porta parada feito um dois de paus com uma imensa mala ao lado, a descarada sorria.

- O que esta fazendo aqui?

- Vim passar uns dias aqui com você – ela disse simplesmente

- Não a convidei – disse seco

- Não perguntei, sou sua mãe e vou ficar aqui

- Não vai, a casa é minha quem dita as regras sou eu – Andrezza se aproximou de mim e me abraçou

- Hum, que bela seleção você faz de quem fica ou não na sua casa – olhou Andrezza com cara de nojo

- Olá pra você também dona Verônica – sorriu – O que diziam sobre ficar ou não em casa?

- Ela quer ficar aqui amor, mas eu não quero – disse categórico – Não quero que ela fique causando, principalmente com você

- Entendi, mas não se preocupe é só eu não dar bola – disse ela

- Alô? Estou aqui ainda

- Infelizmente – disse

- Vai me deixar aqui mesmo?

- Só uma semana, nada mais que isso – disse

- Ok, vim em paz – algo me dizia que era uma enorme mentira

Ela entrou e se assentou a mesa, comeu e nem ao menos teve o trabalho de colocar o prato na pia. Andrezza pacientemente pegou, levou a cozinha e arrumou tudo. Minha mãe estava se aproveitando disso tudo, mas não a deixaria na boa vida.

Fomos logo dormir e Andrezza estava inquieta, mas como sempre ela me seduziu e acabamos mais uma vez nos entregando ao nosso amor, ela ficou mais feliz e começou a falar.

- Estou tentando não pular na bruaca – eu ri

- Calma, ela vai sair daqui uma semana

- Tudo bem, faço tudo por você meu amor – ela disse e sorri

A puxei para meus braços e dormimos agarrados. No dia seguinte acordamos com um som muito alto, fomos ate a sala, minha mãe se encontrava bêbada e dançando loucamente, ela realmente queria causar.

Se mexeu e bebeu tanto que acabou vomitando no chão, o que eu fiz pra merecer isso. Abaixei o som, tirei a garrafa de sua mão e comecei a gritar.

- QUE DROGA VERÔNICA – berrei – OLHA O QUE VOCÊ FEZ PARA COM ISSO – a sacudi

- Fica quieto Fernando – disse enrolado

- Querido deixa que eu limpo e arrumo aqui – Andrezza disse

- Não você não é obrigada a isso – disse

- Esquece isso – ela disse

Enquanto fui levando minha mãe, Andrezza ia começar a limpar e minha mãe soltou mais uma.

- Isso, limpa mesmo empregada – disse mole e cuspiu no chão. Nem bêbada essa idiota cala a boca. Minha pequena apenas abaixou a cabeça e limpou tudo.

Não era isso que eu queria para nós dois, joguei minha mãe no banheiro e ela tomou um banho demorado e voltou melhor.

- Olha vou falar algumas coisas, para de agir como uma idiota! Lembre-se que esta na minha casa, lembre-se que não tem mais empregados ou pessoas obrigadas a ouvir seus desaforos, não vou permitir isso. Mais uma vez e te jogo daqui pra rua

- AHAHAHAHAHA – riu sarcasticamente e isso me tirou do sério

Saí batendo a porta e fui ate a sala, minha morena tinha terminado e ainda vestia seu pijama. Estava deitada no sofá de barriga pra baixo e podia ouvir seus pequenos soluços, a puxei pro meu colo e esperei ela se acalmar.

- Será que sempre vai ser assim? – ela disse

- Eu não sei – disse – Mas, você mesma quis que ela viesse, fiz o que achei que era melhor

- Pensei que vocês fossem se entender e ela fosse me aceitar, mas não foi isso que aconteceu – disse ela – Hoje volto pra minha casa

- Mas... – disse eu desesperado

- Nada de mais Fernando, amanhã eu volto – disse ela

- Tudo bem – disse chateado e dei um beijo em sua testa

Tomamos café em silencio e ela foi embora me deixando com a fera, espero que minha mãe tome jeito ou então serei obrigado a jogá-la na rua para não cometer algo pior. Só espero que isso não mude nada no meu relacionamento com minha morena e espero mais ainda que ela não tenha desistido de nós, porque se isso acontecer meu mundo estará perdido.

Amor a Tira ColoМесто, где живут истории. Откройте их для себя