Conto 5 parte 1

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POV Paco:

Estava tudo diferente depois daquele dia. O acampamento não era mais o mesmo para mim e eu estava perdido.

Toda vez que me permitia fechar os olhos eu a via. Seus olhos suplicantes, cheios de agonia e lágrimas, ela apertava minha mão enquanto seu corpo delicado começava a tomar temperaturas mais altas. Então com um suspiro ela fechou seus olhos e não tornou a abri-los. Logo eu cai em lágrimas ainda segurando sua mão ao lado da sua cama na enfermaria, eu estava sozinho e ouvia lá fora todos correndo para conter o incêndio na floresta.

Quanto tornei a abrir meus olhos na cama agora se encontrava apenas uma muda de planta. Eu estava em choque quando deixei a enfermaria com uma muda em minhas mãos. Meus amigos correram ao meu encontro, sujos de fuligem e as expressões de pesar. Eu chorei, chorei e sabia que não conseguiria parar. Cai de joelhos e senti meus amigos me abraçarem, formando um cobertor humano e protetor para eu poder expressar minha dor.

Os dias depois disso ficaram confusos Tim e Liz começaram a  namorar, achei que Nate e Maya também iriam começar mas eles ficaram mais estranhos que nunca. Maya passava muito tempo comigo, talvez se sentisse culpada pelo que fez, mas ela apenas amenizou a dor de Dália.

Logo o período letivo começou, Tim e Nate partiram para concluir seus estudos em um colégio militar distante. Por insistência de Maya, viajei com ela e Liz para sua casa no extremo norte. O local onde a conheci e começou todos os problemas da minha vida, eu não sabia porquê de tudo aquilo ter acontecido. Me vi apaixonado por Maya, loucamente e intensamente. Dália simplesmente sumiu da minha mente, eu não sabia como explicar isso a alguém e toda vez que tentava ninguém acreditava em mim. Eu era apenas um babaca que mesmo namorando, queria outras garotas.

Nos matriculamos no colégio que Maya estudou antes de descobrir ser uma semideusas. Era apenas um colégio comum e estávamos sempre juntos, as aulas não eram difíceis e elas tentavam me alegrar e eu era grato por isso mas não estava pronto para seguir em frente.

Acordei de manhã com O pai de Maya já na cozinha preparando o café.

- Bom dia Rapaz -  ele cumprimentou. Era sempre assim. " rapaz'' acho que ele desconfiava que eu era namorado da Maya ou coisa do tipo.

- Bom dia Sr. - disse indo até a mesa e me sentando .

- Café? - perguntou

- sim - disse aceitando a xícara e saboreando o calor que invadiu minhas mãos. Olhei o vaso de flores na mesa e isso me levou a lembranças antigas onde eu enchia os cabelos loiros de Dália com flores e folhas enquanto ela ria.

As meninas desceram fazendo barulho e entraram na cozinha conversando e me tiraram do meu devaneio.

- Bom dia Pai, bom dia Paco - Maya falou dando um beijo na bochecha do pai e sentando ao meu lado.

- Que bom humor - comentou o pai avaliando a filha que pegou uma caneca de café e começou a mexer fingindo não ouvir - Posso saber o motivo?

- Não tem nenhum - Maya falou toda fingida

 - Elizabeth, você pode me contar o que deixou minha filha feliz e de bom humor?

- Bem senhor, eu poderia mas ela me fez prometer não contar - disse Liz comendo uma torrada

O resto do café da manhã passou com o sr. Jacobs observando a filha e tentando retirar a informação sobre o porquê ela estava feliz. Mas cada pergunta deixava Maya ainda mais alegre e misteriosa.

Terminei o café da manhã e me organizei para ir a escola, as meninas só estavam me esperando e logo entramos no carro do pai de Maya que nos deixava usar para ir a escola já que Liz tinha carta e ele estava de férias. No caminho da escola me virei para Maya.

-  Pode desembuchar, qual o motivo de tanta felicidade? - perguntei e ela deu um sorrisinho.

- O motivo dela tem 2 metros de altura e joga basquete - Liz falou dirigindo

- Liz ! - Maya reclamou e eu suspirei impressionado.

- Um cara? Sério? - perguntei e ela ficou vermelha

-  o que tem?

- bem, hm .. nada acho mas um cara? sério?

- o que tem cara? ! eu estou saindo com um garoto da escola, qual o problema?

- O problema é um pouco mais alto que eu, é incrivelmente irritante, sabe lutar bem e está nesse momento numa escola militar com seu melhor amigo. - digo e ela revira os olhos.

- Eu e o Nate não temos nada - diz ela olhando pela janela.

- Fala sério May ... - começo mas logo ela me corta

- não começa, já basta a Liz. Nate e eu não estamos juntos o que não me impede de ficar com alguém. Nos não resolvemos nada e ele foi embora sem conversar direito comigo eu não estou afim de esperar por quem não vem ou quem não sabe o que quer.

- Ele sabe que você ta saindo com alguém?

- Fala sério isso é recente ! não é nada sério e não é da conta dele.

- Liz você ja defendeu o Nate? - pergunto e ela confirma

- fiz o que pude mas a May faz o que quer, quando quer - disse ela exasperada. - Quando ele voltar eles que se entendam.

- Até lá eu não preciso ficar sozinha, gosto de companhia. - Disse May e quando percebeu que eu a olhava triste ela arregalou os olhos - me desculpa Paco eu não quis ...

- Ta tudo bem - digo sentindo meu coração afundar.

Logo chegamos na escola e fomos para sala de aula, tudo ocorreu bem logo acabou, no corredor próximos aos armários May conversava com um garoto alto e moreno, ele usava uma jaqueta do time da escola e a conversa era animada

- Ela está usando ele  - digo para liz que para ao meu lado observando o casal a distância.

- talvez, mas não vamos nos meter rei das flores.

Após o final das aulas obrigatórias me dirijo a sala de artes onde faço aulas extras com mais alguns alunos, estamos com projetos de fazer o plantio de flores nas praças da cidade para deixar elas mais bonitas e hortas para os  necessitados.

A aula acaba quando já está quase escurecendo e eu vou caminhando para casa de Maya, já está ficando frio e logo começo a andar mais rápido para chegar logo quando um carro luxuoso para na minha frente. Os faróis altos me deixam momentaneamente cego e saio do caminho do carro.

Ele então para ao meu lado e o vidro de trás é abaixado. Lá dentro está a mulher mais deslumbrante que conheço.

- Quer uma carona? -  Afrodite fala sorrindo.

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Filha da Neve - ContosWhere stories live. Discover now