JULGAMENTO | 33

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| POV JESSICA CAPSHAW |

Continuação...

-  O julgamento do réu Christopher Gavigan, por atuar como mandante da tentativa de homicídio contra Jessica Brooke Capshaw, está iniciado.
A voz da juíza se faz presente. Minhas mãos estão geladas e trêmulas.
Ela pede aos Srs. Policiais para apresentar o réu à sua frente, indagando-o:
- Qual seu nome?
- Christopher Gavigan
- Sua idade?
- 47 anos.
- Seu advogado?
- Alfred Angelo.
O Escrivão confere e anota. Determina que o Christopher tome seu lugar. A juíza sortea os jurados, demorando alguns minutos; o que me mata por dentro. As testemunhas de defesa são ouvidas primeiro. As escolhidas pelo advogado de Christopher são a mãe dele e um colega de trabalho.
- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade?
- Juro.
Minha ex-sogra jura com a mão direita levantada na altura do rosto. Senta-se na tribuna. Alfred a interroga, fazendo tudo para que o júri compre um caráter tranquilo e nada violento de Christopher.
- A senhora disse que seu filho sempre foi alguém tranquilo, certo?
É a vez de minha advogada de interroga-la.
- sim.
- o que a senhora pode me dizer sobre o dia que o réu agrediu a até então esposa?
Algo que eu não queria lembrar veio à tona.
- eu-
Ela gaguejou para responder.
- Senhora?
A juíza a indaga novamente.
- Só para lembrar que a senhora está em juramento, e eu não aconselho que cometa perjúrio.
Samantha a pressiona.
- responda a pergunta, Sr Gavigan.
- ele me contou.
- Ótimo. Vossa excelência, apresento a prova B-1. Onde consta o Boletim de Ocorrência que, misteriosamente não foi levado em consideração pelo departamento de polícia.
Aparentemente, segundo Samantha, Christopher deu um jeito de sumir com o B.O e não sofrer as consequências.
- O seu filho não é tão bom como parece, ein?
Samantha "cutuca" a mulher.
- Excelência, sem mais perguntas.
Ela havia desmentido toda a apresentação de um Christopher perfeito, que pintou Alfred. Minha advogada e Alfred colheram o testemunho do colega de Christopher, em mais ou menos 45 minutos.
- Ele é uma testemunha fraca. Não conseguiu convencer o júri de nada.
Samantha me tranquiliza.
- A vítima, Senhora Jessica Brooke Capshaw, por favor.
A minha tão temida vez chegou.
- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais além da verdade?
- Juro.
Me sento na cadeira.
- Sr. Capshaw, você e seu marido tinham uma boa relação?
Alfred é quem vai me interrogar primeiro. Já não sinto mais nada, parece que tudo está escurecendo.
- Sim.
- vocês teem lindos filhos.
- obrigada.
Respondo seca.
- Você pediu o divórcio há alguns meses atrás, certo?
- correto.
- Porque?
- Não estava feliz com meu casamento.
- não foi o que me relataram.
- Protesto! Falta de objetividade.
Minha advogada exclama.
- mantido.
- Você traiu seu marido, Sr. Capshaw?
Desgraçado.
- não.
- Você está sob juramento.
- Não traí meu marido.
- Meu cliente disse que você confessou para ele, na tarde que ele chegou em casa.
- Não tive relações sexuais com ninguém durante meu relacionamento.
- E emotiva?
- a partir do momento que decidi continuar a minha vida com outra pessoa, eu o contei. Não o traí, em nenhum momento.
- seu relacionamento com a senhora Sara Ramirez diz o contrário.
Olho para Samantha, que me olha de volta serena.
- Nós assumimos nosso relacionamento publicamente.
- Correto. Mas, e antes? Não consigo acreditar que não aconteceu nada durante tanto tempo.
Ele era sarcástico.
- Amo Sara há muito tempo, mas nunca me envolvi com ela durante meu casamento.
- Ok. Excelência, sem mais perguntas.
Ele retira-se de minha frente.
- Acusação?
A juíza refere-se para Samantha.
- sem perguntas, Excelência.
Samantha contou-me que não seria necessário ela me perguntar nada, pois isso confundiria o júri. Volto para nossa mesa e olho para Sara, que me olha com um sorriso de canto.
- Você foi muito bem.
Concordo com um aceno positivo para Samantha.
- Próxima testemunha, por favor. Senhora Fernanda Souza.
Fernanda aceitou depor ao meu favor, sem precisar pedir muito. Alfred a interroga, mas sem muito sucesso. Samantha faz o mesmo, mas conseguindo atrair um olhar positivo vindo do lado do Júri.
- Vai dar tudo certo. Ele é o último. Nossa cartada final.
- O réu Christopher Gavigan.
- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade?
- juro.
- Você me parece tranquilo. Você está?
Alfred o interroga primeiro, pois é o advogado de defesa.
- Sim.
- Declarou-se inocente, certo?
- sim.
- não gosto de enrolação, então vamos direto ao ponto. Você por algum momento bateu em Jessica?
- Nunca.
- Certo. Você costuma ser violento?
- Sou muito calmo.
- Protesto! Relevância?
Samantha exclama novamente.
- Negado.
Porém sem muito sucesso.
- você mandaria matar a mãe dos seus filhos?
- nunca.
- Você acha que foi traído?
- tenho certeza.
O advogado de Christopher não pareceu feliz com a respostas.
- Ok. Você era feliz no seu casamento?
- Sim. Jessica era uma esposa incrível.
- Você ainda a ama?
- Sim, muito.
- o divórcio pegou você de surpresa?
- pegou. Chorei por dias na casa de minha mãe.
Que mentiroso!
- Sinto muito.
- Protesto! Relevância?
Samantha exclama mais uma vez.
- mantido. Advogado, se houver mais perguntas, faça.
- sem mais perguntas, Excelência.
Samantha levanta-se do meu lado para começar a interrogar Christopher.
- Sr. Gavigan, qual sua opinião sobre adultério?
- depende das circunstâncias.
- Ótimo. Vamos supor: Sua mulher supostamente traí você e te conta em uma tarde onde tudo estava tranquilo. Qual seria sua reação?
- conversaria.
- Não seria agressivo?
- nunca.
- certo. Excelência, a prova B-1 é valida nessa ocasião. A Sr. Capshaw foi agredida no mesmo dia em que supostamente contou sobre sentir-se emocionalmente atraída por alguém, como relata a linha dez do B.O. Sr. Gavigan, você tem certeza que não agrediu sua esposa?
Ele demora alguns segundos para responder.
- Está sob juramento.
Samantha cifra a última palavra.
- agredi.
- o senhor quis vingar-se dela depois de descobrir o relacionamento da mesma, com uma mulher?
Ele não a responde.
- O senhor mandou matar sua ex-esposa?
Ela fala rápido, sem dar tempo para racionar.
- mandei.
Um silêncio se faz presente. Ele havia confessado.
- Excelência, sem mais perguntas.

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Uma passada rápida aqui, só para deixar esse capítulo novinho.

• vcs irão descobrir o que aconteceu com o Chris no próximo.

• Gostei muito de escrever esse cap., pois gosto muito do Direito. Para quem gosta como eu, vou deixar o nome de séries aqui: How to get away with a murder e Suits; essas são as minha prefiridas.

• Cuidem-se e beijos da autora;

Universe and U • Capmirez | CalzonaWhere stories live. Discover now